SóProvas


ID
5350933
Banca
UFTM
Órgão
UFTM
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017, “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”, acompanhou a importância que a prova passou a dar aos alunos surdos, tanto que, pela primeira vez, há a versão em vídeo para os candidatos que não são ouvintes.

    “Ser o tema do Enem é uma forma de expandir a discussão para todos os alunos. Os surdos devem fazer parte da sociedade e ter consciência disso é parte importante do processo”, afirma Cyntia Teixeira, doutoranda da PUC-SP e professora no Instituto Federal de São Paulo.

    O primeiro ponto ressaltado é o diagnóstico do sistema educacional do Brasil. “Existe a carência de intérpretes capacitados para atuar em escolas e universidades, por exemplo. A formação costuma ser generalista”, afirma Carla Sparano, intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) e doutoranda em Linguística Aplicada e Estudos de Linguagem na PUC-SP.

    O professor Everton Pessôa de Oliveira, tradutor-intérprete de Libras-português, explica que a formação desses profissionais costuma ocorrer em ambientes informais, como em espaços religiosos e familiares.

    Everton reforça que, apesar de a legislação proibir, há escolas particulares que negam a matrícula de crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um professor bilíngue ou intérprete. “E nas públicas, o quadro não é diferente: a lei não é sempre cumprida. Dou aula no município de Mauá (SP) e lá temos um intérprete de Libras para cada aluno surdo. Mas isso é exceção: não ocorre em todas as escolas municipais, muito menos nas estaduais”, afirma.

    É importante ressaltar que incluir vai muito além de aceitar a matrícula do aluno com deficiência. A mera presença da criança surda na escola não garante que ela esteja incluída. É preciso adaptar atividades e investir na formação de docentes, por exemplo, além de reforçar a relação entre escola, família e comunidade. “O professor necessita compreender as necessidades do aluno surdo, entender que é preciso investir em uma pedagogia mais visual. Não dá para aplicar uma atividade separada para o aluno com deficiência. É preciso adaptar as tarefas para a sala inteira”, diz Carla Sparano.

    Cyntia Teixeira diz que a educação dos surdos não deve ser uma preocupação apenas da comunidade deles. É preciso que o coletivo se mobilize para aprender a dominar Libras. “Se fosse uma preocupação de todos desde a infância, a inclusão no mercado de trabalho deixaria de ser um obstáculo, por exemplo”, afirma.

    Uma das propostas de intervenção na redação poderia ser essa, inclusive: a disciplina de Libras só existe nas licenciaturas e nos cursos de pedagogia e de fonoaudiologia, segundo o decreto nº 5626, de 2005. “Mesmo nesses casos, é mais uma reflexão sobre o assunto que um aprendizado”, diz o professor Everton. “Deveria existir uma formação desde a escola e em todas as graduações. ”

    Existem especialistas que defendem a importância das escolas bilíngues (Libras-português) exclusivas para surdos, em vez de apostarem na inclusão em colégios regulares. “A política de inclusão vale para cegos, cadeirantes ou pessoas com deficiência intelectual, que compartilham a mesma língua: o português. Eles necessitam de adaptações de conteúdo ou arquitetônicas no prédio, por exemplo. No caso dos surdos, a grosso modo, o que deve ser oferecido é a educação na língua em que eles falam: Libras”, explica Daniela Takara, professora em uma escola municipal bilíngue em São Paulo. “O que é necessário para um surdo obter sucesso escolar é um lugar onde as pessoas consigam de fato se comunicar com ele e, a partir da discussão, trocar informação, construir conhecimento. O português está para o surdo assim como inglês está para nós. É a segunda língua”, completa.

    Karin Strobel é surda, professora de Libras-Letras na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e autora do livro “As imagens do outro sobre a cultura surda”. Ela concorda com a importância da criação de escolas bilíngues para a primeira etapa de ensino e enfatiza que só depois de dominarem Libras é que os alunos deveriam ser incluídos nas escolas regulares. “A contratação dos intérpretes em escolas regulares é importante para os adolescentes, no ensino médio, por exemplo. Mas em ensino infantil e fundamental, é preciso introduzir Libras, investir na pedagogia visual, nos materiais didáticos próprios para eles”, explica.


(TENENTE, Luiza. Disponível em: https://g1.globo.com/educacao/enem/2017/noticia/ redacao-do-enem-especialistas-em-educacao-de-surdos-sugerem-argumentos-para-o-texto.ghtml. Acesso em 11 de maio de 2017. Adaptado)

Releia o fragmento “há escolas particulares que negam a matrícula de crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um professor bilíngue ou intérprete”. A forma verbal destacada nesse trecho encontra-se no:

Alternativas
Comentários
  • Presente do indicativo:

    eu cobro

    tu cobras

    ele cobra

    nós cobramos

    vós cobrais

    eles cobram

    E se desenvolve habitualmente, porque eles Cobram, eles negam, etc!

    GAB D

  • Futuro do Pretérito do Indicativo

    eu cobraria

    tu cobrarias

    ele cobraria

    nós cobraríamos

    vós cobraríeis

    eles cobrariam

    Futuro do subjuntivo

    quando eu cobrar

    quando tu cobrares

    quando ele cobrar

    quando nós cobrarmos

    quando vós cobrardes

    quando eles cobrarem

    Pretérito Imperfeito do Indicativo

    eu cobrava

    tu cobravas

    ele cobrava

    nós cobravámos

    vós cobráveis

    eles cobravam

    Presente do Indicativo

    eu cobro

    tu cobras

    ele cobra

    nós cobramos

    vós cobrais

    eles cobram

  • A questão é sobre verbos e quer saber saber qual o tempo e modo verbal do verbo destacado em “há escolas particulares que negam a matrícula de crianças surdas ou cobram taxas extras da família para que seja contratado um professor bilíngue ou intérprete”. Vejamos:

     .

    Verbo: palavra variável que exprime ação, estado, fato ou fenômeno. O verbo é palavra indispensável na organização do período. Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com efeito, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o tempo, o modo e a voz. Ao conjunto ordenado de flexões ou formas de um verbo dá-se o nome de conjugação. São três os tempos verbais: presente, pretérito (= passado) e futuro. Os modos do verbo são três: indicativo, subjuntivo e imperativo. São formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio

     .

    A) Futuro do pretérito do indicativo, exprimindo um processo hipotético de realização possível.

    Errado. Futuro do pretérito do indicativo: eu cobraria, tu cobrarias, ele cobraria, nós cobraríamos, vós cobraríeis, eles cobrariam.

    Futuro do pretérito do indicativo: refere-se a algo que poderia ter acontecido posteriormente a uma situação no passado e expressa incerteza, surpresa ou indignação. Ex.: Se eu tivesse dinheiro, viajaria nas férias.

     .

    B) Futuro do subjuntivo, indicando um processo futuro possível em relação a outro fato futuro.

    Errado. Futuro do subjuntivo: quando eu cobrar, quando tu cobrares, quando ele cobrar, quando nós cobrarmos, quando vós cobrardes, quando eles cobrarem.

    Futuro do subjuntivo: indica uma ação que ainda não aconteceu no futuro, mas que possivelmente poderá acontecer. Geralmente vem acompanhado por "quando". Ex.: Quando você quiser, estudaremos juntos.

     .

    C) Pretérito imperfeito do indicativo, transmitindo uma ideia de continuidade, de não conclusão.

    Errado. Pretérito imperfeito do indicativo: eu cobrava, tu cobravas, ele cobrava, nós cobrávamos, vós cobráveis, eles cobravam.

    Pretérito imperfeito do indicativo: refere-se a um fato inacabado ocorrido no passado, transmitindo, portanto, uma ideia de continuidade. Ex.: Ainda era noite, quando me levantei.

     .

    D) Presente do indicativo, exprimindo um processo verbal que se desenvolve habitualmente.

    Certo. Presente do indicativo: eu cobro, tu cobras, ele cobra, nós cobramos, vós cobrais, eles cobram.

    Presente do indicativo: a ação da qual se está falando ocorre no instante da fala e essa ação provavelmente ou certamente está acontecendo ou acontecerá, ou seja, ela tem possibilidades reais de acontecer. Ex.: Eu resolvo questões todos os dias.

     .

    Gabarito: Letra D  

  • PRESENTE INDICATIVO: índica um fato que ocorre no momento em que se fala = hábito, presente futuro próximo

    GAB. LETRA "E"