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ID
5522929
Banca
VUNESP
Órgão
Prefeitura de Ribeirão Preto - SP
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Leia o texto, para responder à questão.

   McLuhan já alertava que a aldeia global resultante das mídias eletrônicas não implica necessariamente harmonia. Implica, sim, que cada participante das novas mídias terá um envolvimento gigantesco na vida dos demais membros, que terá a chance de meter o bedelho onde bem quiser e fazer o uso que quiser das informações que conseguir. A aclamada transparência da coisa pública carrega consigo o risco de fim da privacidade e a superexposição de nossas pequenas ou grandes fraquezas morais no julgamento da comunidade de que escolhemos participar.
   Não faz sentido falar de dia e noite das redes sociais, apenas em número de atualizações nas páginas e na capacidade dos usuários de distinguir essas variações como relevantes no conjunto virtualmente infinito das possibilidades das redes. Para achar o fio de Ariadne no labirinto das redes sociais, os usuários precisam ter a habilidade de identificar e estimar parâmetros, aprender a extrair informações relevantes de um conjunto finito de observações e reconhecer a organização geral da rede da qual participam.
   O fluxo de informação que percorre as artérias das redes sociais é um poderoso fármaco viciante. Um dos neologismos recentes vinculados à dependência cada vez maior dos jovens a esses dispositivos é a “nomobofobia” (do inglês nomobophoby, abreviação de “no-mobile phone phoby”, ou “pavor de ficar sem conexão no telefone celular”), descrito como a ansiedade e o sentimento de pânico experimentado por um número crescente de pessoas quando acaba a bateria do dispositivo móvel ou quando ficam sem conexão com a Internet. A informação azul, como toda nova droga, ao embotar a razão e abrir os poros da sensibilidade, pode tanto ser um remédio quanto um veneno para o espírito. 
(Vinícius Romanini, Tudo azul no universo das redes.
Revista USP 92. Adaptado)

Assinale a alternativa que substitui, nos colchetes, as expressões destacadas, de acordo com a norma-padrão de regência e emprego do sinal indicativo de crase.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO: A

    (A) [não leva necessariamente à harmonia] → Correto. Não leva A alguma coisa. Como o verbo (levar) pede a preposição a e o substantivo possui artigo definido a (a harmonia), ocorre a crase: leva A + A harmonia → leva À harmonia

    • Você pode substituir também por uma palavra masculina. Se aparecer ao, haverá crase: "não leva ao encontro..."

    (B) [tem como inerente à si] → Errado. Em regra, não há crase antes de pronomes (si).

    Exceção:

    1. Os pronomes de tratamento senhora, senhorita, dona, dama, madame etc. (deste teu coração à senhorita ...);
    2. antes dos pronomes indefinidos pouca, muitas, demais, outra e várias (o doutor atendeu às poucas mulheres que foram à sua clínica); e
    3. antes dos pronomes demonstrativos aquele, aquilo, mesma, própria, tal (dedicou-se à própria vida...)
    4. Antes do pronome relativo a qual (A fórmula à qual a economia brasileira está subordinada...)

    (C) [ater-se à essas variações] → Errado. Não há crase antes de pronomes e não há crase antes de plural.

    (D) (chegar à parâmetros] → Errado. Não há crase antes de plural, exceto se o artigo estiver também no plural, como em: "ele se referiu às (a + as) amigas".

    (E) [à que tiver acesso] → Errado. Via de regra, não há crase antes de pronomes relativos, com exceção do "a qual" (ponto 4 da B).

     

    Espero ter ajudado.

    Bons estudos! :)

  • Complementando...

    Não é uma regra absoluta, mas funciona em muitos casos:

    Quando puder trocar o feminino pelo masculino e aparecer " ao " = Crase.

    I) não leva necessariamente à harmonia.

    Não leva ao Equilíbrio.

  • se cair crase acerto tudo, claro depois de errar 10 mil questões

  • Complementando:

    Eu errei pois marquei a letra E, vi ali subentendido um ( Aquela )

    e fazer o uso que quiser das informações que conseguir [à que tiver acesso]

    Transcrevendo ficaria:

    e fazer o uso que quiser das informações (aquelas) que tiver acesso

    E acho que o erro ali está no plural, se fosse possivel trocar por aquela singular teria sim ao meu ver a crase.

    Segue informações complementares.

    https://www.linguabrasil.com.br/nao-tropece-detail.php?id=46

    - A crase está relacionada a um substantivo feminino, como você já falou. Mas vi um à craseado na frente de um “que”. Está correto? A frase era assim: Espero que você compre uma peça idêntica à que você quebrou. Adroaldo, São José/ SC

    Trata-se de caso menos comum; é uso correto. Na verdade, a crase aí ocorre não pelo pronome relativo “que”, mas por causa de um substantivo feminino subentendido, que está oculto justamente porque se pretende evitar sua repetição:

    Disse que tinha amor à vida, “à [vida] que tinha antes do acidente”, frisou com pessimismo.

    Espero que você compre uma peça idêntica à [peça] que você quebrou.

    Ganhou uma moto igual à [moto] que havia comprado um mês antes.