GABARITO: B
Pode haver outros erros que não detectei. Fui pela concordância:
a) Se nas manchetes o assunto de que tratam no jornal tem gravidade, nas crônicas suscedem muitas vezes que a importância esteje nos pormenores. → Errado. O que sucede (sem o S, viu? rsrs) nas crônicas? Que a importância esteja nos pormenores. ISSO (que a importância esteja nos pormenores) SUCEDE (sem o S) nas crônicas. Além disso, o verbo estar, no presente do subjuntivo, se conjuga assim: que eu esteja, que tu estejas, que ele esteja (...). Não existe, então, "esteje".
- Cuidado para não confundir com SUSCITAR. Essa palavra, sim, se escreve com S ;)
b) Continua viva e atraente nos periódicos de hoje (1) a presença de crônicas que nos atraiam (2) pela leveza e pela vivacidade de estilo. → Correto.
1- O que continua vivo e atraente nos periódicos? A presença de crônicas. A presença continua VIVA e ATRAENTE nos periódicos.
2- O que nos atrai? Crônicas. O pronome relativo "que" retoma "crônicas". Como não há outra interpretação a ser feita, o verbo fica no singular.
- Lembre-se de que, se houver dois substantivos antes do pronome relativo, pode o verbo concordar com um dos dois, desde que o sentida frase esteja claro: "O resultado das pesquisas que se apurou/se apuraram provocou polêmica".
- No caso da questão, não poderíamos empregar a concordância com "presença", pois o sentido ficaria prejudicado.
c) Não devem haver assuntos que uma boa crônica não possa tratar, ao lhes dar uma importância desmerecida. → Errado. Pessoal, o verbo haver, quando possui sentido de existir, é impessoal e, por isso, não vai ao plural (houve brigas na rua → houveram brigas na rua x). Numa locução verbal (verbo auxiliar + principal), ele contaminará o auxiliar com a impessoalidade. Por isso o correto é: "não DEVE haver assuntos (...)"
d) Pouco importam que os assuntos tratados numa crônica tenham relevância, uma vez que é ela mesma que os concede com seu talento. → Errado. O que pouco importa? Que os assuntos tratados tenham relevância. Pouco importa ISSO → ISSO pouco importa. Temos um sujeito oracional (verbo no lugar do sujeito) e, por isso, o verbo ficará no singular
e) O autor do texto não considera de somenas importância o fato de que as crônicas alcancem uma grandeza humana pouco intencional. → Errado. Perguntei ao colega Sr. Shelking e ele disse: "o adjetivo 'somenos' não é biforme, ou seja, não possui uma forma para o masculino e outra para o feminino. Esse adjetivo é comum de dois gêneros e grafa-se sempre "somenos", e não 'somenas'. Está atrelado ao substantivo 'importância'".
- Somenos: irrelevante, inferior. "a questão não é de somenos; merece reflexão"
(comentário corrigido após notificação do colega).
Bons estudos! :)
CUIDADO
Há comentário que indica como corretas construções que incorrem em erro.
Solicita-se indicação da construção livre de imperfeições:
A) Se nas manchetes o assunto de que tratam no jornal tem gravidade, nas crônicas suscedem muitas vezes que a importância esteje nos pormenores.
Incorreta. Há incorreta grafia dos termos destacados, respectivamente as formas verbais "sucedem", sem "s", e "esteja", inexistindo a conjugação "esteje".
A forma verbal "sucedem", ainda que estivesse grafada corretamente, apresentaria erro de concordância, devendo apresentar-se em forma singular para concordar com seu sujeito "que a importância esteja nos pormenores".
A forma verbal "tratam", em terceira pessoa do plural, está corretamente flexionada para indicar sujeito indeterminado (salvo presença de sujeito determinável em outra passagem da construção maior).
B) Continua viva e atraente nos periódicos de hoje a presença de crônicas que nos atraiam pela leveza e pela vivacidade de estilo.
Correta. A construção não possui problemas.
Faço importante adendo: é incorreto o comentário disponível que afirma ser possível a flexão singular do verbo "atraiam".
Na construção "...a presença de crônicas que nos atraiam pela leveza e pela vivacidade de estilo.", a presença da construção "pela leveza e pela vivacidade do estilo" deixa claro que a relação semântica ocorre com o substantivo plural "crônicas", vez que estas, e não o substantivo "presença", possuem leveza e vivacidade de estilo.
A concordância com o substantivo "presença", como se este possuísse leveza e vivacidade de estilo, gera grave incoerência textual.
C) Não devem haver assuntos que uma boa crônica não possa tratar, ao lhes dar uma importância que julgávamos des- merecida.
Incorreta. A locução verbal "deve haver" possui como verbo principal a forma impessoal "haver", devendo a locução permanecer, em sua totalidade, impessoal. Não há justificativa para o emprego de hífen entre prefixo e radical no termo "desmerecida" (salvo se no PDF original for caso de translineação).
D) Pouco importam que os assuntos tratados numa crônica tenham relevância, uma vez que é ela mesma que os concede com seu talento.
Incorreta. O sujeito da forma verbal "importam" é a construção oracional imediatamente posterior, devendo o verbo assumir forma singular para com ele concordar.
E) O autor do texto não considera de somenas importância o fato de que as crônicas alcancem uma grandeza humana pouco intencional.
Incorreta. O adjetivo "somenos" é forma de dois gêneros e dois números, grafando-se sempre "somenos". A grafia apresentada pela banca é incorreta.
Gabarito na alternativa B