Para resolução da questão em análise, faz-se
necessário o conhecimento sobre modelos de tomada de decisão.
Diante disso, vamos a uma breve explicação.
Ribas (2013) traz que o processo de decisão é um
ato o qual exige firmeza e coragem na resolução dos problemas, com o intuito de
conquistar resultados positivos para a organização. O processo de tomada de
decisão é a escolha entre alternativas ou possibilidades, sendo tomadas para
resolver problemas ou aproveitar oportunidades.
Sobre o processo de tomada de decisão existem
alguns modelos, entre eles:
- Modelo racional: o processo de decisão é realizado unicamente pela descoberta de
um problema, nesse modelo há um fluxo de produção e análise de informações o
qual resultará na identificação e na opção de alternativas para o alcance
eficiente dos objetivos organizacionais. (são características: evitar
incertezas, adoção de feedback, manutenção de regras e utilização de regras
simples).
- Modelo Incremental: Proposto por Lindblom (1958) é um modelo descritivo que
reconhece que a escolha dos objetivos não é independente dos valores, logo sua
implementação está sujeita a interferências. Uma vez que cada ator envolvido
terá sua percepção do problema e de sua solução, portanto esse modelo está
focado no consenso.
- Modelo Processual
(desestruturado): esse modelo é aplicado quando
o nível de incerteza é alto, o processo decisório não é direto e é desenvolvido
de forma desestruturada e não previsível. Por sofrer constantes mudanças, as
organizações reavaliam as alternativas e voltam atrás sempre que possível até a
tomada de decisão final.
- Modelo Anárquico (Lata de Lixo): A decisão nesse modelo é o resultado de reuniões entre
indivíduos e grupos da organização para definição de quais problemas, quais as
escolhas devem ser examinadas, quais as soluções. Nesse modelo a decisão é
baseada na tentativa e erro.
Ante o exposto, a alternativa correta é a letra B,
uma vez que a abordagem Lata de Lixo os integrantes desse modelo lançam
problemas e soluções e as soluções resultam de oportunidades de escolha entre
elas.
Quando esse modelo é adotado é capaz de verificar:
definição de padrão de chegada de problemas, soluções e decisões, nível de
energia dos potenciais participantes e ligação entre os elementos envolvidos.
O modelo anárquico adota três maneiras para tomada
de decisão; por resolução (pensar no problema antes de se tomar a decisão), por
inadvertência (escolhas são feitas de maneira rápida e incidentalmente para que
outras sejam feitas) e por fuga (o problema inicial desaparece e a decisão não
resolve nenhum problema mais).
Fonte:
RIBAS, L., Andréia; SALIM, Cassiano. Gestão de
pessoas para concursos. Alumnus, 2013.
Gabarito do Professor: Letra B.
Racionalidade limitada - encontrei algo que ajusou a entender no repositório do ENAP.
Cohen et al. sugerem que a imagem das organizações como “meios para solução de problemas bem definidos ou estruturas nas quais o conflito é resolvido por meio da negociação” pode ser bem substituída por outra: “uma organização é uma coleção de escolhas procurando por problemas, problemas e percepções buscando por oportunidades de decisão nas quais possam ser consideradas, soluções procurando por questões para as quais possam ser uma resposta e tomadores de decisão atrás de trabalho”.
Nas organizações que se enquadram no modelo de “anarquias organizadas”, o modelo de tomada de decisões foge ao padrão convencional: identificação de problema, verificação das alternativas de resolução, análise crítica e decisão. Ao contrário desse modelo, surgem incontáveis propostas de soluções já prontas, porém embaralhadas, que tentam encaixar-se como propostas de solução dos conflitos. Causam a impressão de existir um estoque de soluções à procura de problemas; e um time de tomadores de decisões à procura de oportunidades para mostrar trabalho. Ao mesmo tempo, discussões e levantamento de outras 6 questões paralelas são bastante frequentes. As decisões são amplamente negociadas; e soluções, barganhadas. Tal quadro leva à metáfora de uma lata de lixo (garbage can) onde todas as possibilidades são despejadas. O processo decisório batizado de garbage can apresenta-se como proposta viável, porém longe do ideal, para a resolução de problemas, em organizações com alto índice de ambiguidade de objetivos e conflitos de interesses, situação bastante comum em universidades. Nessas condições o processo decisório é visto como consequência nessas organizações (ELLSTRÖM, 2007)