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ID
544453
Banca
FCC
Órgão
INFRAERO
Ano
2011
Provas
Disciplina
Engenharia Civil
Assuntos

O concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) ainda é muito utilizado em pavimentos asfálticos, porém, novas propostas de misturas asfálticas têm surgido ao longo dos últimos anos. A camada porosa de atrito (CPA) é uma delas. Em relação à mistura CPA, considere:
I. O CPA possui uma permeabilidade superior ao CBUQ, tornando a superfície do pavimento altamente drenante, removendo rapidamente as águas pluviais e reduzindo o risco de aquaplanagem.

II. A utilização de ligantes modificados nas misturas tipo CPA pode reduzir a permeabilidade da camada, tornando a superfície não drenante.

III. É recomendada a implantação da camada de CPA diretamente sobre camadas granulares visando maximizar as características drenantes da estrutura.

IV. A utilização de uma mistura com granulometria descontínua no CPA está diretamente relacionada com a obtenção de volumes de vazios da ordem de 18% a 25%.
É correto o que consta em

Alternativas
Comentários
  • Camada Porosa de Atrito (CPA)

    As misturas asfálticas abertas do tipo CPA possuem uma grande porcentagem de vazios com ar não preenchidos graças às pequenas quantidades de fíler, de agregado miúdo e de ligante asfáltico. Essas misturas asfálticas a quente possuem normalmente entre 18 e 25% de vazios com ar – DNER-ES 386/99.

    A CPA é empregada como camada de rolamento com a finalidade funcional de aumento de aderência pneu-pavimento em dias de chuva. Esse revestimento é responsável pela coleta da água de chuva para o seu interior e é capaz de promover uma rápida percolação da mesma devido à sua elevada permeabilidade, até a água alcançar as sarjetas. A característica importante dessa mistura asfáltica é que ela causa: redução da espessura da lâmina d’água na superfície de rolamento e conseqüentemente das distâncias de frenagem; redução do spray proveniente do borrifo de água pelos pneus dos veículos, aumentando assim a distância de visibilidade; e redução da reflexão da luz dos faróis noturnos. Todos esses aspectos conjuntos são responsáveis pela redução do número de acidentes em dias de chuva. Outro fator importante é a redução de ruído ao rolamento, amenizando esse desconforto ambiental em áreas nas proximidades de vias com revestimentos drenantes.

    O ligante utilizado deverá ter baixa suscetibilidade térmica e alta resistência ao envelhecimento. Em geral recomenda-se o emprego de asfalto modificado por polímero para aumentar a durabilidade e reduzir a desagregação. A camada inferior à CPA deve ser necessariamente impermeável para evitar a entrada de água no interior da estrutura do pavimento. A CPA deve ser dosada pelo método Marshall, prevalecendo o volume de vazios requerido. Os agregados devem ser 100% britados e bem resistentes (abrasão Los Angeles ≤ 30%) para não serem quebrados na compactação, pois eles estão em contato uns com os outros e a tensão nesse contato é muito elevada durante o processo de densificação.

    Para ter um contato efetivo dos agregados, eles devem ser cúbicos com o índice de forma ≥ 0,5. A absorção de água para cada fração deve ser no máximo de 2%, e quanto à sanidade deve apresentar perda de ≤ 12%. Um teste fundamental a ser realizado é o desgaste por abrasão Cântabro, recomendado originalmente pelos espanhóis para esse tipo de mistura aberta drenante. Na Europa tem-se procedido à limpeza desses revestimentos, após certo tempo de uso, com equipamentos projetados para essa finalidade a fim de minimizar os problemas de colmatação, resultantes da contaminação dos vazios por impurezas, uma vez que devido a elas há redução da permeabilidade.  

    Fonte: 2008 IME - SEÇÃO DE ENGENHARIA DE FORTIFICAÇÃO E CONSTRUÇÃO 
     

  • A granulometria da CPA não seria ABERTA ? Pelo que eu sei a descontínua é utilizada pela camada SMA por melhorar o comportamento entre agragados graudos e aumentar a resistência ao tráfego.

    Abç.
  • Aprendi da mesma forma que o colega Marcel.

  • granulometria aberta com e=18 a 25%

  • Concordo com Marcel. Graduação do CPA é ABERTA ("curva granulométrica uniforme com agregados quase exclusivamente de um mesmo tamanho" - ANISIO)

     

    Exemplo ilustrativo (olha que beleza): https://aterradofuturo.files.wordpress.com/2013/08/concreto-2.jpg

     

    Maiores detalhes: https://www.feb.unesp.br/Home/Departamentos343/EngenhariaCivil/gustavogarciamanzato/2016pavaula04revasf.pdf

  • Para melhor entendimento sobre granulometria (aberta, descontínua, densa)

     

    https://www.google.com.br/imgres?imgurl=http%3A%2F%2Fs3.amazonaws.com%2Fmagoo%2FABAAAfGskAB-30.jpg&imgrefurl=http%3A%2F%2Fwww.ebah.com.br%2Fcontent%2FABAAAfGskAB%2Fapostila-mc-1-nova%3Fpart%3D4&docid=epKpLynZiCRzQM&tbnid=WjrM4lzT0WIaaM%3A&vet=1&w=554&h=255&bih=901&biw=1920&ved=0ahUKEwih4Nm24M7VAhWEhJAKHbFvA-gQxiAIGygD&iact=c&ictx=1

  • Em 2015 a FCC fez a questão Q909957 afirmando que a CPA é aberta. Logo, a banca errou e deveria ter sido anulada.

  • Seria apenas a I, pois granulometria aberta (uniforme), densa (contínua) e descontínua (graduação que pula alguns intervalos) são diferentes.

    "As misturas asfálticas a quente podem ser subdivididas pela graduação dos agregados e fíler, conforme visto no Capítulo 3. São destacados três tipos mais usuais nas misturas a quente:

    graduação densa: curva granulométrica contínua e bem-graduada de forma a proporcionar um esqueleto mineral com poucos vazios visto que os agregados de dimensões menores preechem os vazios dos maiores. Exemplo: concreto asfáltico (CA);

    graduação aberta: curva granulométrica uniforme com agregados quase exclusivamente de um mesmo tamanho, de forma a proporcionar um esqueleto mineral com muitos vazios interconectados, com insuficiência de material fino (menor que 0,075mm) para preencher os vazios entre as partículas maiores, com o objetivo de tornar a mistura com elevado volume de vazios com ar e, portanto, drenante, possibilitando a percolação de água no interior da mistura asfáltica. Exemplo: mistura asfáltica drenante, conhecida no Brasil por camada porosa de atrito (CPA);

    graduação descontínua: curva granulométrica com proporcionamento dos grãos de maiores dimensões em quantidade dominante em relação aos grãos de dimensões intermediárias, completados por certa quantidade de finos, de forma a ter uma curva descontínua em certas peneiras, com o objetivo de tornar o esqueleto mineral mais resistente à deformação permanente com o maior número de contatos entre os agregados graúdos. Exemplo: matriz pétrea asfáltica (stone matrix asphalt – SMA); mistura sem agregados de certa graduação (gap-graded)."

    Fonte: LIVRO "PAVIMENTAÇÃO ASFÁLTICA" : BERNUCCI, L. B.; MOTTA, L. M. G.; CERATTI, J. A. P.; SOARES, J. B. Pavimentação Asfáltica: formação básica para engenheiros. PETROBRAS-ABEDA, Rio de Janeiro, 2006.