- ID
- 5414827
- Banca
- FUNDEP (Gestão de Concursos)
- Órgão
- Câmara de Uberlândia - MG
- Ano
- 2021
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
INSTRUÇÃO: Leia o texto I a seguir para responder à questão.
TEXTO I
Por que não é correto comparar os incêndios na
Amazônia aos que ocorrem na Austrália
Pense na fumaça que sai de um vulcão. Agora, imagine
compará-la à fumaça que sai do escapamento de um
carro.
“São coisas completamente diferentes”, diz Erika
Berenguer, pesquisadora brasileira das universidades
britânicas de Oxford e de Lancaster. Seria erro
semelhante comparar os incêndios na Amazônia
brasileira às queimadas atuais na Austrália, aponta ela.
“Não é porque é fogo que é igual. Não é uma comparação
válida”, afirma Berenguer, que estuda os impactos
do fogo na Amazônia. “Por parte de pessoas que têm
informações, é uma comparação desonesta.”
Na opinião do biólogo Alexander Lees, professor da
Manchester Metropolitan University, “há mais diferenças
que semelhanças” entre os dois eventos. A influência do
aquecimento global sobre a intensidade das situações é
uma das poucas semelhanças possíveis. “Os fogos na
Austrália, na Sibéria e no Brasil vão ficar piores com o
aquecimento do planeta”, afirma.
Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster
e da Universidade Federal de Lavras, explica que a flora
australiana evoluiu com o fogo, que ocorre naturalmente
em regiões do país.
“É um ecossistema que queima de tempos em tempos”.
Ou seja, as queimadas acontecem em sua maior parte
de forma natural, pela incidência de raios. Também há
uma minoria de casos de incêndios causados de forma
proposital.
“Os incêndios em diversos ecossistemas australianos,
como os outbacks, ocorrem naturalmente. Faz parte
ter fogo com uma certa frequência, como nas florestas
costeiras da Califórnia, nas savanas na África ou no
cerrado brasileiro. Tem um regime de fogo”, afirma
Berenguer.
Mas isso, diz ela, está sendo exacerbado pelos efeitos
das mudanças climáticas. “As temperaturas já estão
mais altas e o período de secas mais prolongado na
Austrália, o que favorece a propagação do fogo.”
Também houve influência do Dipolo do Oceano Índico
(conhecido como El Niño do Índico), que se refere
à diferença nas temperaturas da superfície do mar
em regiões opostas do oceano. No ano passado, foi
“extraordinariamente forte”, segundo Lees.
Isso significa que a região a oeste do Índico ficou mais
quente que o normal e, a leste, mais fria, causando
enchentes na África e na Indonésia e condições secas
na Austrália.
“Foi mais forte que o normal, e isso é um efeito das
mudanças climáticas. Está empurrando a Terra para
seus limites”, afirma Lees.
Já a floresta amazônica, diz ele, “sem interferência, nunca
queima naturalmente”. Berenguer explica que a floresta
é úmida — como diz o nome em inglês, “rainforest”, ou
“floresta de chuvas”. “O fogo não ocorre naturalmente
nesse ambiente ultra úmido que é a Amazônia. Precisa
ser iniciado por alguém”, afirma.
Então, o fogo no Brasil teria sido iniciado em sua maior
parte como parte do processo de desmatamento, quando
a vegetação é derrubada, colocada ao sol para secar e
depois queimada para limpar a área. As árvores viram
cinzas.
Disponível em: <www.bbc.com/portuguese/brasil-51011491>.
Acesso em: 10 jan. 2020 (Adaptação).
Releia este trecho.
“Jos Barlow, pesquisador da Universidade de Lancaster
e da Universidade Federal de Lavras, explica que a flora
australiana evoluiu com o fogo, que ocorre naturalmente
em regiões do país.”
Considerando esse contexto, a palavra que substitui
adequadamente, sem alterar o sentido original do trecho,
o verbo “evoluir” é