SóProvas


ID
5579839
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
DPE-RS
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

    A tecnologia finalmente está derrubando os muros do tradicionalismo que envolve o mundo do direito. Cercado de costumes e hábitos por todos os lados, o direito e seus operadores têm a fama de serem apegados a formalismos, praxes e arcaísmos resistentes a mudanças mais radicais. São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema.

     Nem mesmo o hermético universo do direito resistiu às mudanças tecnológicas trazidas pela rede mundial de computadores e pela possibilidade do uso de softwares de inteligência artificial para análise de grandes volumes de dados. Novidades cuja aplicação foi impulsionada pelo incessante crescimento de demandas judiciais e pela necessidade de implementar e efetivar o sistema de precedentes qualificados. Todas essas inovações, sem dúvida nenhuma, transformaram o sistema de justiça como o conhecíamos e o cotidiano dos operadores do direito.

     O direito, o processo decisório e os julgamentos são eminentemente de natureza humana e dependem do ser humano para serem bem realizados. Assim, mesmo que os avanços tecnológicos sejam inevitáveis, todas as inovações eletrônicas e virtuais devem sempre ser implementadas com parcimônia e vistas com muito cuidado, não apenas para sempre permitirem o exercício de direitos e garantias, mas também para não restringirem — e, sim, ampliarem — o acesso à justiça e, sobretudo, para manterem a insubstituível humanidade da justiça.

Rafael Muneratti. Justiça virtual e acesso à justiça. In: Revista da Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul, ano 12, v. 1, n.º 28, 2021 (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto anterior, julgue o item a seguir. 

O trecho “como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema” (primeiro parágrafo) expressa uma avaliação crítica do autor em relação a algumas práticas da área do direito. 

Alternativas
Comentários
  • Quanta subjetividade... deve tá querendo competir com a FGV

    Argumentação do prof. do Gran: O autor faz crítica às práticas do direito e seus operadores apegados a formalismos, praxes e arcaísmos resistentes a mudanças mais radicais.

    Gabarito Gran: Certo.

    Até o professor foi no bolo.

  • Caso o candidato leia apenas o primeiro parágrafo, existe uma impressão que de fato trata-se de uma crítica por parte do autor. No entanto, o último parágrafo (conclusão do autor) aponta justamente no sentido contrário, que a intenção do autor é defender o uso racional dessas práticas, por entender que o elemento humano é essencial ao desenvolvimento delas.

    Acaba sendo muito subjetivo, mas é possível entender o gabarito da banca.

  • punk essa prova de defensoria

  • As gerações que passam adiante e cultivam esse pensamento de que as práticas são essenciais.
  • Na minha singela opinião, o uso da expressão “como se [fossem]” traz, sim, um juízo crítico do autor sobre práticas tradicionais do “mundo do direito”. Primeiramente, porque o texto, como um todo, contrapõe essa ideia tradicionalista às inovações tecnológicas. Mas o próprio uso da expressão “como se [fossem]” já traz, por si mesma, uma avaliação crítica. Isto é, o autor, ao descrever essas “práticas persistentes”, afirma que elas são “cultivadas como se [fossem] necessárias” para a integralidade do sistema, indicando, por contraste, que ele discorda dessa caracterização. Para o autor, portanto, essas práticas persistentes não são imprescindíveis, mas são tratadas (ou “cultivadas”) como se necessárias fossem. O autor adota, portanto, um tom visivelmente crítico ao tradicionalismo, a que se contrapõem os avanços tecnológicos de que trata o texto. 

    Recorri, e espero que alterem o gabarito, ou anulem.

    Bons estudos!

  • Várias questões cespe nesse estilo podem ser respondidas da seguinte forma:

    Quando ela quer saber se algo é uma opinião ou uma crítica, pense como se vc mesmo estivesse fazendo essa crítica ou dando sua opinião. Use para responder da seguinte maneira "EU PENSO QUE... OU EU ACHO ISSO..."

    QUESTÃO:  “como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema”

    Veja que não faz nenhum sentido vc dizer que vc pensa isso de como se necessárias....

    Outras questões cespe:Q1689712: Há trechos que revelam fatos e outros que apresentam opiniões/conjecturas(OU CRÍTICAS PESSOAIS). Assinale a opção na qual o trecho extraído do texto expressa um fato.

    A “Agradar os filhos com smartphones, tablets e videogames pode, na verdade, contribuir para a infelicidade dos adolescentes” COMECE COM A FRASE "EU PENSO QUE..."

    B “Por outro lado, a abstinência total também não leva à felicidade” "EU PENSO QUE..."

    C “adolescentes que passam mais tempo na frente de telas — jogando videogames, usando redes sociais e conversando por aplicativos de texto e vídeo — são menos felizes que aqueles que investem mais tempo em outras atividades” "EU PENSO QUE..."

    D “Os adolescentes respondem a questões sobre quanto tempo passam em smartphones, tablets e computadores e em atividades com interações sociais, além de questões sobre a felicidade como um todo” Aqui está nossa resposta, pq não há como ser uma opinião ou crítica e sim apenas um fato que não é simplesmente da mente do interlocutor!!!

    E “Os adolescentes mais felizes passam pouco menos de uma hora diária nas redes sociais” "EU PENSO QUE..."

  • São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema.

    Assim, mesmo que os avanços tecnológicos sejam inevitáveis, todas as inovações eletrônicas e virtuais devem sempre ser implementadas com parcimônia e vistas com muito cuidado, não apenas para sempre permitirem o exercício de direitos e garantias, mas também para não restringirem — e, sim, ampliarem — o acesso à justiça ( integridade e operacionalidade) e, sobretudo, para manterem a insubstituível humanidade da justiça.

    O autor faz a crítica para defender a dosagem na implementação da tecnologia ao campo do direito e com fim de manter a integridade e a operacionalidade. E ainda afirma ser essencial a participação do humano.

    "O direito, o processo decisório e os julgamentos são eminentemente de natureza humana e dependem do ser humano para serem bem realizados"

  • Vaaá, qt subjetividade! Coloca a resposta q quiser!

  • no primeiro parágrafo não ocorre distinção de uma área especifica do direito...o autor generaliza...

    Sendo assim a afirmativa está errada.

  • a expressão "como se" indica um certo tom de "deboche" do autor sobre as práticas tradicionais, mas é isso, a resposta no fim é o que a CESPE quer.

  • O autor não está fazendo nenhuma avaliação no trecho mencionado, ele apenas constata que certas práticas jurídicas são tratadas como "necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema".

  • A meu ver, gabarito ERRADO. Temos de nos lembrar que essa prova deve estar na fase recursal, portanto os gabaritos poderão ser alterados.

  • -´´São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema``

    Acredito que não há subjetividade, pois, ao meu ver, ele apenas constata as práticas do direito. Agora, caso, após o ´´como se`` tivesse ´´fossem`` , aí sim, faria jus a uma crítica do autor. Porém, a prova ainda está em fase recursal, vamos esperar e ver o resultado fim da banca.

  • Errei a questão.

    Em uma visão ampla me parece que o autor faz uma crítica.

    Em uma visão mais restrita, pode-se entender que a locução conjuntiva comparativa "como se" 'introduz uma comparação hipotética do autor (o famoso deboche). Dito de outra forma, acredito que esse foi o ponto de vista da banca: o trecho é uma comparação hipotética e não uma crítica.

  • Tá difícil estudar português pras provas dessa banca... Marco com convicção, assim como vários colegas aqui (as estatísticas mostram isso), mas o gabarito vai totalmente contra!

  • O trecho é bem claro e faz uma avaliação crítica sim em relação a algumas práticas dos operadores do direito, referindo-se ao que foi dito antes. Questão bem passível de recurso.

  • Que banca FDP esse Cebraspe

  • Quando o autor diz: "o direito e seus operadores têm a fama de..." não entendi como juízo crítico do autor, mas sim apenas como uma constatação, sem, contudo, adentrar no mérito.

  • A tecnologia finalmente está derrubando os muros do tradicionalismo que envolve o mundo do direito. Cercado de costumes e hábitos por todos os lados, o direito e seus operadores têm a fama de serem apegados a formalismos, praxes e arcaísmos resistentes a mudanças mais radicais. São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema.

    Pra mim está claro um teor de crítica pois, levando em consideração o contexto, percebe-se que o autor não concorda muito com esse tradicionalismo do direito e nem acha que isso é necessário para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema.

  • "como" equivale a "conforme". pensei assim

  • Não estou concordando em na-da com o gabarito dessa prova. Devem anular várias, não é possível!

  • No fim é o que a cespe determinar.

    Subjetividade nas alturas nessa questão.

    Gaba (cespe) e

  • Se isso não for uma crítica o que é necessário pra ser?

  • Questão muito subjetiva. A banca entendeu que o autor estaria só expondo o motivo pelos quais as tecnologias têm dificuldade de entrar no mundo jurídico, sem juízo de valor. Mas, ao meu ver, a presença da palavra "arcaísmo" é um claro julgamento de valor negativo que o autor faz sobre tais práticas, sendo a passagem em comento no item uma ironia, especialmente pelo uso da expressão "como se necessárias". Deve ter chovido recurso mas conhecendo a CESPE é bem provável que mantenham o gabarito.

  • Vi assim; como SE necessárias FOSSEM para...

    Esta ironizando, é sim uma critica.

  • "São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema."

    O termo "como se" é uma conjunção subordinada adverbial comparativa. Estabelecem uma correspondência, um paralelo em relação a oração independente. São elas: como, assim como, como se, bem como, que nem, que e do que (precedido de mais, menos, maior, menor, melhor, pior), tal qual, etc.

    outro exemplo: Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.

    Gabarito: Errado.

  • como não foi uma crítica? o parágrafo é cheio de opiniões e criticas do autor

  • Vai ser o jeito procurar o Rafael Muneratti (autor do texto), saber se ele concorda com o Cespe.

    Questão de interpretação nem era para existir mais em concurso público!

  • Não se deixe levar pela indução ao erro pelo destaque de trecho. Seria uma crítica do autor, se o parágrafo não tivesse inserido a ideia de senso comum: “tem fama de”. O parágrafo é descritivo nesse sentido, não contém refutação específica do autor, com força de crítica.

  • Nessas questões do cespe eu prefiro fazer uma analise geral do texto, se ler só esse trechinho parece mesmo

  • Muita subjetividade. O gabarito vai ser de acordo com o bom humor do avaliador. O que tiver mais erro, ele coloca.

  • O autor se refere ao direito no geral, não apenas a algumas práticas.

  • Correto .

    A frase '' como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema''' não expressa crítica do autor , mas sim a opinião do mesmo acerca do motivo que o sistema do direito é averso à ideia de derrubada dos '' muros do tradicionalismo que envolve o mundo do direito'' . A clarificação de uma crítica estaria em ''Cercado de costumes e hábitos por todos os lados, o direito e seus operadores têm a fama de serem apegados a formalismos, praxes e arcaísmos resistentes a mudanças mais radicais ''

  • Ao meu ver o parágrafo menciona "são práticas resistentes" já como um contexto único e geral. Ele não critica especificando tais práticas..

  • “como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema”

    Não expressa uma avaliação crítica do autor, mas sim um FATO constatado

  • Analisando todo o texto fica claro que não se trata de crítica ou ironia, visto que, se fosse, seria rasa e um tanto quanto contraditória, devido ao tom de necessidade reconhecida ainda pelo autor, de haver humanos ainda operando o direito.

    GAB: E

  • interpretei dessa forma:

    No trecho indicado ele não fez uma crítica, apenas disse o que elas são: repassadas por gerações e cultivadas como se fossem necessárias.

    Creio que seria uma crítica caso ele falasse algo como: "...como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema, mas na realidade não são."

    Como exemplo, um trecho que acredito que tenha crítica do autor é: " A tecnologia finalmente está derrubando os muros do tradicionalismo que envolve o mundo do direito". Ou seja, ele via que já estava na hora da tecnologia romper com o tradicionalismo do direito.

  • "... como SE necessárias" indica sim um tom crítico. Se tivesse omitido o "se", aí sim, teria adotado um tom neutro. Na minha humilde opinião, o Cespe errou sim nessa.

  • CESPE querendo matar a gente de ódio. Fruta que pariu!

  • Venha para o mundo de Cebraspe.

  • com o "como se", ao meu ver, o autor claramente coloca em dúvida a imprescindibilidade das formalidades que são cultivadas. enfim, errei.

  • Quando você pensar que é certo, responda Errado. Interpretação de texto da Cespe é invertida.

  • Se isso não é uma crítica, isso seria o que então?

  • O trecho o direito e seus operadores têm a fama justifica eu considerar que a avaliação crítica é de outras pessoas ?

  • Essa aí, dá até vontade de ir atrás desse Rafael Muneratti (autor do texto) e perguntar, direto para ele, se a intenção não foi criticar... ta bom Cespe.

  • Essa aí, dá até vontade de ir atrás desse Rafael Muneratti (autor do texto) e perguntar, direto para ele, se a intenção não foi criticar... ta bom Cespe.

  • Para mim o primeiro parágrafo mata essa questão sem muito atropelo, pois ele (o autor) não está criticando e sim explicando algo. Não vejo por que tanta discordância do gabarito falando em subjetividade e etc.

  • São práticas persistentes, passadas adiante por gerações e cultivadas como se necessárias para manter a integridade e a operacionalidade costumeira do sistema.

    O autor esta expondo um conhecimento empírico (passado por gerações) , não fazendo uma critica. Pelo menos nesse trecho não é possível inferir que o autor esteja expondo sua opinião.

  • No meu insignificante ponto de vista, a subjetividade desse tipo de questão torna possível que o gabarito esteja certo ou errado, a depender mais do examinador do que propriamente do autor do texto. O Cespe chama isso de interpretação de texto. Para mim, está mais para uma loteria...
  • Olhem a explicação dada pela professora. O item está errado por conta de falar de em "algumas

    áreas do Direito" sendo que o autor está se referindo ao Direito como um todo.

  • Na minha opinião ele não está criticando e sim afirmando.

  • Acho q ninguém recorreu direito nessa prova aí ou, se recorreram, escreveram em aramáico, tem mais de uma questão polêmica. E não há gabarito oficial definitivo no site da banco, apenas o oficial preliminar.

  • são praticas persistentes e não algumas.

  • Carvalho....sacanagem.