SóProvas


ID
5435467
Banca
Instituto Consulplan
Órgão
Prefeitura de Colômbia - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Epidemia homicida


    Os últimos números de violência contra a mulher deixam claro que a sociedade brasileira sofre de uma séria enfermidade. Há algo muito errado acontecendo com os homens, e atos sexistas, em que eles se impõem pela força, estão sendo cometidos em proporções alarmantes. Uma epidemia de agressões e de assassinatos passionais acomete o país. Dados do Mapa da Desigualdade Social 2019 divulgados terça-feira 5, pela Rede Nossa São Paulo, uma ONG que acolhe vítimas, mostram que os casos de feminicídio na capital paulista aumentaram 167% no ano passado. [...]
    “A maior parte dos casos de feminicídio ocorre depois da ruptura de um relacionamento, quando a mulher termina uma relação abusiva. Os homens não aceitam a nova situação e matam”, diz a psicóloga Vanessa Molina, porta- -voz da Associação Fala Mulher, que oferece assistência e proteção para vítimas de violência doméstica e atendeu oito mil mulheres em 2018. “Os abusos começam antes da violência física, com manifestações de ciúmes, xingamentos e com o afastamento da mulher de familiares e amigos. É como se o homem achasse que a mulher pertence a ele, que não se conforma com a perda do controle sobre sua ‘posse’”. Para Vanessa há uma necessidade urgente de mudar a cultura machista que está por trás dos crimes de ódio, que acontecem em famílias de todas as classes sociais e, frequentemente, são cometidos dentro de casa, no lugar em que a mulher deveria se sentir mais segura. [...]
    Apesar do endurecimento das leis que penalizam esse tipo de violência, a epidemia de crimes passionais não arrefece. A Lei Maria da Penha, que estabelece cinco formas de agressão machista (física, psicológica, moral, patrimonial e sexual) e a Lei do Feminicídio, que caracterizou o homicídio de gênero, deram proteção legal para as mulheres, aumentaram o rigor da pena para agressores e assassinos, mas não inibiram os atos extremos.
    Na semana passada, em mais uma demonstração de que a sociedade tenta reagir à doença social, o Senado aprovou em primeiro e segundo turno Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que modifica o inciso 42 do artigo 5º da Constituição e torna inafiançável e imprescritível o crime de feminicídio. A PEC segue agora para a Câmara e tornará a cadeia inevitável para os assassinos de mulheres. O que se vê, porém, é que o feminicida, na maioria dos casos, não está preocupado com as consequências de seu ato. Age enlouquecidamente e acha que está com a razão. O ódio e o desejo de vingança são maiores do que o medo da pena. Ele mata a mulher no meio da rua ou em lugares públicos e depois foge ou se suicida. No fim de semana, quando as famílias se reúnem, há uma incidência maior desses crimes. [...]
    É preciso reeducar a sociedade, é um processo evolutivo, afirma Larissa Schmillevitch, gerente do Mapa do Acolhimento, ONG que cuida de mulheres ameaçadas e agredidas. “Outra questão é achar que a violência contra a mulher é algo privado em que ninguém se mete. A sociedade precisa entender que se trata de algo público, que pode ser evitado.” O Mapa do Acolhimento é uma rede de solidariedade coordenada pela ONG Nossas, um laboratório de ativismo feminista. Para Larissa, o aumento das denúncias tem relação direta com o crescimento da violência, e também com o fato das mulheres terem mais acesso às informações e estarem menos caladas e conseguindo identificar com clareza as situações abusivas de seu relacionamento. Isso permite que se tomem medidas para impedir atitudes violentas de maridos e namorados transtornados.
    A medida principal que as ativistas dos direitos da mulher defendem para conter a onda de feminicídios é a prevenção. Segundo ela, esse crime pode ser inibido com uma atuação assistencial no início do ciclo da violência, quando começam os abusos. Mas mulheres que denunciam seus algozes precocemente se expõem a um risco maior e necessitam de proteção. “A lei é muito boa, mas precisa ser aplicada de forma adequada”, afirma Larissa. “A gente enfrenta problemas nas delegacias da mulher por falta de profissionais qualificados e percebe um sucateamento nos serviços públicos de atendimento”.

(VILARDAGA, Vicente; OLIVEIRA, Caroline. Epidemia homicida. Texto adaptado. Disponível em: https://istoe.com.br/epidemia-homicida/. Acesso em: 20/01/2020.)

Quanto à regência, os verbos destacados em “(...) deram proteção legal para as mulheres, aumentaram o rigor da pena para agressores e assassinos, mas não inibiram os atos extremos.” (3º§) são classificados, respectivamente, como transitivo:

Alternativas
Comentários
  • CUIDADO

    A questão não possui gabarito

    Solicita-se indicação da transitividade dos verbos destacados em:

    “(...) deram proteção legal para as mulheres, aumentaram o rigor da pena para agressores e assassinos, mas não inibiram os atos extremos.” (3º§)

    O verbo "deram", quando transitivo direto e indireto, tem seu objeto indireto regido pela preposição "a", sendo a preposição "para" utilizada quando o verbo é transitivo indireto com sentido de "ser insuficiente", "não servir". Embora usado de maneira imprópria, poder-se-ia, contextualmente, classificar presente verbo como transitivo direto e indireto.

    O verbo "aumentaram" é transitivo direto. Seu objeto direto é a construção "o rigor da pena", e a construção "para agressores e assassinos" é apenas complemento nominal do substantivo "pena". Inexiste um regência bitransitiva do verbo "aumentar" em que o agente aumente algo para alguém, sendo o termo preposicionado apenas complementar e não relacionado com a ação verbal.

    O verbo "inibir" é transitivo direto e não enseja dúvidas.

    Gabarito da banca na alternativa D

    Gabarito correto na alterativa C

  • QC, Gabarito da questão tá errado, não? Analisem por favor?

  • O gabarito oficial da banca foi letra D .

     Direto e indireto; direto e indireto; e, direto

  • jkkkkkkk vlh, é fogo viu! você estuda e dá de cara com uma banca dessa. então quer dizer que aumentaram algo para alguém? nem faz sentido... explicação mais que perfeita no comentário do colega Ivan.
  • Se você errou, parabéns!

  • Se você marcou C, parabéns. Você é mais esperto do que banca.

  • Eu acertei porque imaginei que a banca reproduziria o pensamento do primeiro verbo por ser uma construção parecida.

  • Verbo aumentar:

    www.dicio.com.br = verbo transitivo direto, transitivo indireto e intransitivo

    www.conjugacao.com.br = intransitivo e transitivo direto

    Há controvérsias, aí ferrou

  • Gabarito definitivo da banca: D

    https://d676e6gwpn3ec.cloudfront.net/concursos/1037/53_735519.pdf

    Por gentileza, solicitem comentário do professor!

  • achei que era a C

  • "(...) deram proteção legal para as mulheres, aumentaram o rigor da pena para agressores e assassinos, mas não inibiram os atos extremos.” 

    A princípio, o verbo dar é transitivo direto. Porém, como a frase possui um objeto indireto, o verbo é considerado transitivo direto e indireto.

    Analisando:

    • Eles deram...

    O quê? - Proteção legal.

    Para quem? Para as mulheres.

    Objeto direto: proteção legal

    Objeto indireto: para as mulheres.

    Verbo dar é transitivo direto e indireto, pela presença dos objetos direto e indireto.

    • Eles aumentaram...

    O quê? O rigor da pena.

    Para quem? Para agressores e assassinos.

    Objeto direto: O rigor da pena.

    Para quem? Para agressores e assassinos.

    Verbo aumentar é transitivo direto e indireto, pela presença dos objetos direto e indireto.

    • Eles não inibiram...

    O que? Os atos extremos.

    Verbo transitivo direto: inibir.

    Objeto direto: Os atos extremos.

    Logo, o verbo inibir é somente transitivo direto.

    Assim, a resposta certa é a D) Direto e indireto; direto e indireto; e, direto.

  • CUIDADO!

    Há comentários incorretos, e considerem certo o do colega Ivan.

    Evitem justificar um gabarito a todo custo apenas por ter sido conferido pela banca: o que ela apresenta aqui está absolutamente incorreto.

    Esquivo-me de pormenorizar todos os verbos, visto que somente um, às vistas claras, ocasionou a dúvida dos alunos. Aliás, desde já cabe mencionar: em questões de regência verbal ou nominal, preconizo que o estudante averigue o Dicionário Prático de Regência Verbal e o Nominal, ambos do professor Celso Pedro Luft. No Brasil, é a obra mais importante do gênero. Caso não a tenha, é premente a necessidade de adquiri-la.

    O professor Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, p. 87, efetivamente registra o verbo "aumentar" como transitivo direto e indireto, mas por dois motivos não o é na questão em análise:

    1) não rege preposição "para";

    2) sendo transitivo direto e indireto, rege preposição "a" e o sentido é o de "acrescentar algo a alguma coisa", este que não se verifica no contexto trazido. Ex.: Aumentou algumas páginas ao livro.

    À vista disso, resta-nos asseverar: esse verbo, no contexto em tela, é transitivo direto. Assim sendo, ou se anula a questão ou se altera para alternativa C.

  • Oi!

    Errei, marquei C! Faz parte...

    Bons estudos!

    -O sucesso é a soma de pequenos esforços repetidos dia após dia.

  • 1 verbo:

    deram ( o quê?) proteção ( para quem) para as mulheres.

    Proteção objeto direto do verbo deram.

    Para as mulheres é objetivo indireto do verbo deram.

    Ou seja, dera algo para alguém, logo verbo transitivo direto e indireto.

    2 verbo:

    Aumentaram ( o quê?) o rigor da pena ( para quem?) para agressores e assassinos.

    O rigor da pena é objeto direto do verbo aumentaram.

    Para agressores e assassinos é objeto indireto.

    3 verbo:

    Inibira ( o quê?) os atos.

    A expressão os atos é objeto direto do verbo inibiram.

    Gabarito: D.

  • Pow banca aí é Flórida.

    • Aumentou algumas páginas ao livro. (exemplo do Sr. Shelking)

    O verbo aumentar é transitivo direto e indireto.

    • Aumentou algumas páginas do livro para Maria.

    O verbo aumentar é transitivo direto.

  • Concordo com os colegas Ivan e Sr. Helking, o gabarito D está inescusavelmente incorreto.

    O gabarito correto seria C pelos motivos que os colegas já disseram!

    Se você também errou, parabéns!