SóProvas


ID
5381971
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Pitangueiras - SP
Ano
2019
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    É difícil pensar na finitude humana, por trazer à tona a visão escatológica do fim do mundo da nossa tradição judaico-cristã. Ela representa sinais inevitáveis de que todos os seres vivos são finitos, todos vamos morrer e temos um final, mas o medo da morte dispara o nosso mecanismo de defesa contra o absurdo de não querer morrer. No fundo, ninguém acredita em sua própria morte, como disse Freud: “no inconsciente cada um de nós está convencido de sua própria imortalidade”. Apesar dessa negação, a morte nos dá sinais com frequência, porque está em nós o medo do abandono, da doença, da velhice, da violência e das incertezas da vida e seus conflitos.
    Então, para superar a negação da morte, precisamos aceitar que ela é um fenômeno impossível de não acontecer, que não se importa se somos religiosos, ateus, pobres e ricos ou menos ainda se alguém será enterrado como indigente ou em um mausoléu construído para sepultar uma figura importante. Entretanto, podemos aprender a lidar com isso de maneira pacífica: buscando o conforto na fé e nas crenças que acreditam na continuação da vida depois da morte, ou encontrar na sabedoria e na espiritualidade não apenas respostas sobre a finitude, mas sobre o sentido da vida, com seus encantos e desencantos.
    Hoje, em nossa civilização, estão presentes duas grandes forças antagônicas, segundo o psicanalista Erich Fromm: a orientação necrófila (amor à morte) e a orientação biófila (amor à vida). A primeira considera a morte de estranhos e de inimigos um fato insólito, exaltando as enfermidades, os desastres, os homicídios, etc., que causam mortes. A orientação biófila, porém, revela-se nos seres humanos que celebram que todos os organismos vivos ______ direito ____ vida. Eles lutam para preservar a vida e compreender a morte como processo da nossa biofilia. Além disso, as pessoas biófilas amam a vida e são atraídas pela sua energia beneficiente e beleza em todas as dimensões, preferindo a pacificação à destruição.
    Assim, passamos a ter a percepção de finitude humana, mas não pela razão fria e calculista que estabelece a condição niilista de vida e morte, presente em criaturas que prefaciam não existir tempo suficiente para concretizar todos seus desejos e ambições, vivendo a sensação feral e débil diante da vida. A finitude e seus sinais se impõem pela nossa realidade involuntária de haver nascido e ter que morrer. Contudo, nascemos livres para dar sentido à vida e entender os dilemas da existência humana. É como afirmou Leon Tolstói: “quando se pensa na morte, a vida tem menos encantos, mas é mais pacífica”.
    Enfim, para nos desprender da tensão entre a vida e a morte, é necessária a capacidade de transcender, de se elevar acima dessa dicotomia, já que temos a potência para desenvolver a nossa consciência e sentimentos, que nutrem de significados a nossa existência nos planos material e espiritual.

(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em:
https://www.contioutra.com/quando-se-pensa-na-morte-a-vida-tem-
menos-encantos-mas-e-mais-pacifica/. Acesso em: 17/07/2019.)

Correlacione os itens a seguir, identificando corretamente a classificação das palavras retiradas do texto.

1. Advérbio de lugar.
2. Adjetivo derivado.
3. Adjetivo primitivo.
4. Pronome indefinido.

( ) Acima.
( ) Pacífica.
( ) Ninguém.
( ) Fria.

A sequência está correta em

Alternativas
Comentários
  • GAB: A

    Advérbio de lugar: abaixo, acima, adentro, adiante, afora, aí, além, algures (em algum lugar),

     

    Adjetivos Derivados: , derivam de outras palavras, que podem ser adjetivos, substantivos ou verbos.  Pacífico tem a mesma origem que “tranquilo, sossegado, em paz”, coisa inatingível nesta aulinha.

    Pronomes indefinidos: Algo, alguém, cada, nada, ninguém, outrem, tudo. não quer tomar nada.

    Adjetivos Primitivos: não derivam de nenhuma palavra. Eles são aqueles de onde são formados outros adjetivos - os derivados

  • A questão é sobre adjetivo e quer que marquemos a sequência correta. Vejamos:

     .

    ( ) Acima. 

    1. Advérbio de lugar.

    Advérbio: palavra invariável que indica circunstâncias. Modifica um adjetivo, um verbo ou outro advérbio. Pode ser de afirmação, dúvida, intensidade, lugar, modo, tempo e negação.

    Advérbios de lugar (caracterizam o lugar): abaixo, acima, acolá, cá, lá, aqui, ali, aí, além, aquém, algures(= em algum lugar), alhures (= em outro lugar), nenhures (= em nenhum lugar), atrás, fora, afora, dentro, perto, longe, adiante, diante, onde, avante, através, defronte, aonde, donde, detrás.

     .

    ( ) Pacífica. 

    2. Adjetivo derivado.

    "Pacífica" deriva do verbo "pacificar".

    Adjetivo: palavra variável em gênero, número e grau que expressa qualidade, característica, defeito, origem, estado do substantivo ou de qualquer palavra substantivada.

    Adjetivo derivado: é o que deriva de substantivos ou verbos: famoso, carnavalesco, amado, etc.

     .

    ( ) Ninguém. 

    4. Pronome indefinido.

    Pronome: palavra variável em gênero, número e pessoa que substitui o substantivo, determina ou o acompanha, indicando-o como pessoa do discurso ou situando-o no espaço e no tempo. São classificados em pessoais, possessivos, demonstrativos, interrogativos, relativos e indefinidos e também podem ser classificados em pronomes adjetivos e pronomes substantivos.

    Pronomes indefinidos: referem-se à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago ou expressando quantidade indeterminada. Alguns deles: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, vários, tanto, quanto, qualquer, tudo, algo, nada, ninguém, cada...

     .

    ( ) Fria.

    3. Adjetivo primitivo. 

    Adjetivo primitivo: é o que não deriva de outra palavra: bom, forte, feliz, etc.

     .

    Gabarito: Letra A