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Gabarito na alternativa D
Solicita-se indicação do tipo de vício encontrado em:
“Eu lhe abracei.”
Verifica-se erro na regência da forma verbal "abraçar", que não rege preposição, devendo estar acompanhada de pronome que assuma função de objeto direto (eu o abracei).
A) Barbarismo.
Incorreta. O barbarismo é o erro no uso, grafia ou pronúncia de um termo.
B) Anacoluto.
Incorreta. O anacoluto é uma figura de construção que consiste na quebra sintática da frase.
C) Zeugma.
Incorreta. O zeugma é uma figura de construção que consiste na elipse de um termo já citado anteriormente.
D) Solecismo.
Correta. O solecismo é o vício que consiste em problema na construção da frase, normalmente em nível sintático (concordância, regência, colocação, etc.).
E) Braquilogia.
Incorreta. É figura de estilo que consiste no emprego de uma estrutura mais simples em substituição a uma construção mais complexa.
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Leia-se o fragmento:
"Eu lhe abracei."
O verbo "abraçar" é transitivo direto, de modo que a função de complemento verbal só pode ser desempenhado por pronomes oblíquos que exercem essa função — no caso em tela, o pronome "o" ou "a". O pronome "lhe" só desempenha a função de objeto indireto. Assim sendo, há erro de regência verbal, este que é encerrado pelo vício de linguagem denominado solecismo. Existem três tipos: regencial, pronominal e de concordância.
a) Barbarismo.
Incorreto. É o vício de linguagem que consiste em usar uma palavra errada quanto à grafia, pronúncia, significação, flexão ou formação. Assim sendo, divide-se em: gráfico, ortoépico, prosódico, semântico, morfológico e mórfico.
Gráficos: hontem, proesa, conssessiva, aza, por: ontem, proeza, concessiva e asa.
Ortoépicos: interresse, carramanchão, subcistir, por: interesse, caramanchão, subsistir.
Prosódicos: pegada, rúbrica, filântropo, por: pegada, rubrica, filantropo.
Semânticos: Tráfico (por tráfego) indígena (como sinônimo de índio, em vez de autóctone).
Morfológicos: cidadões, uma telefonema, proporam, reavi, deteu, por: cidadãos, um telefonema, propuseram, reouve, deteve.
Mórficos: antidiluviano, filmeteca, monolinear, por: antediluviano, filmoteca, unlinear.
b) Anacoluto.
Incorreto. O anacoluto é uma figura de sintaxe que define o rompimento da estruturação lógica da oração. Exs.:
“O relógio da parede, eu estou acostumado com ele.” (Rubem Braga)
“Essas criadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Aníbal Machado)
“Eu, não me importa a desonra do mundo.” (Camilo Castelo Branco)
“Almas penadas, isso nem era bom falar.” (Monteiro Lobato)
“Os meus primos, esses ninguém podia com eles.” (José Lins do Rego)
“O meu avô, nunca o vi rezando.” (José Lins do Rego)
c) Zeugma.
Incorreto. É uma figura de linguagem e uma variação de elipse, diferindo desta porque no zeugma há expressão anterior do termo e é marcado, em geral, pela vírgula. Exs.:
“Nem ele entende a nós, nem nós a ele.” (Camões)
“A rua é a artéria; os passantes, o sangue.” (Monteiro Lobato)
“Comer tudo era impossível; deixar no prato, impolidez.” (Monteiro Lobato)
d) Solecismo.
Correto. Vide comentário inicial;
e) Braquilogia.
Incorreto. É uma figura de sintaxe que define o emprego de uma expressão curta equivalente a outra mais ampla ou de estruturação mais complexa. Ex.: "Estudou como estudaria se fosse passar" em lugar de "Estudou como se fosse passar".
Letra D
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Revisão:
Gabarito D
"Eu lhe abracei."
O verbo "abraçar" é transitivo direto, de modo que a função de complemento verbal só pode ser desempenhado por pronomes oblíquos que exercem essa função — no caso em tela, o pronome "o" ou "a". O pronome "lhe" só desempenha a função de objeto indireto. Assim sendo, há erro de regência verbal, este que é encerrado pelo vício de linguagem denominado solecismo. Existem três tipos: regencial, pronominal e de concordância.
a) Barbarismo.
Incorreto. É o vício de linguagem que consiste em usar uma palavra errada quanto à grafia, pronúncia, significação, flexão ou formação. Assim sendo, divide-se em: gráfico, ortoépico, prosódico, semântico, morfológico e mórfico.
Gráficos: hontem, proesa, conssessiva, aza, por: ontem, proeza, concessiva e asa.
Ortoépicos: interresse, carramanchão, subcistir, por: interesse, caramanchão, subsistir.
Prosódicos: pegada, rúbrica, filântropo, por: pegada, rubrica, filantropo.
Semânticos: Tráfico (por tráfego) indígena (como sinônimo de índio, em vez de autóctone).
Morfológicos: cidadões, uma telefonema, proporam, reavi, deteu, por: cidadãos, um telefonema, propuseram, reouve, deteve.
Mórficos: antidiluviano, filmeteca, monolinear, por: antediluviano, filmoteca, unlinear.
b) Anacoluto.
Incorreto. O anacoluto é uma figura de sintaxe que define o rompimento da estruturação lógica da oração. Exs.:
“O relógio da parede, eu estou acostumado com ele.” (Rubem Braga)
“Essas criadas de hoje, não se pode confiar nelas.” (Aníbal Machado)
“Eu, não me importa a desonra do mundo.” (Camilo Castelo Branco)
“Almas penadas, isso nem era bom falar.” (Monteiro Lobato)
“Os meus primos, esses ninguém podia com eles.” (José Lins do Rego)
“O meu avô, nunca o vi rezando.” (José Lins do Rego)
c) Zeugma.
Incorreto. É uma figura de linguagem e uma variação de elipse, diferindo desta porque no zeugma há expressão anterior do termo e é marcado, em geral, pela vírgula. Exs.:
“Nem ele entende a nós, nem nós a ele.” (Camões)
“A rua é a artéria; os passantes, o sangue.” (Monteiro Lobato)
“Comer tudo era impossível; deixar no prato, impolidez.” (Monteiro Lobato)
d) Solecismo.
Correto. Vide comentário inicial;
e) Braquilogia.
Incorreto. É uma figura de sintaxe que define o emprego de uma expressão curta equivalente a outra mais ampla ou de estruturação mais complexa. Ex.: "Estudou como estudaria se fosse passar" em lugar de "Estudou como se fosse passar".