SóProvas


ID
5582695
Banca
FCC
Órgão
MANAUSPREV
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: Para responder à questão, considere o trecho do livro O elogio do vira-lata e outros ensaios, de Eduardo Giannett.


   A ciência destrói o seu passado. Os clássicos da literatura científica, como os tratados hipocráticos, o Le Monde de Descartes ou a Philosophia Botanica de Lineu, foram obras que marcaram época, mas que a passagem do tempo reduziu à condição de peças de antiquário e objeto de interesse restrito a especialistas em história da ciência. Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina. 

    Com a filosofia é diferente. Os clássicos da literatura filosófica, como os diálogos platônicos, as Meditações de Descartes ou o Leviatã de Hobbes, são obras que parecem dotadas do dom da eterna juventude. Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado.

     A diferença, é certo, resulta em parte da ausência de um critério bem definido de progresso na história da filosofia. Mas não é só. A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. Como observa com certa malícia Adam Smith na Teoria dos Sentimentos Morais, ao comentar a dificuldade de refutar conclusivamente teorias no campo da ética, a progressividade das ciências naturais também reflete a sua maior vulnerabilidade e propensão ao erro.

(GIANNETTI, Eduardo. O elogio do vira-lata e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 2018)

Considere os seguintes trechos do texto.

I. Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina. (1° parágrafo)

II. Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. (2° parágrafo)

III. A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado. (2° parágrafo)

IV. A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. (3° parágrafo)

Estão empregadas em sentido figurado as expressões sublinhadas em

Alternativas
Comentários
  • que diva, obrigada pelo resumo

  • GABARITO A

    MACETE

    Sentido COnotativo = COnto de Fadas;

    Sentido DEnotativo = DE Verdade;

    JUSTIFICANDO

    I. [ERRADO] Nenhum cientista que se preze aprende o seu ofício destrinchando os clássicos de sua disciplina. = "ofício" é o sinônimo de "trabalho". Logo, não há que se falar em Sentido Conotativo.

    II. [CERTO] Embora também se prestem à lupa antiquária do historiador de ideias, elas conseguem de algum modo driblar o tempo e falar diretamente aos espíritos vivos das novas gerações. = O termo "lupa antiquária" consiste na forma, em sentido figurado, pela qual se foi utilizada para representar um instrumento de pesquisa.

    III. [CERTO] A filosofia, como a arte, não enterra o seu passado. = O verbo "enterrar" se apresenta em sentido conotativo, visto que é uma forma de expressar que a filosofia não esconde o seu passado.

    IV. [CERTO] A consciência da nossa ignorância cresce de mãos dadas com o avanço do saber científico. = Aqui, o texto apresenta características a substantivos abstratos. Logo, não há que se falar em Sentido Denotativo.