SóProvas


ID
5637964
Banca
VUNESP
Órgão
DAEM
Ano
2018
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Nada é de graça e, se for, desconfie


        A Muralha da China não é vista da Lua, e a tomada do padrão antigo não vai voltar. Se você acreditou em notícias falsas como essas, eu sei como elas chegaram até você: de graça, por meio das redes sociais, de sites gratuitos de “notícias”.

        Informação de qualidade não tem como ser de graça, pois existe algo inexorável no mundo da comunicação: conteúdo de qualidade custa. Jornalismo custa. E alguém precisa pagar a conta.

        No Brasil, por décadas, a liberdade – e a qualidade – do jornalismo foi garantida por um modelo que se viu ameaçado nos últimos anos.

        O modelo funciona assim: clientes contratam agências de propaganda, que anunciam nos veículos, que, por sua vez, podem investir em jornalismo isento, contratando bons profissionais.

        Por que esse modelo é tão importante?

        Primeiro: ele garante o fortalecimento das agências e a qualidade do conteúdo da propaganda.

        Segundo: a publicidade ajuda a garantir a independência econômica (que traz a independência de opinião) dos veículos de comunicação.

        Terceiro: países onde a imprensa não recebe investimento privado e depende do governo têm a sua democracia ameaçada.

        Mas veio a revolução das redes sociais e todo mundo virou youtuber, blogueiro, digital influencer. O investimento publicitário começou a migrar para esses novos canais, muito mais pulverizados.

        Ao contrário do que se sonhava nas faculdades de jornalismo, essa revolução não democratizou a informação, popularizando os meios de comunicação. Na verdade, ela sucateou a informação e ameaçou o jornalismo de verdade. E as fontes de fake news foram se espalhando, impulsionadas por likes e compartilhamentos.

        Agora, o mundo percebeu que as fake news não eram tão inofensivas assim. E essa reflexão começou a trazer resultados. Os mais espertos passaram a procurar fontes melhores para se informar.

        Nos EUA, o hábito de leitura de jornais tradicionais, na versão impressa ou digital, aumentou entre as faixas etárias mais jovens.

        Aqui, em 2016, os onze maiores jornais registraram um crescimento de 16,6% em assinaturas digitais, segundo o IVC (Instituto Verificador de Comunicação).

        Com a volta dos assinantes, uma verdade fica cada vez mais clara: o que é de graça não funciona. Conteúdo de qualidade custa. Mas é uma ótima relação custo-benefício. Benefício para o mercado e para a sociedade.

(Mario d’Andrea. Folha de S. Paulo, 26.09.2017. Adaptado)

De acordo com a norma-padrão, o pronome indicado entre parênteses substitui corretamente a expressão destacada e deve ser obrigatoriamente colocado antes do verbo em:

Alternativas
Comentários
  • E alguém precisa, para o bem do jornalismo, pagar a conta. (lhe pagar) = ERRADO. pronome lhe substitui verbo transitivo indireto, VTI tem preposição. PAGA-LA

    Os clientes costumam contratar agências de propaganda. (as contratar) = ERRADO o pronome certo seria o LAS . CONTRATA-LAS

    A publicidade ajuda a garantir a independência econômica. (lhe garantir)= ERRADO. pronome lhe substitui verbo transitivo indireto, VTI tem preposição. GARANTI-LA

    A revolução na mídia não democratizou a informação. (a democratizou) CERTO, a palavra não é um termo atrativo do pronome oblíquo átono A.

    Os 11 maiores jornais brasileiros registraram um crescimento de 16,6%... (o registraram) Errado , certo seria REGISTRARAM-NO

  • Palavra negativa atrai o pronome oblíquo

  • Atente para o enunciado: o pronome entre parêntesis deve substituir corretamente o objeto e alojar-se apenas em próclise. Havendo facultatividade dessa colocação pronominal ou dupla possibilidade (ênclise e próclise), a alternativa será considerada incorreta.

    a) E alguém precisa, para o bem do jornalismo, pagar a conta. (lhe pagar)

    Incorreto. No contexto em tela, sendo transitivo direto o verbo "pagar", deve ser posto no lugar de "lhe" o pronome oblíquo "a", se em próclise, ou "la", se em ênclise;

    b) Os clientes costumam contratar agências de propaganda. (as contratar)

    Incorreto. Em que pese estar correto o uso do pronome "as" para substituir o objeto direto "agências de propaganda", o pronome não precisa, obrigatoriamente, estar em próclise: pode achar-se em ênclise, situação em que a forma mudará para "las": contratá-las;

    c) A publicidade ajuda a garantir a independência econômica. (lhe garantir)

    Incorreto. Sendo o verbo "garantir" transitivo direto, deve o pronome "lhe" ser trocado por "a": a garantir ou garanti-la;

    d) A revolução na mídia não democratizou a informação. (a democratizou)

    Correto. Aqui há obrigatoriedade na anteposição do pronome "a", tendo em vista a existência do advérbio "não";

    e) Os 11 maiores jornais brasileiros registraram um crescimento de 16,6%... (o registraram)

    Incorreto. Embora correto o uso do pronome "o" e sua posição, a próclise não é obrigatória, senão facultativa.

    Letra D