Errado, vejamos, nas palavras de Szymanski (2010), [...] a consideração sobre a importância do sentido e ideologia que levaram as pessoas a escolher uma ou outra forma de constituição de família, uma ou outra forma de solicitude dentro da família. Isso não significa, necessariamente , um processo reflexivo, profundo, com muitas alternativas disponíveis, pois na maioria vezes, no quotidiano, as pessoas são premidas pelas circunstâncias. Mas não deixam de ser escolhas, uma vez que definem um rumo e não outro. E é na suposição de que foram escolhas, mais, ou menos , conscientes é que se pode pensar em intervenções que objetivem um aprimoramento das relações interpessoais na família. Assim sendo, novas formas de ser com o outro podem se ensaiadas e instituídas. A estrutura familiar não é um determinante da forma como se dá a solicitude, ou modo das pessoas cuidarem de sua relação numa família. Duas famílias com a mesma composição podem apresentar modos de relacionamento completamente diferentes.O que conta, nesse caso, são suas histórias, a classe social de pertencimento, a cultura familiar e sua organização significativa do mundo, concluiu a referida autora.
Heloisa Szymanski.Viver em família como experiência de cuidado mútuo: desafios de um mundo em mudança.In Revista Serviço Social & Sociedade , n° 71, pgs 16 e 17.
Autor: Victória Sabatine , Mestre em Serviço Social (UFJF), Doutoranda em Serviço Social pela UFRJ, Assistente Social e Professora de Serviço Social
A assertiva acima reafirma algo de muita polêmica e discussão na sociedade contemporânea. O que ela propõe é que a estrutura familiar determina o destino dessa família, isto é, como se tal arranjo familiar fosse ideal e outro não para criação dos seus filhos, por exemplo. Contudo, sabe-se que isto não é verídico uma vez que não há estrutura ideal ou melhor de família e na sociedade contemporânea vemos novas configurações familiares surgindo e problemas, desde relação interpessoal, até uso de drogas perpassando por elas, seja naquelas que possuem composição familiar considerada conservadora, seja naquelas monoparentais, ou compostas por pessoas do mesmo sexos, etc. Sendo assim, cabe assinalar que não há família "desestruturada" mas sim arranjos diferentes. E o que vai determinar o modo de relacionamento interpessoal de uma família é a sua origem, suas condições sociais, econômicas e culturais, seu acesso a serviços públicos e políticas sociais, dentre outros indicadores que vêm afetando a família e sua composição na contemporaneidade.
RESPOSTA: ERRADO