SóProvas


ID
5251588
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto para responder a questão.

    Nos anos 30, milhões de americanos foram atingidos pelos efeitos calamitosos da Grande Depressão — e não foi diferente com Napoleon Hill (1883-1970). Empreendedor que saltava de galho em galho, e naquela altura tentava a sorte como escritor, ele sobrevivia do socorro financeiro da família da esposa — isso, até o divórcio arrastá-lo ao fundo do poço. Mas Hill encontrou uma forma de dar a volta por cima: se ele não podia lutar contra a ruína econômica, por que não lucrar com ela? Com base em seu próprio desalento, escreveu o que viria a ser seu maior sucesso, Quem Pensa Enriquece (1937). Hoje com 120 milhões de cópias vendidas, a obra foi pioneira em explorar uma premissa básica do aconselhamento motivacional: com determinação e pensamentos positivos, qualquer um pode vencer na vida.
    Que a literatura de Hill tenha conservado seu apelo ao longo das décadas não chega a ser surpresa. Ele foi, afinal, um dos inventores da autoajuda moderna. Não deixa de ser uma ironia, contudo, seu súbito empoderamento no Brasil da pandemia, da crise econômica e da polarização tóxica. Mais Esperto que o Diabo, livro que o americano fez em 1938 e ganhou edição no Brasil em 2014, atropelou o mercado editorial no ano passado. Isso mesmo: a obra de autoajuda dos anos 30 foi o livro mais vendido do país em 2020, com 234000 cópias comercializadas.
    A ascensão do título coroou um movimento que se delineava desde 2019, quando o líder do ranking foi Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas (1936), de Dale Carnegie (1888-1955) — outro autor que fez fama à sombra da Grande Depressão. “Vivemos um período de medo, o que aumentou a busca por livros de superação”, diz o editor Marcial Conte Jr. Inebriado pela obra de Hill, Conte Jr. largou o ramo farmacêutico para se dedicar ao editorial e, junto de outros empresários, criou a Citadel, casa de Mais Esperto que o Diabo.
     Hill escreveu a obra em 1938, na esteira de Quem Pensa Enriquece. O livro, contudo, foi engavetado por veto de dona Annie Lou, última das cinco esposas do autor, por questões religiosas. Além da menção ao dito-cujo no título, o manual é todo construído em torno de uma fictícia entrevista entre o autor e o diabo – que exige ser chamado de “Sua Majestade”. Hill usa a metáfora demoníaca para denunciar os pensamentos negativos como fonte insidiosa de toda infelicidade. Essa pérola só seria publicada pela primeira vez nos Estados Unidos em 2011.
(Raquel Carneiro, O pai da autoajuda. Veja, 27-01-2021)

Assinale a alternativa em que a passagem do texto está reescrita de acordo com a norma-padrão de regência verbal e emprego do sinal de crase.

Alternativas
Comentários
  • A) O socorro financeiro da família da esposa garantia à sobrevivência de Hill.

    → O verbo garantir não rege preposição, logo não há contração de A+A para que resultasse em acento grave.

    B) Vivemos um período de medo, o que levou à uma maior busca por livros de superação.

    Não ocorre crase antes de artigo indefinido.

    C) Conte Jr. largou o ramo farmacêutico comprometendo-se à trabalhar no ramo editorial.

    Não ocorre crase antes de verbo.

    D) Se ele não podia opor-se à ruína econômica, por que não lucrar com ela?

    → Correto.

    E) Efeitos calamitosos da Grande Depressão atingiram à milhões de americanos nos anos 30.

    Sem crase singular antes de plural masculino “milhões”.

    GABARITO. D

  • GABARITO: D

    • Macete para crase: Troque por palavra masculina, se aparecer "ao", haverá crase na palavra feminina (Sempre se lembrando dos casos proibidos)

    a) O socorro financeiro da família da esposa garantia à sobrevivência de Hill. → Errado. Quem garante, garante algo (VTD). "Garantia o sustento..." (veja que não apareceu ao). Como não há a presença de preposição, apenas artigo, não há que se falar no emprego de crase nesta alternativa.

    .

    b) Vivemos um período de medo, o que levou à uma maior busca por livros de superação. → Errado. "Uma" é artigo indefinido, caso em que é proibido o emprego da crase, pois não há crase antes de artigo indefinido.

    .

    c) Conte Jr. largou o ramo farmacêutico comprometendo-se à trabalhar no ramo editorial. → Errado. Não há crase antes de verbo (trabalhar).

    .

    d) Se ele não podia opor-se à ruína econômica, por que não lucrar com ela? → Correto. Quem se opõe, se opõe A alguém → Opõe-se A + A ruína → Opõe-se À ruína.

    • Aplicando o macete: Não pode se opor "ao" boi... (troquei por palavra masculina [o boi], apareceu ao, então há crase.

    .

    e) Efeitos calamitosos da Grande Depressão atingiram à milhões de americanos nos anos 30. → Errado. Não há crase antes de termo masculino (OS milhões de americanos).

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • "Se ele não podia opor-se à ruína econômica, por que não lucrar com ela?" fiquei com duvida se a palavra "não" seria atrativa de próclise do pronome "se" de "opor-se"...

  • A

    O socorro financeiro da família da esposa garantia à sobrevivência de Hill. (VTD)

    B

    Vivemos um período de medo, o que levou à uma maior busca por livros de superação. (Artigo indefinido)

    C

    Conte Jr. largou o ramo farmacêutico comprometendo-se à trabalhar no ramo editorial. (Diante de verbo)

    D

    Se ele não podia opor-se à ruína econômica, por que não lucrar com ela? (VTI diante de palavra feminino)

    E

    Efeitos calamitosos da Grande Depressão atingiram à milhões de americanos nos anos 30. (Palavra plural masculino)

    (Se o termo posterior à crase estiver no plural, a crase também deverá estar no plural)

  • A

    O socorro financeiro da família da esposa garantia à sobrevivência de Hill. (VTD)

    Quem garante , garante alguma coisa ( VTD )

    Ou seja , uso incorreto da crase .

  • Letra A – ERRADA – O verbo “garantir” pede objeto direto. Falta, dessa forma, a preposição A, para viabilizar a crase.

    Letra B – ERRADA – Não ocorre crase antes de artigo indefinido.

    Letra C – ERRADA – Não ocorre crase antes de verbo.

    Letra D – CERTA – A crase é resultado da fusão da preposição A – requerida pela regência de “opor-se” – com o artigo A – requerido por “ruína”.

    Letra E – ERRADA – Sem crase singular antes de plural masculino “milhões”.