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ID
5344855
Banca
AOCP
Órgão
MPE-RS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Direito Processual Penal
Assuntos

Em relação ao Processo Penal, assinale a alternativa INCORRETA.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: (C) (incorreta)

    ___

    (A) Segundo o princípio da presunção de inocência, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória.

    CORRETO. Mais do que uma previsão processual, essa é uma previsão constitucional que consagra o princípio da presunção de inocência.

    (CF/88) Art. 5º, LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

    ___

    (B) O direito ao silêncio, previsto na Carta Magna como direito de permanecer calado, apresenta-se apenas como uma das várias decorrências do nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo.

    CORRETO. O princípio nemo tenetur se detegere significa que qualquer pessoa acusada da prática de um ilícito penal tem direito ao silêncio e a não produzir provas em seu desfavor, diga-se, ninguém é obrigado a “se descobrir”. O direito ao silêncio é apenas uma das ramificações desse princípio.

    ___

    (C) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e a autoridade policial velará pela sua indivisibilidade.

    ERRADO. A indivisibilidade será velada pelo Ministério Público, e não pela autoridade policial. O MP deve velar pela indivisibilidade para que a queixa-crime não se transforme em uma ferramenta de "vingança selecionada".

    (CPP) Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

    ___

    (D) A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

    CORRETO. (CPP) Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.

    Um adendo: O Pacote Anticrime trouxe alterações em relação ao arquivamento de inquérito policial. Ainda que haja uma “celeuma” quanto a QUEM cabe o arquivamento (antigamente, apenas o juiz o fazia; hoje, pela redação do PAC, que se encontra suspensa, cabe diretamente ao promotor). A banca não entrou em polêmicas, afinal, a autoridade policial NUNCA poderá arquivar os autos de inquérito.

    (E) Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes à instauração de inquérito contra os requerentes.

    CORRETO.

    (CPP) Art. 20, Parágrafo único. Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.

  • Gabarito: LETRA C INCORRETA

    C) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e a autoridade policial velará pela sua indivisibilidade.

    A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade (Art. 48 CPP).

  • Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

  • A questão exige do candidato o conhecimento acerca do que o Código de Processo Penal dispõe sobre ação penal. Atenção: a questão deseja que o candidato assinale a incorreta.

    A- Correta. Tal princípio está previsto na CRFB/88 em seu art. 5º, LVII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.

    B- Correta. Segundo Renato Brasileiro (2016), “o direito ao silêncio, previsto na Carta Magna como direito de permanecer calado, apresenta-se apenas como uma das várias decorrências do nemo tenetur se detegere, segundo o qual ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo”.

    C- Incorreta. A indivisibilidade será velada pelo Ministério Público, e não pela autoridade policial. Art. 48/CPP: "A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade”.

    D- Correta. É o que dispõe o CPP em seu art. 17: “A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito”.

    E- Correta. É o que dispõe o CPP em seu art. 20, parágrafo único: “Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes”.

    O gabarito da questão, portanto, é a alternativa C (já que a questão pede a incorreta).

    Referência:

    LIMA, Renato Brasileiro de. Manual de processo penal: volume único. 4ª ed. Salvador: JusPodivm, 2016, p. 71.

  • Assertiva C

    A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e a autoridade policial velará pela sua indivisibilidade.

  • A Constituição Federal traz princípios que orientam a aplicação do direito processual penal, os quais podem ou não estar previstos de forma expressa no texto constitucional. Como exemplo o princípio do duplo grau de jurisdição, que está ligado à possibilidade de revisão das decisões judiciais, deriva das garantias do devido processo legal e da ampla defesa e do contraditório, mas não se encontra expresso na Constituição Federal de 1988.        


    Vejamos outros princípios aplicáveis ao direito processual penal:


    1) PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA DAS PENAS: está expresso no artigo 5º, XLV, da CF: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido”.


    2) PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES: expresso na Constituição Federal em seu artigo 93, IX: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação”.


    3) PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: expresso no artigo 5º, LV, da Constituição Federal: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.


    4) PRINCÍPIO DO FAVOR REI: consiste no fato de que a dúvida sempre deve atuar em favor do acusado (in dubio pro reo), não está expresso no Constituição Federal e deriva do princípio da presunção de inocência (artigo 5º, LV, da CF: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”);


    5) PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL: previsto de forma expressa no artigo 5º, LIII, da Constituição Federal: “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.


    6) PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ: não é expresso na Constituição Federal, deriva do artigo 5, LIII, do texto constitucional e se encontra expresso no Código de Processo Penal em seu artigo 399, §2º: “O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença.”


    7) PRINCÍPIO DA NÃO CULPABILIDADE OU PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA: previsto no artigo 5º, LVII, da Constituição Federal: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.


    8) PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO: expresso na Constituição Federal em seu artigo 5º, LXXVIII: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. 


    A) INCORRETA (a alternativa): Segundo o princípio da não culpabilidade ou presunção de inocência, previsto no artigo 5º, LVII, da Constituição Federal: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”


    B) INCORRETA (a alternativa): a presente afirmativa está correta e o direito de permanecer em silêncio é apenas uma das formas de exercício do direito a não autoincriminação previsto na Constituição Federal de 1988, do qual também decorre, como exemplo, a não obrigatoriedade do fornecimento de padrão de voz.


    C) CORRETA (a alternativa): Um dos princípios aplicáveis a ação penal privada é o da INDIVISIBILIDADE, ou seja, quando a parte optar por oferecer a ação penal deverá realizar em face de todos os autores e o Ministério Público, que atua na ação penal privada como custos legis, velará pela sua indivisibilidade, artigo 48 do Código de Processo Penal (estando a afirmativa incorreta em sua parte final, onde está que “a autoridade policial velará pela sua indivisibilidade”).


    D) INCORRETA (a alternativa): uma das características do inquérito policial é a indisponibilidade, ou seja, a autoridade policial não poderá mandar arquivar os autos do inquérito policial, artigo 17 do Código de Processo Penal:

    “Art. 17.  A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito.”


    E) INCORRETA (a alternativa): a presente afirmativa está correta e traz o disposto no artigo 20, parágrafo único do Código de Processo Penal:

    “Art. 20.  A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade.

    Parágrafo único.  Nos atestados de antecedentes que lhe forem solicitados, a autoridade policial não poderá mencionar quaisquer anotações referentes a instauração de inquérito contra os requerentes.”


    Resposta: C


    DICA: Tenha sempre muita atenção com relação ao edital, ao cargo para o qual esteja prestando o concurso e o entendimento dos membros da banca, principalmente em questões em que há entendimentos contrários na doutrina e na jurisprudência. 






  • GABARITO - C

    A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e a autoridade policial velará pela sua indivisibilidade. ( ERRADO )

    Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

  • GABARITO - C

    Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

    Desse modo, o principio da indivisibilidade está previsto no art. 48 do Código de Processo Penal.

    Referido princípio alcança apenas as ações penais privadas, conforme se infere pelo teor do dispositivo em destaque.

    O membro do MP atua no processo deflagrado por ação penal privada como custos legis, devendo zelar pela obediência ao princípio da indivisibilidade.

  • ADENDO

    Princípio da presunção de Inocência (não culpabilidade)

     

    CF art. 5º LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;

     

    É ônus da acusação demonstrar os elementos que comprovem que o acusado é culpado, uma vez que resta inerte seu status de inocente até prolação de sentença condenatória criminal transitada em julgada. 

     

    ⇒ Deste princípio decorre, regras de tratamento, em duas dimensões:

     

    a) interna ao processoônus da prova recai integralmente sobre a parte acusadora + as prisões cautelares devem ser excepcionais - medida extrema para resguardar a eficácia do processo.

     

    b) externa ao processo: garantias constitucionais da imagem, dignidade e privacidade demandam uma proteção contra a publicidade abusiva e a estigmatização do acusado - abusiva exploração midiática em torno do fato criminoso e do próprio processo judicial - “perp walk”.

     

    • Lei 13.869/19 criminaliza tal conduta, presente o dolo específico + audiência de custódia visa a mitigar essa perspectiva.

     

  • Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

  •   Art. 48.  A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade.

  • Ministério Público , e não autoridade policial.