o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, enfraqueceu o Judiciário, cerceou o trabalho da imprensa e impôs uma série de retrocessos nos direitos civis. A Constituição, alterada para promover valores pró-cristãos e anti-LGBTI, proíbe o reconhecimento legal de transgêneros assim como a adoção de crianças por casais homossexuais. Orbán adotou uma política contra refugiados – chegando ao ponto de negar alimento a requerentes de asilo em campos de transição, forçando-os a deixar o país. O ensino superior é seu mais recente alvo.
Enquanto isso, no Brasil, o governo Bolsonaro ganha as manchetes mundiais por suas políticas conservadoras e suas ações negacionistas na pandemia. Na educação, universidades públicas brasileiras vêm sofrendo intervenções do governo, que tem nomeado reitores não-eleitos democraticamente, ferindo a autonomia universitária. As instituições de ensino superior também são atingidas por duros golpes de orçamento e órgãos como o Ministério da Educação, Inep e Capes recebem influência ideológica a partir de ações do governo. Na prática, portanto, há convergências entre o país latino-americano e aquele do leste europeu.