SóProvas


ID
5522734
Banca
IBADE
Órgão
Câmara de Vilhena - RO
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia com atenção o texto abaixo e responda ao que se pede.


ÉTICA E MORAL


    Ethos - ética, em grego - designa a morada humana. O ser humano separa uma parte do mundo para, moldando-a ao seu jeito, construir um abrigo protetor e permanente. A ética, como morada humana, não é algo pronto e construído de uma só vez. O ser humano está sempre tornando habitável a casa que construiu para si. Ética significa, segundo Leonardo Boff, “tudo aquilo que ajuda a tornar melhor o ambiente para que seja uma moradia saudável: m aterialm ente sustentável, psicologicam ente integrada e espiritualmente fecunda".

    A ética não se confunde com a moral. A moral é a regulação dos valores e comportamentos considerados legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, certa tradição cultural, etc. Há morais específicas, também, em grupos sociais mais restritos: uma instituição, um partido político. Há, portanto, muitas e diversas morais. Isto significa dizer que uma moral é um fenôm eno social p a rticu la r, que não tem compromisso com a universalidade, isto é, com o que é válido e de direito para todos os homens. Exceto quando atacada: justifica-se dizendo-se universal, supostamente válida para todos. Mas, então, todas e quaisquer normas morais são legítimas? Não deveria existir alguma forma de julgamento da validade das morais? Existe, e essa forma é o que chamamos de ética. A ética é uma reflexão crítica sobre a moralidade. Mas ela não é puramente teoria. A ética é um conjunto de princípios e disposições voltados para a ação, historicamente produzidos, cujo objetivo é balizar as ações humanas. A ética existe como uma referência para os seres humanos em sociedade, de modo tal que a sociedade possa se tornar cada vez mais humana. 

    A ética pode e deve ser incorporada pelos indivíduos, sob a forma de uma atitude diante da vida cotidiana, capaz de julgar criticamente os apelos críticos da moral vigente. Mas, a ética, tanto quanto a moral, não é um conjunto de verdades fixas, imutáveis. A ética se move, historicamente, se amplia e se adensa. Para entendermos como isso acontece na história da humanidade, basta lembrarmos que, um dia, a escravidão foi considerada “natural”. Entre a moral e a ética há uma tensão permanente: a ação moral busca uma compreensão e uma justificação crítica universal, e a ética, por sua vez, exerce uma permanente vigilância crítica sobre a moral, para reforçá-la ou transformá-la. 

    A ética tem sido o principal regulador do desenvolvimento histórico-cultural da humanidade. Sem ética, ou seja, sem a referência a princípios humanitários fundamentais comuns a todos os povos, nações, religiões etc., a humanidade já teria se despedaçado até a autodestruição. Também é verdade que a ética não garante o progresso moral da humanidade. O fato de que os seres humanos são capazes de concordar minimamente entre si sobre princípios como justiça, igualdade de direitos, dignidade da pessoa humana, cidadania plena, solidariedade etc., cria chances para que esses princípios possam vir a serem postos em prática, mas não garante o seu cumprimento.

    As nações do mundo já entraram em acordo em torno de muitos desses princípios. A “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, pela ONU (1948), é uma demonstração de o quanto a ética é necessária e importante. Mas a ética não basta como teoria, nem como princípios gerais acordados pelas nações, povos, religiões etc. Nem basta que as Constituições dos países reproduzam esses princípios (como a Constituição Brasileira o fez, em 1988).

    É preciso que cada cidadão e cidadã incorpore esses princípios como uma atitude prática diante da vida cotidiana, de modo a pautar por eles seu comportamento. Isso traz uma consequência inevitável: frequentemente o exercício pleno da cidadania (ética) entra em colisão frontal com a moral vigente... Até porque, a moral vigente, sob pressão dos interesses econômicos e de mercado, está sujeita a constantes e graves degenerações.

(https://www.portaleducacao.com.br - Texto adaptado)

No período “A conduta cortês do advogado agradou-lhe bastante.”, a alternativa que apresenta frase com o mesmo tipo de regência verbal é:

Alternativas
Comentários
  • O verbo da frase é transitivo indireto - A conduta cortês do advogado agradou-lhe bastante.

    Lembrando que:

    Regra do pronome Oblíquo

    Sempre será objeto direto: o(s) e a(s)

    Sempre será objeto indireto: lhes

    A única alternativa que apresenta preposição depois do verbo e assim qualificando como objeto indireto é a letra E

    O feroz animal obedeceu ao dono imediatamente. 

  • Leia-se a frase do enunciado:

    “A conduta cortês do advogado agradou-lhe bastante.”

    O verbo "agradar" é transitivo indireto no caso em tela, visto que o sentido é o de "causar contentamento". Somado a isso, você identifica a natureza do verbo se observar o tipo de pronome que funciona como complemento verbal: o "lhe". Este, na condição de complemento verbal, será objeto indireto.

    Nas opções de resposta, apenas na última alternativa existe um verbo também transitivo indireto: o "obedecer". Celso Pedro Luft, em Dicionário Prático de Regência Verbal, orienta considerar esse verbo sempre transitivo indireto.

    Letra E

  • Gabarito na alternativa E

    Solicita-se indicação da estrutura que possua a mesma regência verbal encontrada em:

    “A conduta cortês do advogado agradou-lhe bastante.”

    Não é necessário juízo sobre a transitividade do verbo presente na construção, mas tão somente identificação da natureza de seu complemento, representado pela forma oblíqua "lhe", naturalmente objetiva indireta (a ele).

    A) Agradou os meninos com presentes, pelo Dia das Crianças.

    Incorreta. O complemento do verbo "agradou" é objeto direto. A construção "com presentes" é complemento de natureza adverbial.

    B) O médico ajudava a idosa mulher há bastante tempo.

    Incorreta. O complemento do verbo "ajudava" é objeto direto.

    C) A jovem veterinária assistiu a bela gatinha com desvelo.

    Incorreta. O complemento do verbo "assistiu" é objeto direto. A construção "com desvelo" é complemento de natureza adverbial.

    D) O rapaz agradeceu a oferenda com muito entusiasmo.

    Incorreta. O complemento do verbo "agradecer" é objeto direto. A construção "com muito entusiasmo" é complemento de natureza adverbial.

    E) O feroz animal obedeceu ao dono imediatamente. 

    Correta. O complemento do verbo "obedecer" é objeto indireto, introduzido pela preposição "a", equivalente a regência encontrada no enunciado.

  • ASSISTIR

    a) presenciar- VTI~ prep

    b)prestar assistência (ajudar)- VTD

    ou VTI~ prep

  • A regência sempre está relacionada com a preposição, podendo ser verbal ou nominal.

    Quanto ao significado do verbo agradar, possui duas formas, transitivo indireto (Verbo agradar + preposição a + objeto), que significa satisfazer (agradar a alguém), e transitivo direto (Verbo agradar s/ preposição + objeto), que significa acariciar (agradar alguém).

  • Gabarito na alternativa E. A questão busca a alternativa em que o verbo seja transitivo indireto (uso do pronome oblíquo "lhe" é empregado como objeto indireto).

    A) Agradou os meninos com presentes, pelo Dia das Crianças. o verbo agradar aqui é transitivio direto. Quem agrada agrada alguém (os meninos).

    B) O médico ajudava a idosa mulher há bastante tempo. O verbo ajudar é transitivo direto, quem ajuda ajuda alguém.

    C) A jovem veterinária assistiu a bela gatinha com desvelo. A forma verbal "assistir" está empregada no contexto no sentido de prestar assistência/ajuda, logo é transitivo direto.

    D) O rapaz agradeceu a oferenda com muito entusiasmo. O verbo agradecer é transitivo direto, quem agradece agradece alguém.

    E) O feroz animal obedeceu ao dono imediatamente. (Gabarito) O verbo obedecer tem dupla transitividade, aceita tanto objeto direto (obedecer algo) ou objeto indireto (obedecer a alguém). Aqui foi empregado como verbo transitivo indireto.

    #vousernomeado

  • Pronome lhe = a ele/a ela = objeto indireto

    A conduta cortês do advogado agradou (a ele) bastante = objeto indireto

    O feroz animal obedeceu ao dono imediatamente (obedeceu a ele).

    O feroz animal obedeceu-lhe.