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ID
5660389
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
PC-PB
Ano
2022
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Texto CG1A1-I



      Um problema no estudo da violência é sua relação com a racionalidade. Os atos violentos mais graves, praticados com requintes de crueldade, são vistos pela mídia e pela opinião pública como atos irracionais. Ora, se a violência é irracional, não é por ser obra de um ser desprovido de razão, mas por ser, paradoxalmente, o produto de uma razão perigosamente racional. É o que ocorre quando certos mecanismos racionais, como a simplificação, que reduz tudo a um único princípio explicativo, e a polarização, que vê a realidade como feita unicamente de elementos antagônicos e irreconciliáveis, deixam o indivíduo sem alternativas. Esses mecanismos traduzem a racionalidade de uma razão incapaz de lidar com os antagonismos, as diferenças e a diversidade.


      Portanto, o problema que levanta a violência é muito menos o da irracionalidade do que o de uma racionalidade repleta de “razões” para não se deter diante de limites estabelecidos pela própria razão humana. É a razão que, amplificando os conflitos, reduzindo as alternativas ao impasse e superdimensionando os defeitos dos outros, cria os cenários em que florescem as ideologias legitimadoras da violência. Em outras palavras, o problema da violência está intimamente ligado ao problema das relações sociais, em que a existência do outro aparece como ameaça real ou imaginária. O que mais espanta na violência, quando ela é razão de espanto, é a sua dramaturgia, a exposição da crueldade ao estado puro. É, pois, o caráter aparentemente absurdo dessa dramaturgia que confere à violência o status de irracionalidade. No entanto, as razões dessa irracionalidade raramente são explicitadas e, frequentemente, deixam de existir quando o recipiente de atos violentos é o “inimigo”.


Angel Pino. Violência, educação e sociedade: um olhar sobre o Brasil contemporâneo. In: Educ. Soc., Campinas, v. 28, n. 100, p. 763-785, out./2007 (com adaptações).

Seria gramaticalmente correta e manteria os sentidos do texto CG1A1-I a substituição de

Alternativas
Comentários
  • Gabarito C

    “Portanto” (primeiro período do segundo parágrafo) por Por conseguinte.

  • A) Errado. A palavra “ora” foi empregada para introduzir contra-argumentação (opor tese e antítese). A palavra “então” traria sentido de conclusão.

    B) Errado. A locução “no entanto” indica adversidade, oposição, contraste. A palavra “porquanto” indica causa ou explicação.

    C) Certo. O valor conclusivo ocorre em “portanto” e também em “por conseguinte”.

    D) Errado. A expressão original “em outras palavras” serviu para traduzir sentido de um trecho anterior. A palavra “outrossim” pode assumir sentido de soma (além disso) ou de modo (igualmente).

    E) Errado. A palavra “pois” apareceu deslocada após verbo (é, pois,…) e entre vírgulas: trata-se de valor conclusivo. Já a locução “sem embargo” equivale a “não obstante”, com sentido concessivo.

    PPPE 2022.

    Gabarito: C.

  • Gabarito na alternativa C

    Solicita-se julgamento das propostas de alteração sem que se prejudique o sentido da construção:

    A) “Ora” (terceiro período do primeiro parágrafo) por Então.  

    Incorreta. O termo "ora" é elemento retórico de natureza interjetiva que indica a transposição de pensamento que relaciona um condição, real ou hipotética, e uma negativa a ela referente, não podendo ser substituída pela forma "então", conjunção de valor puramente conclusivo;

    B) “No entanto” (último período do segundo parágrafo) por Porquanto.

    Incorreta. Temos, respectivamente, conjunção adversativa e conjunção causal/explicativa, inexistindo possibilidade de equivalência semântica;

    C) “Portanto” (primeiro período do segundo parágrafo) por Por conseguinte.

    Incorreta. Temos, respectivamente, conjunção adversativa e conjunção causal/explicativa, inexistindo possibilidade de equivalência semântica;

    D) “Em outras palavras” (terceiro período do segundo parágrafo) por Outrossim. 

    Correta. Os dois termos, locução adverbial e advérbio, possuem o mesmo sentido, indicando algo que ocorre do mesmo modo, à semelhança. No caso em tela expressam a explicação por meios diversos de um conceito já apresentado;

    E) “pois” (penúltimo período do segundo parágrafo) por sem embargo.  

    Incorreta. Temos, respectivamente, conjunção conclusiva e locução que, na passagem, assumiria valor concessivo, inexistindo possibilidade de equivalência semântica;

  • gabarito do QC dando "D)" como correta!

    qq isso??

  • porquanto = porque

  • Eu até me assustei. Achei que estivesse desaprendendo.

  • Porquanto é irmão do Porque

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  • alguém sabe me explicar por que o QC deu como incorreta a alternativa C?