SóProvas


ID
5414533
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Câmara de Amparo - SP
Ano
2020
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Um Band‐Aid na alma

   Não gosto de escrever sobre datas marcadas, mas às vezes acontece. Em cada virada de ano somos sacudidos por sentimentos positivos e negativos quanto a essas festas que para muitos são tormento.
  Vale a história do copo meio cheio ou meio vazio. Para alguns é tempo de melancolia: choramos os que morreram, os que nos traíram, os que foram embora, os desejos frustrados, os sonhos perdidos, a fortuna dissipada, o emprego ruim, o salário pior ainda, a família pouco amorosa, a situação do país, do mundo, de tudo.    Se formos mais otimistas, encararemos o ano passado, a vida passada, o eu que já fomos, como transições naturais. Não é preciso encarar a juventude, os primeiros sucessos, o começo de uma relação que já foi encantada, como perda irremediável: tudo continua com a gente.
 Em lugar de detestar estes dias, podemos inventar e até curtir qualquer celebração que reúna amigos ou família. Não é essencial ser religioso: se os sentimentos, a família, as amizades, a relação amorosa forem áridos, invocar Deus não vai adiantar. Mas celebrar é vital – e nada como algumas datas marcadas para lembrar que a vida não é apenas luta; é também a possível alegria.
   Não precisa ser com champanhe caro nem presentes que vão nos endividar pelo ano inteiro: basta algum gesto afetuoso verdadeiro, um calor humano que abrande aquelas feridas da alma que sempre temos.
   Quanto aos projetos, é melhor evitar aquela lista de impossíveis. Importa cuidar mais da relação, ser mais gentil com os pais e menos crítico com os filhos, falar mais com os amigos, sair da redoma da amargura e abrir‐se para o outro.
   Ser fiel, ser sincero, ser bondoso: a primeira coisa num namorado ou namorada, eu dizia sempre a meus filhos e hoje digo aos netos, é que seja uma boa pessoa, leal, gentil. O grosseiro é inadmissível. O ignorante é uma tristeza. O falso, cínico ou infiel, é bom manter longe. Mas ainda que sem brilho, um bom amor, um bom amigo, um bom pai e mãe, um bom filho, fazem a festa.
   Que faça sorrir. Mesmo para os descrentes, nestes dias algo mágico circula por este mundo nem sempre bonito nem bom. Mas, se nosso projeto for o eterno perder 10 quilos, conseguir (isso não se consegue, acontece…) uma namorada gostosa ou um marido rico – ou, quem sabe, uma parceira carinhosa –, ganhar na loteria, vingar‐se dos desafetos e mostrar quem é o bom, é melhor esquecer: não valerão a pena a festa nem o novo ano, pois vai ser tudo mentira, oco e vazio.
  Vale mandar um pensamento, e, se for o caso, uma oração, aos que vivem privações emocionais ou materiais, que trabalham além do humanamente suportável, que perderam o amor de sua vida ou um filho amado, que foram esquecidos e decepcionados, que nesta data não vão escutar nem uma voz cálida ao telefone.
   Vamos nos permitir, sobretudo, a alegria perdida no cansaço de tanta correria. Ela ainda existe: sabendo procurar, a gente a encontra.

(Disponível em: http://veja.abril.com.br/blog/ricardo‐setti/tag/lya‐ luft/. Acesso em: 09/01/2019. Com adaptações.) 

A concordância nominal é INADIMISSÍVEL em:

Alternativas
Comentários
  • A palavra "bastante" pode ser empregada em dois sentidos:

    1) Pronome Indefinido (equivalente a "vários") -> Nessa hipótese o "bastante" varia de acordo com o sujeito.

    Ex: Participamos de bastantes trabalhos (vários trabalhos)

    Há bastantes razões para a sua ausência (várias razões)

    2) Advérbio (equivalente a "muito") -> Nessa hipótese o "bastante" é invariável

    Ex: Vamos estudar bastante nessa semana! (estudar muito)

    Espero que tenha ajudado!

    Bons estudos a todos nós!

  •  

    Bastante = pronome indefinido ou advérbio?

     

    Macete: se der pra trocar pelo termo 300 = varia (pronome) / Não deu? = não varia (advérbio)

     

    Eles fizeram bastantes exercícios e isso os deixou bastante preparados.

    Eles fizeram 300 exercícios e isso os deixou bastante preparados.

    bastantes razões para sua ausência.

    300 razões para sua ausência. (Deu pra fazer a substituição)

    Gabarito letra B

  • Troca pela palavra MUITO.

    Se variar, o "bastante" tb varia.

  • Se você ficou confuso com o enunciado, troque a palavra inadmissível por incorreta. É o que a banca está pedindo.

    O erro está na letra B, pois a palavra bastante deveria estar no plural (bastantes), como já explicado pelos colegas.

  • I.N.A.D.M.I.S.S.Í.V.E.L. é uma banca escrever palavra errada no enunciado de uma questão de PORTUGUÊS. Quem está fazendo questões para aprender vai acabar desaprendendo que a palavra correta é INADMISSÍVEL, com D mudo.

  • Os caras formularam uma prova de Português e manda INADIMISSÍVEL

  • inadimissível é inadmissível !