A evolução do processo psicodiagnóstico tem sido gradativa e os psicólogos, principalmente influenciados pelos conceitos psicanalíticos, passaram a explorar mais o rico potencial que tinham à sua disposição (Ocampo et al., 1995).
A evolução dessa prática clínica levou a uma nova concepção de psicodiagnóstico, que busca integrar avaliação e intervenção, neutralizando os possíveis limites entre o diagnóstico e a psicoterapia breve.
Assim denomina-se Psicodiagnóstico Interventivo a uma forma de avaliação psicológica, subordinada ao pensamento clínico, para apreensão da dinâmica intrapsíquica, compreensão da problemática do indivíduo e intervenção nos aspectos emergentes, relevantes e/ou determinantes dos desajustamentos responsáveis por seu sofrimento psíquico e que, ao mesmo tempo, e por isso, permite uma intervenção eficaz (Paulo, 2004). Esse processo prioriza o raciocínio clínico e utiliza os resultados dos instrumentos psicológicos de uma forma flexível, como um trabalho dinâmico que se estrutura em função dos aspectos emergentes e significativos da situação clínica e é único para cada paciente.
Trata-se de um psicodiagnóstico com a aplicação de instrumentos psicológicos, entre eles, os projetivos, necessários à avaliação da problemática específica, mas usados também como mediadores do contato terapêutico. Implica em utilizar os dados, respostas, reações físicas ou emocionais do paciente e resultados obtidos na análise das técnicas projetivas de modo flexível, como ponto de partida para a intervenção terapêutica, o mais precocemente possível. Refere-se ao emprego de instrumentos projetivos, como facilitadores da comunicação, como auxiliares na elaboração de intervenções e como mediadores do contato do psicoterapeuta com o mundo interno dos pacientes.
Considerando a necessidade de dispormos de meios eficientes de promover intervenções imediatas e adequadas à realidade social em que vivemos, o diagnóstico interventivo permite promover experiências mutativas junto a pessoas que sofrem, diagnosticando e intervindo desde as primeiras consultas, como propõe Winnicott (1971/1984), em “Consultas Terapêuticas”.