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ID
5430226
Banca
IDECAN
Órgão
PC-CE
Ano
2021
Provas
Disciplina
Administração Pública
Assuntos

Acerca da Administração Pública Patrimonialista, assinale a alternativa correta.

Alternativas
Comentários
  • O patrimonialismo se traduz nas relações pessoais que definem quem será responsável pelas atividades/cargos administrativos. Ou seja, há uma profunda confusão entre o que é público e o que é privado.

    conteudo.clp.org.br

  • Principais características da administração patrimonial:

    - confusão patrimonial: não há distinção entre o público e o privado;

    - corrupção;

    - nepotismo;

    - desorganização;

    - falta de profissionalização;

    - sistema fiscal injusto e irracional;

    - cargos públicos utilizados como moeda de troca;

    - ausência de carreiras administrativas;

    - arbitrariedade;

    - poder originário da tradição e da hereditariedade.

  • ✅Letra A.

    A alternativa correta trouxe características típicas do modelo PATRIMONIALISTA.

    Modelo Patrimonialista:

    -Predominou até 1930, mas não deixou de existir.

    -Originário das monarquias absolutistas europeias.

    -Irresponsabilidade do governante/Estado.

    -Ausência de participação social privada na gestão pública.

    -Estado era usado como uma extensão das posses monarcas.

    -Era desorganizado.

    -Confusão entre público e privado. Não distinção entre bens públicos e privados.

    -Nepotismo e corrupção típicos desse modelo.

    -Nesse modelo, ocorre também o clientelismo.

    Obs: Essa é uma questão que está mais voltada para OS MODELOS estudados dentro de AMINISTRAÇÃO PÚBLICA, especificamente...

  • O patrimonialismo se traduz nas relações pessoais que definem quem será responsável pelas atividades/cargos administrativos. Ou seja, há uma profunda confusão entre o que é público e o que é privado.

    Para exemplificar, no Estado monárquico – em que o poder é centralizado na figura do rei – são os auxiliares do rei (nobres) que possuem o controle dos meios administrativos.

    Palavra chave é que o Nepotismo e corrupção são típicos desse modelo.

     

  • A questão em análise exige que tenhamos conhecimentos sobre os modelos teóricos de administração pública. Neste caso, deve ser marcada a alternativa que contempla uma afirmativa correta sobre o modelo patrimonial de administração pública.

    Ainda que de forma desorganizada, o patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração do Estado, vigorando no Brasil desde a independência até a década de 1930 (alguns consideram desde o período colonial até 1930). Nele não havia qualquer tipo de distinção entre o patrimônio público e o particular, tudo era do soberano, que tinha o poder de usar livremente os bens públicos, sem qualquer tipo de prestação de contas à sociedade.

    Na administração patrimonialista não existiam carreiras organizadas no serviço público, muito menos o estabelecimento de divisão do trabalho. Todos os cargos eram livremente escolhidos pelo soberano, que, por óbvio, os direcionavam a parentes diretos e amigos da família. Outra prática comum era a troca de favores por cargos públicos. A regra geral era que quem detinha um cargo o considerava como um bem próprio. Os cargos denominavam-se prebendas ou sinecuras, e quem os exercia usufruía do status de nobreza real. Diante da falta de separação entre o que era público e o que era privado, a corrupção e o nepotismo tornaram-se traços marcantes do modelo patrimonialista.

    O Estado não buscava prestar serviços à população, que vivia abandonada, largada ao acaso. Os benefícios oriundos da ação estatal eram direcionados a um grupo bem seleto de pessoas. O aparelho do Estados ficava à disposição dos interesses particulares do soberano, seus familiares e amigos.

    De forma resumida, as principais características da administração patrimonialista são:

    • Confusão entre a propriedade pública e a propriedade privada;
    • Impermeabilidade à participação social-privada;
    • Endeusamento do soberano;
    • Corrupção e nepotismo;
    • Caráter discricionário e arbitrário das decisões;
    • Ausência de carreiras administrativas;
    • Desorganização do estado e da administração;
    • Cargos denominados prebendas ou sinecuras;
    • Descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais;
    • Poder originado da tradição/hereditariedade.

    Quanto mais distante a época, mais comuns essas práticas eram essas práticas. Essa foi a forma de administrar vigorou nos Estados absolutistas e nas chamadas democracias imperfeitas até meados do século XIX.

    Concluímos que a alternativa "A" é a correta,

    GABARITO: A

    Fonte:

    PALUDO, A. Administração Pública. Salvador: Juspodivm, 2020.

  • GAB A

    CARACTERÍSTICAS DO PATRIMONIALISMO

    1. Confusão entre a propriedade privada e a propriedade pública;
    2. Impermeabilidade à participação social-privada;
    3. Endeusamento do soberano;
    4. Corrupção e nepotismo;
    5. Caráter discricionário e arbitrário das decisões;
    6. Ausência de carreiras administrativas;
    7. Desorganização do Estado e da Administração;
    8. Cargos denominados prebendas ou sinecuras;
    9. Descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais;
    10. Poder oriundo da tradição/hereditariedade.

    FONTE: MEUS RESUMOS

    OBS: VENDO MEUS RESUMOS (Whatsapp: 87996271319)

  • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PATRIMONIAL

    Na administração patrimonialista não existiam carreiras organizadas no serviço público, muito menos o estabelecimento de divisão do trabalho. Todos os cargos eram livremente escolhidos pelo soberano, que, por óbvio, os direcionavam a parentes diretos e amigos da família. Outra prática comum era a troca de favores por cargos públicos. A regra geral era que quem detinha um cargo o considerava como um bem próprio. Os cargos denominavam-se prebendas ou sinecuras, e quem os exercia usufruía do status de nobreza real. Diante da falta de separação entre o que era público e o que era privado, a corrupção e o nepotismo tornaram-se traços marcantes do modelo patrimonialista.

    Ainda que a burocracia e o gerencialismo busquem evitar, traços patrimonialistas como corrupção e nepotismo ainda estão presentes na estrutura do Estado.

  • A questão em análise diz respeito ao conceito dos modelos de Administração Pública.

    Assim, precisamos distinguir os modelos patrimonialista, burocrático e gerencial:

    MODELO PATRIMONIALISTA - “No patrimonialismo, o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. Os cargos são considerados prebendas. A res publica não é diferenciada das res principis. Em consequência, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração" (Pereira, 1995).

    MODELO BUROCRÁTICO – Esse modelo foi adotado para substituir a administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Na Administração Pública Burocrática existia “a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional-legal. Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. Por isso são sempre necessários controles rígidos dos processos, como por exemplo na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas" (Pereira, 1995).

    MODELO GERENCIAL - A implantação da Nova Administração Pública destacou-se a partir da redefinição do papel do Estado com Luiz Carlos Bresser Pereira (Ministro do Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado, no governo de Fernando Henrique Cardoso, em 1995), no chamado de Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, o “Estado deixa de ser o responsável direto pelo desenvolvimento econômico e social pela via da produção de bens e serviços para se adequar a uma nova função de Estado Gerencial(MATIAS-PEREIRA, 2018). Esse modelo veio exigir uma atuação descentralizada e baseada em resultados. Assim, a Administração Gerencial parte do princípio de que é necessário o controle dos resultados por meio de indicadores.

    A partir disso, podemos analisar cada alternativa separadamente.

    A) CORRETA. Como explicado acima, no modelo Patrimonialista o “coisa pública" era confundida com o patrimônio dos governantes. Dessa forma, a corrupção e o nepotismo preponderavam nesse período.

    B) INCORRETA. Essa característica é típica do modelo Gerencial da Administração Pública e não o modelo Patrimonialista. Logo, a alternativa está incorreta.

    C) INCORRETA. Alternativa torna-se errada ao citar que na Administração Pública Patrimonialista o foco era promover o patrimônio nacional. Ao invés disso, o foco era a promoção o patrimônio privado.

    D) INCORRETA. O conceito de entidade terceirizada ou terceirização está atrelado à Administração Pública Gerencial e não Patrimonial. Logo, a alternativa está incorreta.

    E) INCORRETA. Novamente, a desestatização (descentralização) não é um conceito atrelado ao Patrimonialismo, e sim ao modelo Gerencial.


    Fontes:

    PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília - DF, 1995.

    MATIAS-PEREIRA, José. Administração Pública: foco nas instituições e ações governamentais. 5ª Ed. – São Paulo: Atlas, 2018.


    Gabarito do Professor: Letra A.