SóProvas


ID
5361553
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Ilhabela - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto de Luis Fernando Verissimo para responder à questão.


2020


    E lá fomos nós para o ano vinte-vinte, na esperança de que a repetição dos números significasse alguma coisa...
    Vivemos sempre com a expectativa que uma anomalia ou qualquer ruptura com o normal – como um ano com números reincidentes – seja um sinal. E há pessoas que procuram nos astros esse sinal de que algo guia seus passos e orienta sua vida.
    Quando comecei a trabalhar na imprensa, há 200 anos, fazia de tudo na redação, depois de passar o dia no meu outro emprego de redator de publicidade. Um dia me pediram para fazer o horóscopo, já que o astrólogo profissional insistia em ganhar um aumento, uma reivindicação irrealista, dadas as condições do jornal. Como eu já fazia de tudo na redação, comecei a fazer o horóscopo também. Todos os dias inventava o destino das pessoas e distribuía as previsões e os conselhos pelos 12 signos do zodíaco.
    O horóscopo era a última coisa que eu fazia no jornal antes de ir me encontrar com a Lucia e, se tivéssemos sorte, ir a um cinema, de modo que meu horóscopo era sempre feito às pressas, e com a escassa energia que sobrava depois de um dia fazendo de tudo. E então bolei uma solução genial para liquidar o horóscopo em pouco tempo e ir embora. Como era óbvio que as pessoas só querem saber o texto do seu próprio signo, comecei a fazer um rodízio: mudava os textos de signo e de lugar. O que um dia era o texto para libra no dia seguinte era para sagitário, etc. Ninguém iria notar a trapaça sideral, os deuses me perdoariam.
    Não demorou para que o editor do jornal me chamasse. Tinha muita gente reclamando do horóscopo. O que eu pensava que era óbvio não era. Minha pseudoesperteza tinha sido descoberta, aparentemente todo o mundo lê todo o horóscopo todos os dias. Minha breve carreira de astrólogo terminou ali. Mas eu só queria dizer que, mesmo quando era eu que escrevia os textos, nunca deixava de ler o que libra reservava para meu futuro. Fazer o quê? Precisamos de uma direção na vida, venha ela de onde vier. 

(O Estado de São Paulo, 05.01.2020. Adaptado) 

Assinale a alternativa em que a frase reescrita com base nas ideias do texto está em conformidade com a regência padrão.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: D

    a) Vivemos sempre na ânsia a que uma anomalia rompa com a normalidade. → Errado.

    1. Quem tem ânsia, tem ânsia DE alguma coisa (ânsia de que uma anomalia rompa).
    2. No sentido de deixar de ter uma boa relação, o verbo romper rege a preposição com (romper com alguém...). Fonte: dicio.com.br/romper/

      

    b) Há pessoas que procuram nos astros um sinal de algo que guie nossos passos, que dê um norte com nossa vida. → Errado. Quem dá um norte, dá um norte A alguém (dê um norte a nossa vida)

    • Lembrando: Aqui a crase é facultativa, pois há um pronome possessivo feminino no singular (nossa). Outros exemplos de casos facultativos são: ATÉ SUA MARIA (depois de até, antes de pronomes possessivos femininos no singular e antes de nomes próprios femininos)

      

    c) O astrólogo profissional tinha a pretensão com ganhar um aumento, mas era uma reivindicação irrealista. → Errado. Quem tem a pretensão, tem a pretensão DE alguma coisa (tem a pretensão de ganhar um aumento)

      

    d) Meu horóscopo era sempre feito às pressas, e com a escassa energia de que dispunha depois de um dia fazendo de tudo. → Correto. Quem dispõe, dispõe DE alguma coisa (eu dispunha DE uma escassa energia).

      

    e) Nunca deixava de olhar o horóscopo para ver o futuro de que libra me havia destinado. → Errado. Veja que libra havia destinado o futuro a mim. Não temos nenhum verbo que pede a preposição de antes ou depois do pronome relativo que, logo não podemos empregá-lo.

      

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Fiquei na dúvida quanto ao "de tudo" na alternativa correta, letra D.

  • Interessante é esse "deixava de olhar", pois o verbo "deixar" a meu ver é VTD, pois quem deixa, deixa algo. Mas dizer "deixava olhar" também não tem sentido. É uma expressão já consagrada pelo coloquialismo ?

  • Carlos, salvo engano, deixar é verbo transitivo direto indireto. Se eu estiver errado podem me corrigir por favor
  • Salvo pelo vômito !!!

  • Parece que deixar pode ser várias coisas: https://www.dicio.com.br/deixar/

  • Qual o erro da alternativa B) ?