Hutz, Trentini, Bandeira e Krug (2016), ao
tratar das escolhas dos instrumentos e das técnicas no psicodiagnóstico, existem variações em relação à maneira de
construir as hipóteses de trabalho para um psicodiagnóstico que são
influenciadas pelas diferentes perspectivas teóricas de cada profissional, pelo
tempo disponível, pela experiência profissional, bem como pelas diferentes
demandas que chegam até o psicólogo.
Quando a demanda é bastante objetiva (P. ex., avaliar a capacidade
de atenção concentrada ou de memória de longa duração) ou diretamente associada
à descrição de um quadro clínico (P. ex., avaliar a existência ou não de um
quadro de transtorno depressivo maior), a formulação da hipótese ocorre de
maneira mais rápida, e se constituirá em um importante norteador da avaliação.
Nessas situações, o psicólogo não deve se distanciar da hipótese formulada inicialmente,
sendo a avaliação mais objetiva e, em geral, breve. Isso geralmente ocorre,
portanto, quando O objetivo da avaliação e determinar um diagnóstico descritivo
ou nosológico.
Já em situações em que a demanda de avaliação é mais ambígua,
genérica ou ampla (P. ex., avaliar os desencadeantes e mantenedores de um
quadro depressivo, ou as razões de uma criança ter dificuldades de
aprendizagem), os profissionais entendem que a formulação das hipóteses e a
consequente escolha dos instrumentos serão mais bem realizadas se adotarem uma
"capacidade negativa" no sentido de suportar não saber o que o
paciente tem até os primeiros sinais se tornarem hipóteses em virtude de suas
repetições nas consultas iniciais.
Psicodiagnóstico [recurso ecletrônico] Organizadores, Claudio Simon Hutz [et al.]. Porto Alegre Artmed, 2016.
GABARITO: D