SóProvas


ID
5418751
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
CBM-AL
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto 1A1-I


    Quando você recebe a dose de uma vacina tradicional, inclusive algumas das feitas contra o novo coronavírus, as partículas de vírus atenuadas ou inativas presentes no imunizante desencadeiam uma resposta imunológica no seu organismo, de modo a treiná-lo a enfrentar a doença. A mesma lógica pode valer, do ponto de vista psicológico, contra outra “epidemia” atual — a de desinformação, manipulação de informações e disseminação de fake news (notícias falsas).

    Pesquisadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, estão estudando o quanto pequenas doses preventivas e “atenuadas” de técnicas de desinformação podem proteger as pessoas contra o ambiente de notícias falsas ou distorcidas na Internet, particularmente em tempos de covid-19. 

    “O objetivo é criar uma espécie de resistência psicológica contra a persuasão, para que, no futuro, quando você estiver exposto à desinformação, ela seja menos convincente, porque você terá ‘anticorpos’”, explica Jon Roozenbeek, pesquisador do Laboratório de Tomada de Decisões Sociais do Departamento de Psicologia da Universidade de Cambridge. “Em outras palavras, se você conhece as técnicas e os truques usados para enganar as pessoas ou persuadi-las, você terá menos probabilidade de cair neles”.

    Uma dessas vacinas em teste é um jogo online chamado Go Viral! (“Viralize”, em tradução livre), com duração de pouco mais de cinco minutos. Nele, o jogador assume o personagem de alguém que quer viralizar na Internet a qualquer custo. Nesse papel, ele coloca em prática as táticas mais usadas para disseminar desinformação e notícias falsas, tais como: explorar as emoções do espectador — notícias falsas costumam ser redigidas ou manipuladas de forma a nos causar raiva, indignação, medo, angústia e, por consequência, provocar o ímpeto de rapidamente compartilharmos aquele conteúdo; inventar especialistas para sustentar alegações, quaisquer que elas sejam, dando a elas um falso lastro ou uma falsa aura de importância; alimentar teorias da conspiração que forneçam a seus seguidores explicações coerentes (mesmo que falsas) e bodes expiatórios ideais para complexos problemas globais. Atraentes, essas teorias costumam gerar bastante engajamento na Internet.

    Em estudo publicado no periódico Big Data & Society, Roozenbeek e seus colegas submeteram usuários do Go Viral! a questionários e identificaram que, de modo geral, os jogadores aumentaram a percepção a respeito do que é e do que não é manipulação no noticiário da pandemia de covid-19.

    Os jogadores também ganharam mais confiança em sua habilidade de identificar conteúdo manipulador — e, por consequência, muitos deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas.

    Agora, os pesquisadores querem entender quanto tempo dura essa imunização, ou seja, por quanto tempo o entendimento dessas técnicas de manipulação permanece “fresco” na mente dos jogadores.


Internet: <www.bbc.com/portuguese> (com adaptações).

Com relação aos sentidos e aos aspectos linguísticos do texto 1A1-I, julgue o item a seguir.


Infere-se do penúltimo parágrafo do texto que, no trecho “muitos deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas”, está elíptico o substantivo jogadores após o termo “muitos”.

Alternativas
Comentários
  • "TUDO POSSO NAQUELE QUE ME FORTALECE"

    CERTO

    ELIPSE: é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entanto, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.

    ZEUGMA: é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns termos, como o verbo ou o substantivo.

    FONTE: www.todamateria.com.br

  • GABARITO: CERTO

    E justamente esse termo está elíptico ao contexto

    Só rescrever a frase: Os jogadores também ganharam mais confiança em sua habilidade de identificar conteúdo manipulador — e, por consequência, muitos(Jogadores) deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas.

  • Não se trata da Elipse, mas sim da Zeugma. Por mais que as duas omitam termos, há diferenciação. Na Elipse o termo não foi mencionado anteriormente, porem é facilmente identificável. Exemplo: saímos ontem a noite (nós esta omitido). Ja na Zeugma, a omissão é de algo já citado anteriormente, como: ele é muito estudioso e a irmã também é( estudioso esta omitido).

  • “muitos jogadores deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas”,

  • FIXAÇÃO:

    Só rescrever a frase: Os jogadores também ganharam mais confiança em sua habilidade de identificar conteúdo manipulador — e, por consequência, muitos(Jogadores) deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas.

  • ELIPSE: é utilizada para omitir termos numa sentença que não forem mencionados anteriormente. No entanto, esses termos são facilmente identificáveis pelo interlocutor.

    ZEUGMA: é usada para omitir termos na oração com o intuito de evitar a repetição desnecessária de alguns termos, como o verbo ou o substantivo.

  • sujeito oculto ou elíptico ocorre quando não está presente na oração, mas pode ser identificado pelo contexto. Também pode ser chamado de sujeito subentendido, desinencial ou implícito.

  • REPARE:

    (parágrafo anterior ao proposto pela banca): Em estudo publicado no periódico Big Data & Society, Roozenbeek e seus colegas submeteram usuários do Go Viral! a questionários e identificaram que, de modo geral, os jogadores aumentaram a percepção a respeito do que é e do que não é manipulação no noticiário da pandemia de covid-19.

      Os jogadores também ganharam mais confiança em sua habilidade de identificar conteúdo manipulador — e, por consequência, muitos deixaram de compartilhar essas fake news com outras pessoas.

    Ora, isso fica claro quando retomamos ao parágrafo anterior que os jogadores só deixaram de compartilhar notícias falsas a partir do momento que ficaram mais experientes em identificá-las e saber o que é e o que não é fake news. Portanto, passaram a não compartilhar mais. Tá! e o que isso tem a ver? Tudo, pois a vírgula empregada neste contexto proposto pela banca é uma zeugma e está retomando "jogadores".