SóProvas


ID
5427730
Banca
IPEFAE
Órgão
Prefeitura de Águas da Prata - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Para responder a questão , leia o seguinte poema de Carlos Drummond de Andrade:


Oficina Irritada


Eu quero compor um soneto duro

como poeta algum ousara escrever.

Eu quero pintar um soneto escuro,

seco, abafado, difícil de ler.


Quero que meu soneto, no futuro,

não desperte em ninguém nenhum prazer.

E que, no seu maligno ar imaturo,

ao mesmo tempo saiba ser, não ser.


Esse meu verbo antipático e impuro

há de pungir, há de fazer sofrer,

tendão de Vênus sob o pedicuro.


Ninguém o lembrará: tiro no muro,

cão mijando no caos, enquanto Arcturo,

claro enigma, se deixa surpreender.


(Carlos Drummond de Andrade. Claro Enigma. Nova Aguilar, 1988.)


O poeta usa o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, numa das estrofes, para

Alternativas
Comentários
  • Sabendo que o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo é usado para indicar um fato que aconteceu antes de outra ação passada, só nos resta a opção C

  • Eu quero compor um soneto duro

    como poeta algum ousara escrever.

  • Essa é uma questão bem direta sobre interpretação textual e aqui a banca pede que, a partir da identificação de um verbo flexionado no pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo, os candidatos indicassem com que finalidade tal ação foi expressa no texto.

     Ora, ao ler o poema com atenção, percebemos que o verbo em questão é “ousar", na forma “ousara", o qual surge logo no segundo verso da primeira estrofe quando o poeta diz que quer escrever um poema de um jeito que nenhum outro poeta ousara escrever antes dele. Ou seja, ele está dizendo que pretende fazer algo nunca antes feito. Isso significa que ele está explicitando uma ousadia até então nunca escrita, conforme nos indica a alternativa C.

    Gabarito do professor: Letra C.