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ID
538783
Banca
FCC
Órgão
TRF - 3ª REGIÃO
Ano
2007
Provas
Disciplina
Psicologia
Assuntos

O Psicodiagnóstico Interventivo é tratado por Ancona Lopez (1995) como um modelo

Alternativas
Comentários
  • A evolução do processo psicodiagnóstico tem sido gradativa e os psicólogos, principalmente influenciados pelos conceitos psicanalíticos, passaram a explorar mais o rico potencial que tinham à sua disposição (Ocampo et al., 1995).

    A evolução dessa prática clínica levou a uma nova concepção de psicodiagnóstico, que busca integrar avaliação e intervenção, neutralizando os possíveis limites entre o diagnóstico e a psicoterapia breve.

    Assim denomina-se Psicodiagnóstico Interventivo a uma forma de avaliação psicológica, subordinada ao pensamento clínico, para apreensão da dinâmica intrapsíquica, compreensão da problemática do indivíduo e intervenção nos aspectos emergentes, relevantes e/ou determinantes dos desajustamentos responsáveis por seu sofrimento psíquico e que, ao mesmo tempo, e por isso, permite uma intervenção eficaz (Paulo, 2004). Esse processo prioriza o raciocínio clínico e utiliza os resultados dos instrumentos psicológicos de uma forma flexível, como um trabalho dinâmico que se estrutura em função dos aspectos emergentes e significativos da situação clínica e é único para cada paciente.

    Trata-se de um psicodiagnóstico com a aplicação de instrumentos psicológicos, entre eles, os projetivos, necessários à avaliação da problemática específica, mas usados também como mediadores do contato terapêutico. Implica em utilizar os dados, respostas, reações físicas ou emocionais do paciente e resultados obtidos na análise das técnicas projetivas de modo flexível, como ponto de partida para a intervenção terapêutica, o mais precocemente possível. Refere-se ao emprego de instrumentos projetivos, como facilitadores da comunicação, como auxiliares na elaboração de intervenções e como mediadores do contato do psicoterapeuta com o mundo interno dos pacientes.

    Considerando a necessidade de dispormos de meios eficientes de promover intervenções imediatas e adequadas à realidade social em que vivemos, o diagnóstico interventivo permite promover experiências mutativas junto a pessoas que sofrem, diagnosticando e intervindo desde as primeiras consultas, como propõe Winnicott (1971/1984), em “Consultas Terapêuticas”.

  • O Psicodiagnóstico Interventivo consiste em uma prática da Psicologia Clínica que integra dois processos os avaliativos e os terapêuticos. Sua fundamentação repousa no potencial da situação diagnóstica para trazer à tona, de maneira concentrada, aspectos centrais da personalidade do indivíduo. Nesse método de intervenção são utilizados assinalamentos e interpretações desde a primeira entrevista com o paciente e durante a aplicação de técnicas projetivas. A fundamentação da intervenção está no potencial da situação diagnóstica para trazer à tona, de maneira concentrada, aspectos centrais da personalidade do indivíduo que são essenciais para a compreensão de seus conflitos e tensões. O surgimento dessa quantidade de material ocorre porque, principalmente durante aplicação das técnicas projetivas, o examinando é convidado a se defrontar, em um tempo restrito, com etapas variadas do seu desenvolvimento pessoal (e com os conflitos a elas associados), seja revivendo cada uma delas, ou expressando uma visão global de si que traz implícitos, mas reconhecíveis, os resultados dessa evolução afetiva.
    A respeito da semelhança com as Consultas Terapêuticas, o Psicodiagnóstico Interventivo dispõe das vantagens proporcionadas pelo uso dos testes psicológicos, como a maior segurança diagnóstica, a possibilidade de verificar com precisão a natureza e profundidade das mudanças que ele acarreta na personalidade, e a chance de investigar, de maneira objetiva, quais pacientes poderiam se beneficiar com a sua aplicação e as contra-indicações.

  • " ... assim, o paciente/participante colabora ativamente na geração do conhecimento. Essa cooperação se desenrola no contexto de uma relação profissional e, portanto, permanece qualitativamente assimétrica, mas não autoritária."

    Quem escolheu a busca não pode recusar a travessia - Guimarães Rosa

    Gabarito: D