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ID
5617936
Banca
AOCP
Órgão
Prefeitura de Novo Hamburgo - RS
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

ENTRE O DESESPERO E A ESPERANÇA: COMO REENCANTAR O TRABALHO?

Christophe Dejours

   Nos dias de hoje, quando se fala do trabalho, é de bom-tom considerá-lo a priori como uma fatalidade. Uma fatalidade socialmente gerada. E, de fato, é preciso reconhecer que a evolução do mundo do trabalho é bastante preocupante para os médicos, para os trabalhadores, para as pessoas comuns apreensivas com as condições que serão deixadas a seus filhos em um mundo de trabalho desencantado.
   E, no entanto, no mesmo momento em que devemos denunciar os desgastes psíquicos causados pelo trabalho contemporâneo, devemos dizer que ele também pode ser usado como instrumento terapêutico essencial para pessoas que sofrem de problemas psicopatológicos crônicos. No que concerne à visão negativa, é preciso distinguir o sofrimento que o trabalho impõe àqueles que têm um emprego do sofrimento daqueles homens e mulheres que foram demitidos ou que se encontram privados de qualquer possibilidade de um dia ter um emprego.
   Há, portanto, situações de contraste. Surge inevitavelmente a questão de saber se é possível compreender as diversas contradições que se observam na psicodinâmica e na psicopatologia do trabalho. Isso só é possível se defendermos a tese da “centralidade do trabalho”. Essa tese se desdobra em quatro domínios:
• no domínio individual, o trabalho é central para a formação da identidade e para a saúde mental,
• no domínio das relações entre homens e mulheres, o trabalho permite superar a desigualdade nas relações de “gênero”. Esclareço que aqui não se deve entender trabalho apenas como trabalho assalariado, mas também como trabalho doméstico, o que repercute na economia do amor, inclusive na economia erótica,
• no domínio político, é possível mostrar que o trabalho desempenha um papel central no que concerne à totalidade da evolução política de uma sociedade,
• no domínio da teoria do conhecimento, o trabalho, afinal, possibilita a produção de novos conhecimentos. Isso não é óbvio. O estatuto do conhecimento, supostamente elevado acima das contingências do mundo dos mortais, deve ser revisto profundamente quando se considera o processo de produção do conhecimento e não apenas o conhecimento. É o que se chama de “centralidade epistemológica” do trabalho. [...] 

Disponível em:
https://revistacult.uol.com.br/home/christophe-dejours-reencantar-o-trabalho/.
Acesso em: 14.dez.2021

Assinale a alternativa em que o pronome átono pode ser movido para a posição enclítica ao verbo.

Alternativas
Comentários
  • GABARITO B

    Sujeito explícito, pode optar tanto pela próclise como ênclise.

    Nas demais alternativas há casos de atração obrigatória do pronome, haja vista a presença de pronomes e conjunções.

  • Alguém explica a D?

  • O pronome relativo ele atrai o pronome demonstrativo (QUE e QUANDO), então só poderia ser PRÓCLISE.

  • Acabei de assinar o Qconcurso, porém já vejo que não é confiável, pois a resposta não pode ser a alternativa "b".

  • A) “[...] quando se fala do trabalho [...]’. (Pronome relativo atrai proclise, não havendo a possibilidade de coloca-lo na posição enclítica).

    B) GABARITO

    C) “[...] diversas contradições que se observam [...]”.(Pronome relativo atrai proclise, não havendo a possibilidade de coloca-lo na posição enclítica).

    D) “[...] quando se considera o processo de produção do conhecimento [...]”. (Pronome relativo atrai proclise, não havendo a possibilidade de coloca-lo na posição enclítica).

    E) “[...] o que se chama de ‘centralidade epistemológica’ do trabalho.”.(Pronome relativo atrai proclise, não havendo a possibilidade de coloca-lo na posição enclítica).

  • Para responder a esta questão, exige-se conhecimento em colocação pronominal. Vejamos o conceito:

    Os pronomes pessoais oblíquos átonos me, te, se, lhe(s), o(s), a(s), nos e vos podem estar em três posições ao verbo ao qual se ligam.

    Próclise é antes do verbo⇾ Nada me faz tão bem quanto passar em concurso.

    Mesóclise é no meio do verbo⇾ Abraçar-lhe-ei…

    Ênclise é após o verbo⇾ Falaram-me que você está muito bem.

    Após vermos o conceito e os exemplos, iremos indicar a assertiva que a colocação pronominal pode ser posta tanto em ênclise quanto em próclise. Vejamos:

    a) Incorreta.

    “[...] quando se fala do trabalho [...]’.

    Diante de conjunção subordinativa, o pronome oblíquo deve ficar obrigatoriamente em posição proclítica. A conjunção mencionada é "quando" que é temporal.

    b) Correta.

    Essa tese se desdobra em quatro domínios [...]”.

    Diante de sujeito expresso sem fator atrativo de próclise, (Advérbios, em + gerúndio, pronomes interrogativos relativos e indefinidos, conjunção subordinativa, exclamativas ou optativas.) o pronome pode ficar tanto em próclise como em ênclise Ex: "desdobra-se".

    c) Incorreta.

    “[...] diversas contradições que se observam [...]”.

    Diante de partícula "que", o pronome deve ficar obrigatoriamente em posição proclítica.

    d) Incorreta.

    “[...] quando se considera o processo de produção do conhecimento [...]”.

    Diante de conjunção subordinativa, o pronome oblíquo deve ficar obrigatoriamente em posição proclítica. A conjunção mencionada é "quando" que é temporal.

    e) Incorreta.

    “[...] o que se chama de ‘centralidade epistemológica’ do trabalho.”.

    Diante de partícula "que", o pronome deve ficar obrigatoriamente em posição proclítica.

    Gabarito: B

  • GAB-B

    “Essa tese se desdobra em quatro domínios.

    “Essa tese desdobra-se em quatro domínios.

    Não é à toa que a peça mais forte de um xadrez é uma Dama. Parabéns, mulhereS!

  • mermão kkkk corre do advérbio, pronome relativo e palavra negativa kkk o que sobrar é o correto
  • quando é pronome?
  •  Casos de atração facultativa ( usa próclise ou ênclise):

    - Substantivo com núcleo expresso

    - Pronome reto

    - Conjunções coordenadas (e, ou, mas)

    - Verbos no infinitivo mesmo com palavras atrativas