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ID
5567161
Banca
FGV
Órgão
PC-RJ
Ano
2021
Provas
Disciplina
Engenharia Civil
Assuntos

Para o dimensionamento de pavimentos rígidos, a Publicação IPR – 740 do DNIT permite a adoção do método PCA-84 (Portland Cement Association) para a utilização em rodovias federais.
Sobre os modelos de ruína considerados nesse método, devemse considerar os modelos de fadiga:

Alternativas
Comentários
  • Primeiramente faz-se importante definir que a pavimentação consiste no revestimento de um piso ou terreno.

     

    De forma simplificada, as camadas que podem constituir um pavimento são:

     

    - Subleito: material de fundação do pavimento;

    - Leito: camada situada acima do subleito, formada pelas movimentações de terra na terraplenagem para conceber o greide de projeto;

    - Reforço de subleito: camada com propriedades geotécnicas inferiores as da sub-base, empregada com o intuito de reduzir a espessura dessa última por motivos econômicos;

    - Sub-base: camada intermediária entre o reforço do subleito e a base. Ela tem a função de controlar deformações e compatibilizar o comportamento mecânico das camadas, podendo sua existência ser desnecessária;

    - Base: camada que resiste e distribui as ações provenientes das cargas verticais;

    - Revestimento: camada localizada acima da base, na posição mais externa. Sua função é receber a ação do tráfego diretamente.

     

    O Manual de Pavimentação do DNIT (BRASIL, 2006), em seu item 3.2, classifica os pavimentos em flexíveis, semirrígidos e rígidos.

     

    O pavimento flexível possui uma camada asfáltica superficial assentada sobre as camadas de base, sub-base, reforço de subleito, leito e subleito. O seu mecanismo de funcionamento fundamenta-se em todas as camadas trabalharem conjuntamente, distribuindo os esforços verticalmente em parcelas praticamente equivalentes nas mesmas.

     

    Por sua vez, o pavimento rígido é aquele cujo revestimento possui elevada rigidez em relação às demais. Especificamente, o revestimento do pavimento rígido consiste em placas de concreto, fazendo com que o mesmo absorva praticamente todas as tensões oriundas do trafego. Nos pavimentos rígidos, além das placas de concreto (revestimento), há a camada de sub-base e de subleito.

     

    Por fim, o pavimento semirrígido é um misto de ambos, sendo caracterizado por possuir uma base cimentada por algum aglutinante dotado de propriedades cimentícias.

     

    Visto isso, o Manual de Pavimentos Rígidos do DNIT (BRASIL, 2005), em sua seção 4.6.2.3.1, trata sobre os modelos de ruína do método PCA-84:

     

    "4.6.2.3.1 MODELOS DE RUINA

     

    A seguir são apresentados os parâmetros de composição do método e a maneira como este os delimita e considera.

     

    a) fadiga

     

    As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento quanto ao número admissível de solicitações. [...]

     

    A lei de Miner, do dano acumulado por fadiga (*) é usada no método, estando a curva de fadiga implícita nos ábacos de dimensionamento. O consumo total admissível de fadiga é de 100%. O critério de fadiga está bastante ao lado da segurança, sendo os eixos simples os de maior influência no fenômeno de fadiga.

     

    (*) Esta lei determina que a parcela da resistência à fadiga não consumida por uma certa classe de carga, fica disponível para uso por outras cargas, sendo que o dano total é a soma final dos consumos individuais da resistência à fadiga.

     

    b) erosão

     

    Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de concreto, por ação combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato também nas laterais do pavimento.

     

    Os efeitos da erosão manifestam-se sob a forma de deformações verticais críticas, nos cantos e nas bordas longitudinais das placas, causando escalões ou "degraus" nas juntas transversais (principalmente se elas foram desprovidas de barras de transferência), podendo ser ambas as ocorrências causadas por bombeamento, formação de vazios sob a placa e perda de suporte ou contato entre a placa e a fundação."

     

    Portanto, os modelos de ruína do método PCA-84 são o de dano acumulado por fadiga e o de erosão. Logo, a alternativa C está correta.

     

    Gabarito do Professor: Letra C.

     

    BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de pavimentação. 3.ed. – Rio de Janeiro, 2006. 274p. (IPR. Publ., 719).

     

    BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Diretoria de Planejamento e Pesquisa. Coordenação Geral de Estudos e Pesquisa. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Manual de pavimentos rígidos. 2.ed. - Rio de Janeiro, 2005. 234p. (IPR. Publ., 714).

  • Já sabemos que os modelos de ruínas para esse método são a Erosão e a Fadiga, é assim que a maioria das bancas e cursos nos ensinam, entretanto, a banca quis dificultar trocando a palavra "fadiga" por " dano acumulado", que não deixa de ser uma definição plausível.

  • A IPR 740 fala sobre Projeto geométrico de travessias urbanas (FGV tá meio louca da cabeça)

    A IPR 714 que vai falar sobre pavimentos rígidos

    Primeiramente, sobre o método PCA-84:

    • Se aplica tanto a pavimentos de concreto simples e com barras de transferência, como naqueles dotados de armadura distribuída, descontínua ou contínua, sem função estrutural.
    • Emprega-se um modelo de análise estrutural de elementos finitos.

    Item 4.6.2.3: PARÂMETROS DE DIMENSIONAMENTO

    4.6.2.3.1 MODELOS DE RUINA

    a) fadiga

    As tensões de tração por flexão consideradas no cálculo, são as produzidas pela carga tangente à borda longitudinal; a curva de fadiga alcança valores abaixo da relação de tensões limite de 0,50, o que elimina a descontinuidade nesse ponto e afasta a possibilidade de acontecer casos irreais de dimensionamento quanto ao número admissível de solicitações.

    A lei de Miner, do dano acumulado por fadiga (*) é usada no método, estando a curva de fadiga implícita nos ábacos de dimensionamento. O consumo total admissível de fadiga é de 100%. O critério de fadiga está bastante ao lado da segurança, sendo os eixos simples os de maior influência no fenômeno de fadiga.

    (*) Esta lei determina que a parcela da resistência à fadiga não consumida por uma certa classe de carga, fica disponível para uso por outras cargas, sendo que o dano total é a soma final dos consumos individuais da resistência à fadiga.

    b) erosão

    Entende-se por erosão a perda de material da camada de suporte direto da placa de concreto, por ação combinada da água e da passagem de cargas (principalmente dos eixos múltiplos), dando-se o fato também nas laterais do pavimento.