SóProvas


ID
5345041
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Guarulhos - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A busca por um sentido


“Os dois dias mais importantes da sua vida são aqueles em que você nasceu e aquele em que descobre o porquê.” A máxima atribuída ao escritor americano Mark Twain (1835- 1910), autor de clássicos como As Aventuras de Tom Sawyer (1876), resume com precisão o valor de encontrar um propósito para a própria existência. Naturalmente, nunca é demais sublinhar, a busca por um sentido para estar vivo se confunde com o humano – ou, melhor ainda, com “ser” humano.

    Há cerca de 50000 anos, quando, segundo achados recentes, o Homo Sapiens começou a pintar nas paredes das cavernas, desenhávamos figuras místicas, como caçadores dotados de superpoderes, que pareciam auxiliar os homens daquela época a situar a si mesmos em meio ao desconhecido. De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma razão única que justifique o viver – porém cada indivíduo pode descobrir a sua.

    Diante da pergunta “por que estamos aqui?”, feita durante uma entrevista, o escritor Charles Bukowski (1920- 1994), alemão radicado nos Estados Unidos, destacou: “Para quem acredita em Deus, a maior parte das grandes questões pode estar respondida. Mas, para aqueles que não aceitam a fórmula de Deus, as grandes respostas não estão cravadas na pedra. Nós nos ajustamos a novas condições e descobertas”.

    No rastro desse debate, outra indagação se impõe: afinal, vale tanto assim o esforço de refletir acerca dos motivos de estar na Terra? Um estudo publicado em dezembro no periódico científico Journal of Clinical Psychiatry (EUA) foi pioneiro ao garantir que, até mesmo do ponto de vista da saúde física e mental, vale, sim, a pena. O veredito do estudo: aqueles que revelavam ter descoberto sentido em sua vida demonstravam também melhores condições de saúde, tanto psicológica como física. Enquanto isso, ocorreu o contrário com os que declaravam estar no máximo em um processo de busca. Esses apresentavam, com maior frequência, problemas de saúde.

(Sabrina Brito, Veja, 15.01.2020. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui os trechos destacados nas passagens – Há cerca de 50000 anos / De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma razão única – de acordo com a norma-padrão de concordância.

Alternativas
Comentários
  • Assertiva E

     Há cerca de 50000 anos / De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma razão única – de acordo com a norma-padrão de concordância. = Faz aproximadamente / não há indícios

  • GABARITO: E

    "Há cerca de 50000 anos..." → "Faz aproximadamente"

    ➥ Pessoal, o verbo fazer e o verbo haver, quando possuem sentido de tempo decorrido, não variam.

    • Exemplo: "Venho aqui dez anos..." e "faz dez anos que não a vejo".

    ➥ Veja que, quando a gente diz "há cerca de...", queremos dizer o mesmo que "aproximadamente há tantos anos...", portanto o correto é substituir por: "Faz aproximadamente..."

    Só tome cuidado para não confundir:

    • Acerca de: Equivale a sobre: "Falei acerca do assunto XYZ..." → "Falei sobre o assunto XYZ"
    • A cerca de: Equivale a distância aproximada: "Você está a cerca de 1 quilômetro do destino..."
    • Há cerca de: Equivale a tempo decorrido (exemplo da questão).

    ➥ Para quem quiser uma outra questão para treinar, acesse a Q905898 (VUNESP/PC-SP/2018) e a Q1698132 (IBADE/SEE-AC/2020).

    "De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma razão única" → não há indícios

    Pergunte: O que não existe? Indícios. Indícios não existem. Como queremos trocar por um verbo com sentido de existir, o correto é: "não indícios"

    Detalhe do examinador malandro:

    Na primeira frase (não existem indícios...), indícios é sujeito do verbo existir. Já na segunda (não há indícios...), com a substituição, ele se torna objeto direto, pois o verbo haver, quando possui sentido de existir, não possui sujeito, apenas objeto direto. Exemplo:

    • "Há duas meninas na sala". Meninas na sala, neste caso, é objeto direto (não é sujeito!).
    • "Existem duas meninas na sala" → Agora elas viraram sujeito.

    Geralmente esse detalhe é pedido por outras bancas (QUADRIX, CESPE etc.). Não é muito a onda da VUNESP, mas vai que... rsrs

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Uso do verbo "ter" no sentido de existir é inapropriado na linguagem formal. Por isso o erro na alternativa D. Caso esteja errado ou estejam faltando mais informações, corrijam-me, por gentileza.

  • a) Fazem perto de / não se tem indícios

    Incorreto. Ambas as substituições incorrem em erro, haja vista que o verbo "fazer", no sentido temporal, é impessoal (não varia) e o verbo "ter", usado no sentido de existência, é mero coloquialismo repelido pela língua casta. Para conferir o sentido visado, prefira o verbo "existir" ou "haver";

    b) Fazem mais ou menos / não se veem indícios

    Incorreto. A primeira substituição incorre em erro: consoante dito acima, o verbo "fazer", no sentido temporal, não varia, pelo simples motivo de não ter sujeito;

    c) Faz quase / não se encontra indícios

    Incorreto. A segunda substituição incorre em erro: o verbo "encontrar" deve-se flexionar a fim de concordar com o núcleo "indícios", termo no plural;

    d) Faz próximo de / não têm indícios

    Incorreto. A segunda substituição incorre em erro: consoante dito, o verbo "ter", usado com o sentido de existir, afigura coloquialismo que deve ser relegado apenas a situações informais. Em provas de concurso, prefira, para esse sentido, o verbo "existir" ou "haver";

    e) Faz aproximadamente / não há indícios

    Correto. Ambas as substituições estão corretas: verbo "fazer" impessoal e flexionado na terceira pessoa do singular e verbo "haver", também impessoal, flexionado na terceira pessoa do singular.

    Letra E

  • A

    Faz

    B

    Faz

    C

    Faz quase / encontram

    D

    Faz próximo de / há

    E

    Faz aproximadamente / não há indícios. (Correto)

  • ''Faz'' no sentido de tempo decorrido fica no singular!

  • Olha a impessoalidade do verbo Haver no sentido existir aí.

    Gab E

    Há cerca de 50000 anos / De lá para cá, não existem indícios de que se possa chegar a uma razão única

    Faz aproximadamente / não indícios.

  • Os comentários do Lucas Vicente são ótimos, parabéns e obrigado
  • Complementando os comentários: O verbo "haver" pode ser pessoal, caso não o seja no sentido de existir, acontecer e ocorrer, ou com sentido de tempo decorrido.

    Usado como verbo auxiliar, varia. Sempre: 1º auxiliar e o último principal. Como auxiliar: "ex.: Havíamos estudado toda a matéria."

    Como principal: "ex.: Deve haver alguém que estudou toda a matéria. "

    Caso a locução seja pessoal se flexionará (flexioná-lo-á). "Ex.: Devem existir bons alunos aqui no site."

    O verbo ter, sei que falamos e podemos! Até porque, muito poucas pessoas falarão assim.: “Neste site pessoas inteligentes”. De acordo com a norma culta, não podemos escrever: “têm pessoas”. O verbo “ter” denota posse. Mas caso ele seja empregado na locução com verbo auxiliar, pode! Olha aí, meus queridos! Kkk. Já viu o desafio que temos em mãos! "Ex.: Os homens maus haviam falado mal das pessoas que nos ajudavam. Com a substituição: Os homens maus tinham falado mal das pessoas que nos ajudam. "

  • E Se ACERTEI BÊBADO, VC TBM CONSEGUIRÁ! Faz aproximadamente / não há indícios