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ID
5586817
Banca
FAPEC
Órgão
PC-MS
Ano
2021
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

A questão refere-se ao texto a seguir e avaliam conhecimentos sobre diferentes itens do conteúdo previsto para a prova. 

Quando não há mais vida, resta à medicina estabelecer a verdade. A missão de desvendar as causas reais de uma morte pertence aos médicos legistas, profissionais que comemoram o seu dia em 7 de abril. Mas, apesar de a ideia recorrente sobre a área remeter ao trabalho com cadáveres, essa é a menor demanda na rotina de um Instituto Médico-Legal. No Paraná, por exemplo, foram 53.322 atendimentos a vítimas vivas e 9.052 casos de óbito em 2015.

“O trabalho realizado por todos os profissionais do Instituto Médico-Legal é muito difícil, sensível, técnico e vem ao encontro da população e demais profissionais da Segurança Pública em momentos críticos. Então, devemos todo respeito, toda consideração e o compromisso de melhorar a qualidade de trabalho, o ambiente de trabalho e o efetivo da Polícia Científica”, declarou o secretário estadual da Segurança Pública e Administração Penitenciária do Paraná, Wagner Mesquita.

“Fazer medicina legal é consagrar a cidadania. Quando pratico medicina legal, eu examino pessoas vivas e pessoas mortas e extraio delas as ofensas às quais foram acometidas. Ofensas físicas, que podem acarretar na morte, mas também ofensas psicológicas e emocionais”, explica o médico e diretor do IML, Carlos Alberto Peixoto Baptista, de origem portuguesa. Ele veio para o Brasil em 1976 e atua no IML em Curitiba desde 1984, onde foi responsável por mais de seis mil necropsias nesse período. [...].

 Mas e quando a vítima está morta? “O cadáver ‘conversa’ contigo e começa a mostrar o que efetivamente aconteceu com ele”, afirmou, usando, em sentido figurado, uma das máximas da medicina forense, o médico legista Alexandre Gebran Neto, com 41 anos de experiência. Ele explica que todas as lesões têm uma origem que “revelam” como aconteceram e até qual instrumento foi utilizado. [...].

O médico perito André Ribeiro Langowiski, 42 anos, se interessou pela Medicina Legal ainda na faculdade. “É uma especialidade que possui esse viés jurídico, então acho importante gostar de Direito”, disse. “É gratificante poder ser um dos partícipes de uma situação que muitas vezes é decisiva. Às vezes um laudo nosso elucida toda a questão jurídica e tem um papel preponderante tanto na absolvição como na condenação em um caso”, afirmou.[...]

Calor, dinheiro no bolso e fim de semana. Essa combinação é garantia de “movimento” no necrotério do IML. [...]

Fonte: Dia do médico legista: a sensível tarefa de “conversar” com os mortos. Agência de Notícias do Paraná. Paraná: Governo do Estado. Disponível em: https://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=88588. Acesso em: 2 nov.2021. (Fragmento com adaptações. Texto original publicado em 7/4/2016

O comentário sobre relações de concordância e de regência (incluindo casos de crase) estabelecidas no texto está correto na alternativa:

Alternativas
Comentários
  • GABARITO D

    O verbo ACARRETAR é VTD.

    Ex: A defesa de ideias extremamente liberais acarretou o cancelamento do influenciador Monark.

  • Gabarito na alternativa D

    Solicita-se julgamento das assertivas:

    A) em “atendimentos a vítimas vivas” (1º parágrafo), o “a” deveria receber “acento” indicativo de crase, pois está diante de palavra feminina determinada.

    Incorreta. Guardem consigo: na ocorrência do elemento "a", singular, diante de palavra plural, nunca haverá crase!

    Sendo a crase a junção de preposição e artigo definido feminino, sabe-se que é inaplicável artigo singular para determinar substantivo plural, logo, não havendo artigo, não há que se marcar a crase;

    B) a forma verbal “revelam” (4º parágrafo) está corretamente conjugada no plural para concordar com “lesões”, que é o núcleo do sujeito a que se vincula. 

    Incorreta. O verbo "revelar" encontra seu sujeito no termo "origem", de sorte que sua flexão plural é incorreta;

    C) em “às quais foram acometidas” (3ª parágrafo), há um erro no emprego do “acento” indicativo de crase; o correto é “as [quais]”.

    Incorreta. Desconsiderando-se quaisquer erros de regência verbal, o contexto é construído com uso de preposição + artigo, devendo-se marcar a crase;

    D) em “acarretar na morte” (3º parágrafo), há um erro de regência; o correto é “acarretar a morte”. 

    Correta. A forma verbal "acarretar", indicativa de "levar a", é transitiva direta e não rege preposição;

    E) a forma verbal “explica” deveria estar no plural, pois o sujeito a que se vincula é composto.

    Incorreta. Há duas ocorrências do verbo "explicar", respectivamente terceiro e quarto parágrafos; nas duas ocorrências o sujeito é simples.