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ID
5326240
Banca
IADES
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2021
Provas
Disciplina
Economia
Assuntos

No início da pandemia do Sars-CoV-2 (novo Coronavírus), o Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central, reduziu algumas vezes a taxa básica de juros da economia, a Selic. Essa taxa é um importante indicador para a economia como um todo e reflete a principal articulação da política monetária no Brasil. Acerca desse tema, no que se refere à moeda e à política monetária, julgue (C ou E) o item a seguir.

Em um regime conhecido como Caixa de Conversão, como o que vigorou no Brasil no começo do século 20, a autoridade monetária autorizada emite moeda nacional somente no caso de deficit comercial, a uma taxa de conversão pré-fixada, que é mantida constante durante a vigência desse mecanismo.

Alternativas
Comentários
  • Aqui temos que entender o contexto. Estamos falando do início do século XX, nesse momento, não existia controle sobre o déficit comercial exatamente. Veja que a Caixa de Conversão foi criada pelo Decreto nº 1575, de 6 de dezembro de 1906, para ajudar combater a crise pela qual passava mercado do café - produto importante para a economia brasileira - e manter equilibrado o poder de troca da moeda do Brasil no comércio com outras nações. Nesse caso, não tem qualquer associação com o resultado comercial do Brasil, sendo, assim, o item falso. - Prof. Amanda Aires

  • Fala pessoal! Tudo beleza? Prof. Jetro Coutinho aqui, para comentar esta questão sobre Economia Brasileira!

    A Caixa de Conversão foi uma medida econômica criada em 1906 (sim, 1906. E cobrada nesta questão de 2021, 115 anos depois).

    Basicamente, a caixa de conversão era um mecanismo que permitia que fossem trocados ouro e  moedas estrangeiras (libra, francos, etc.) por um recibo. Tal recibo seria um compromisso do Tesouro Nacional com o portador do recibo. Assim, se alguém com um recibo fosse até a Caixa, ele poderia entregar o recibo e receber seu dinheiro de volta.

    A caixa de conversão foi um mecanismo de controle de câmbio, evitando que o câmbio se apreciasse.

    Apenas a título de curiosidade, pouco tempo depois de criada a Caixa, o limite de 320 mil contos de réis foi atingido. E aí, o governo, sem ter mais como emitir recibos, teve que assistir a uma apreciação cambial.

    Bom, pelo que vimos acima, podemos classificar a questão como errada. A Caixa apenas convertia moeda estrangeira em recibos, sem emissão de moeda nacional e também sem a necessidade de observar o déficit comercial.


    Gabarito do Professor: ERRADO.
  • A emissão de moeda como modo de mitigar a situação também estaria errada, pelo que me parece. O déficit comercial, em um sistema de padrão-ouro (1906-1914 é a 3ª experiência brasileira de padrão-ouro), implica um volume maior de ouro nacional indo para fora do que o inverso, diminuindo a quantidade de ouro aqui. Como a paridade entre moeda e ouro deve se manter no regime de câmbio fixo, faria mais sentido que ocorresse diminuição da oferta monetária, e não seu aumento. Caso minha visão esteja incorreta, por favor me avisem hahaha

  • Padrão-ouro. A aturoridade emite moeda só quando há superávit comercial, ou seja, ingressa mais ouro no país, o que legitima a atuação ativa do BC nessa operação.

  • Caixa de Conversão (1906-14): "Com o funcionamento da Caixa de Conversão, entraria em ação o mecanismo de ajustamento automático tradicionalmente associado com a operação normal de um sistema monetário de padrão-ouro, isto é, movimento de ouro causariam mudanças na oferta de moeda." (p. 53, A Ordem do Progresso).

    O erro da questão é dizer que "a autoridade monetária autorizada emite moeda nacional somente no caso de deficit comercial", pois é o contrário. Se há superávit, entra ouro na caixa, que emite moeda nacional.