GABARITO CORRETO A
GUIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - VOLUME ÚNICO - MINISTÉRIO DA SAÚDE - 3 EDIÇÃO -2019
Hospedeiros e reservatórios
No CICLO SILVESTRE da febre amarela, os primatas não humanos (PNH) são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, vítimas da doença assim como o HOMEM, que neste ciclo se apresenta como HOSPEDEIRO ACIDENTAL.
No CICLO SILVESTRE, as principais espécies de culicídeos (mosquitos silvestres) implicadas na transmissão são Haemagogus janthinomys e Haemagogus leucocelaenus, além de diversas espécies do gênero Sabethes. Os mosquitos são considerados os verdadeiros reservatórios do vírus da febre amarela, pois, uma vez infectados, permanecem assim durante toda a vida.
No CICLO URBANO, não registrado no Brasil desde 1942, o homem é o principal hospedeiro com importância epidemiológica, e as espécies de culicídeos (mosquitos vetores) implicadas na transmissão são do gênero Aedes, principalmente o Ae. aegypti, mantendo-se num ciclo homem-mosquito.
Modo de transmissão
Não há transmissão de pessoa a pessoa. O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados. Apenas as fêmeas transmitem o vírus, pois o repasto sanguíneo provê nutrientes essenciais para a maturação dos ovos e, consequentemente, a completude do ciclo gonotrófico. Nos mosquitos, a transmissão também ocorre de FORMA VERTICAL, na qual as fêmeas podem TRANSFERIR O VÍRUS PARA SUA PROLE, favorecendo a manutenção do vírus na natureza.
No ciclo urbano, a transmissão ocorre a partir de vetor urbano (Ae. aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes na América Latina.
No Brasil, a espécie Haemagogus janthinomys destaca-se na transmissão, embora o Haemagogus leucocelaenus tenha assumido maior importância em algumas áreas nas últimas décadas. Outras espécies encontradas naturalmente infectadas com vírus e que possivelmente contribuem na manutenção do vírus na natureza são: Haemagogus albomaculatus, Sabethes glaucodaemon, Sabethes chloropterus, Sabethes cyaneus, Sabethes soperi. Algumas espécies documentadas com o vírus, como Aedes serratus, Aedes scapularis, Psorophora ferox e Aedes albopictus, necessitam de mais estudos para avaliação de sua importância na epidemiologia do vírus na natureza.