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ID
5251543
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.


    É conceito da moda. Usam em encontros motivadores. Na Física, é a volta à forma original após uma deformação. O termo se origina da capacidade de ricochetear, de saltar novamente. Por extensão, usamos para falar de quem sofre pressão e consegue manter seus objetivos.
    Uma pessoa resiliente ideal teria três camadas. Na primeira, suporta: recebe o golpe sem desabar. Ouve a crítica e não “desaba”, vive a frustração sem descontrole, experiencia a dor e continua de pé. A primeira etapa da resiliência é administrar o golpe, o revés, o erro, a decepção. O tipo ideal que estamos tratando sabe a extensão da dor, mas se considera (ou é de fato) mais forte do que as ondas das adversidades.
     O segundo estágio é a recuperação/aprendizagem. Combinam-se os dois conceitos. Sinto o golpe, não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe com o acréscimo de algo novo. Toda dor contém sua lição. Ninguém duvida disso. O resiliente consegue aprender com o golpe sentido.
   O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência a partir do aprendizado. O tipo aqui descrito nunca se vitimiza, mesmo se for a vítima. Não existe lamúria ou sofrimento para o mundo. A dor existe, foi sentida, houve reação com aprendizado e dele surgiu um novo ser, mais forte e mais sábio.
    É bom descrever tipos perfeitos. Quase sempre são inexistentes. São como a biografia de santos medievais: sem falha, diamantes sem jaça; modelos e, como tal, inatingíveis. Existe um propósito didático de mostrar a perfeição para nós que chafurdamos no lodo da existência banal. Todos temos graus variados de resiliência diante da vida. Ninguém é o tipo ideal. Uma coisa não invalida a outra.
    Como narrativa de santos, o modelo perfeito serve como para indicar o ponto no qual não me encontro, porém devo reagir para almejá-lo. Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão: sem resiliência em algum grau, épico ou homeopático, é impossível enfrentar o mundo.
    O conto extraordinário de Kafka, Um Artista da Fome, fala de um homem com extrema resiliência para aguentar jejuns prolongados. Era um herói! Ao final, emitiu a verdade surpreendente. Ele não era um homem de vontade férrea, apenas nunca havia encontrado um prato que… o seduzisse realmente. Seu paladar nunca fora tentado. Creio ser a receita geral da resiliência: a serenidade diante das coisas que, na verdade, não nos atingiram. Esperança ajuda sempre.

(Leandro Karnal. Os heróis da resiliência. Disponível em:

https://cultura.estadao.com.br. Acesso em 20.01.2021. Adaptado)

Observe a relação de sentido estabelecida pela conjunção “e” entre os enunciados da passagem – Ouve a crítica e não “desaba”. Essa mesma relação de sentido está presente em:

Alternativas
Comentários
  • Ouve a crítica e não “desaba” → O valor é de oposição, ressalva, adversidade, podendo ser substituído por mas, porém, contudo...

    B)… experiencia a dor e continua de pé… → Mesmo valor que encontramos no enunciado, valor de oposição, ressalva, adversidade.

    GABARITO. B

  • GABARITO: B

    Ouve a crítica e não “desaba”. → Temos aqui uma ideia de adversidade. A conjunção "e", em sua essência, é aditiva; na frase, porém, exerce função adversativa: O que se espera de uma pessoa que ouve uma crítica? Que ela desabe. Veja que é o contrário: A pessoa ouve a crítica, MAS não desaba.

    .

    Vamos encontrar esta relação de adversidade nas assertivas:

    a) … não desmonto (fase um) e ainda recupero a posição anterior ao golpe… → Errado. Adição. Acontece isso E, além disso, isso também acontece.

    b) … experiencia a dor e continua de pé… → Correto. O que esperamos da pessoa que experimenta a dor? Que ela desabe, que não fique de pé (sentido figurado). Aqui há o sentido de adversidade:" Experimenta a dor, mas continua de pé."

    c) O terceiro momento do modelo perfeito é a ressignificação da estratégia e da consciência→ Errado. Aditivo novamente. A ressignificação disso e daquilo.

    d) São […] modelos e, como tal, inatingíveis. → Errado. Novamente, aditivo. São modelos E, além disso, são inatingíveis.

    e) Sempre é bom ser resiliente e todos os palestrantes e livros têm razão… → Errado. Aditivo. É bom ser resiliente e, além disso, os palestrantes têm razão.

    Espero ter ajudado.

    Caso encontre erro, por e com gentileza, notifique-me.

    Bons estudos! :)

  • pm

  • Adversativas = contraste ( oposição +/- ), compensação , restrição

    mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto , não obstante, em contrapartida, só que.

    Tentei chegar mais cedo, Porem não consegui = oposição

    Seu discurso foi breve, Mas violento = compensação

  • TEM MUITA GENTE DESISTINDO, PERMANEÇA.

  • 'Ele' ouve, 'Ele" desaba. mesma pessoa e mesmo tempo verbal da alternativa B.

  • "Um dia vai chegar o dia" PM BA

  • CONJUNÇÃO ADVERSATIVA: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, e, não obstante.

    Podemos substituir o E por algumas dessas palavras e manter o sentido, veja:

    Ouve a crítica e não “desaba”. - Ouve a crítica mas não "desaba".

    … experiencia a dor e continua de pé… - … experiencia a dor mas continua de pé…

  • Na redação original, o “e” tem valor de oposição, contraste. Isso pode ser evidenciado por meio da seguinte reescrita: Ouve a crítica, mas não desaba.

    Nas letras A, C e E, o “e” em destaque tem valor aditivo.

    Na letra D, valor consecutivo.

    Já na letra B, temos o “e” sinalizando oposição, contraste. Isso é evidenciado por meio da seguinte reescrita: “… experencia a dor, mas continua de pé”.

  • Resolvi assim: ouve a crítica e não desaba. o que se espere de quem escuta uma crítica? desabar; ideia de adversidade(contudo, entretanto, toda via, no entanto, mas) mesma coisa coisa da letra b) experiência a dor e continua de pé. o que se espera de quem experiência a dor? chorar, sofrer, etc...