- ID
- 5457901
- Banca
- Instituto Consulplan
- Órgão
- Prefeitura de Formiga - MG
- Ano
- 2020
- Provas
- Disciplina
- Português
- Assuntos
O que dizem as últimas pesquisas sobre como educar os
filhos na era digital
Três horas diárias nas redes sociais são associadas a
uma incidência mais alta de problemas de saúde mental
entre os adolescentes americanos de 12 a 15 anos. Não
existe relação nenhuma entre o uso intensivo da tecnologia
e doenças como ansiedade e depressão. O primeiro estudo
foi publicado recentemente na revista científica JAMA
Psychiatry e o segundo, dias depois, na revista Clinical Psychological Science.
Confuso? Bem-vindo à realidade dos pais e mães do
século XXI. A tecnologia digital vem se insinuando em nossa
vida há pelo menos três décadas, mas nada pode se comparar
à transformação ocorrida nos últimos dez anos, com o boom
dos smartphones. Não existem certezas sobre o que é uso
saudável da tecnologia, e a realidade é que todos os pais são
cobaias de um grande experimento da humanidade: criar a
primeira geração global que cresce imersa no mundo digital.
Poucos temas geram tanta ansiedade como o potencial
impacto negativo das telas no desenvolvimento das crianças.
E o que tira o sono dos pais não para por aí, é claro: da
alimentação saudável ao bullying, da relação com o dinheiro à
segurança, a lista das preocupações é longa — alguns dirão
que é interminável.
Os bebês de hoje crescem sob a mira das câmeras de
celulares. A familiaridade com bits será essencial na educação
e na vida profissional dos filhos. Mas qual é a hora certa para
o primeiro contato? Segundo as mais recentes diretrizes da
Organização Mundial da Saúde (OMS), nunca antes do
primeiro ano de vida. E, para as crianças de 2 a 4 anos, o tempo
de tela — seja na frente da TV, do computador, do tablet ou
do celular — deve ser de uma hora por dia, no máximo.
“Não está claro se o uso intensivo das mídias digitais
causa depressão ou problemas de saúde mental. Vários
estudos sugerem que pode ser o caso, mas são necessários
mais estudos para que tenhamos certeza. Porém isso não
quer dizer que devemos ficar de braços cruzados”, escreveu
num artigo recente Jean Twenge, professora de psicologia
na Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia, e
autora de um livro sobre as crianças hiperconectadas. “Se
tivéssemos esperado provas experimentais absolutas de que
o cigarro provoca câncer de pulmão, poderíamos ainda estar
aguardando para fazer alguma coisa.”
Uma parte da explicação é muito simples: quanto mais
tempo as crianças passam sentadas olhando para uma tela,
menos tempo estão brincando e se mexendo. Segundo a
OMS, hábitos saudáveis de atividade física são estabelecidos
desde muito cedo. “A primeira infância é um período de
desenvolvimento rápido e uma época em que o estilo de
vida da família pode ser adaptado para estimular a saúde”, segundo a OMS. Outra parte tem a ver com o desenvolvimento
humano, especialmente nos primeiros anos de vida. “Temos de
lembrar que as crianças aprendem brincando”, disse Peg
Oliveira, diretora do Gesell Institute of Child Development, um
dos centros de estudos sobre desenvolvimento infantil mais
respeitados dos Estados Unidos. “Para uma criança na pré-escola, é muito mais importante brincar fora de casa do que
ficar dentro de casa lendo.”
E os limites também se aplicam aos pais, especialmente
aqueles cujos bebês ainda são pequenos. Nunca antes na
história os pais dedicaram tanto tempo aos filhos. Mas nunca
antes na história eles tiveram tantas distrações durante essa
interação. De acordo com um levantamento do think tank Pew
Research Center, quase 30% dos adultos americanos dizem
estar on-line “quase o tempo inteiro”. “Os bebês respondem
ao que chamamos de interações ‘saque e devolução’”, afirmou
Oliveira. Gestos, olhares, sorrisos e abraços ajudam a formar
as conexões neurais que sustentarão sua comunicação verbal
e suas habilidades sociais. [...]
Os especialistas recomendam paciência e perseverança
e enfatizam a importância dos exemplos dos pais. Como
disse Naumburg: “Não adianta esperar que os filhos larguem
o celular se os pais estão vidrados na tela, assim como não é
razoável esperar que eles comam bem se a família não tem
hábitos saudáveis”.
(JUNIOR, Sérgio Teixeira. O que dizem as últimas pesquisas sobre como
educar os filhos na era digital. Texto adaptado. Disponível em:
https://epoca.globo.com/sociedade/o-que-dizem-as-ultimas-pesquisassobre-como-educar-os-filhos-na-era-digital-24024838. Acesso em:
28/11/2019.)
Quanto ao gênero, os substantivos gestos, olhares, sorrisos
e abraços (6º§) são classificados, respectivamente, como: