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ID
567493
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
Instituto Rio Branco
Ano
2011
Provas
Disciplina
Relações Internacionais
Assuntos

Julgue (C ou E) os seguintes itens, a respeito das relações entre Brasil e Estados Unidos da América (EUA).

As divergências entre Brasil e EUA, visíveis ao final da Segunda Guerra Mundial, aguçaram-se com o afastamento bilateral durante o período militar no Brasil, com as discordâncias em torno da constituição da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e com os desentendimentos que prevaleceram, de parte a parte, durante o governo do presidente Lula.

Alternativas
Comentários
  • discordancia em relação a Alca foi no governo FHC
  • Creio que o erro não seja o apontado pelo caro colega acima, pois em momento algum na questão afirmou-se que as discordâncias em torno da constituição da ALCA referem-se ao governo Lula. Na realidade, a meu ver, o erro está no fato de dizer-se que as diferenças aguçaram-se com o afastamento bilateral durante o período militar, pois devemos lembrar que houve momentos durante esse período em que tentou-se uma aproximação com os Estados Unidos.
  • Acredito que o erro está na assertiva de que as divergências são "visíveis ao final da Segunda Guerra Mundial". Na verdade, no imediato pós-guerra, a política externa brasileira pautou-se de excessivo alinhamento com os EUA (Governo Gaspar Dutra), na ilusão de que se manteria o poder de barganha brasileiro adquirido no contexto do Estado Novo (pragmatismo equidistante). As divergências passaram a ser visíveis a partir do momento em que o foco dos EUA se transferia para a Europa e Japão, fato diretamente derivado do tema da ameaça do avanço e influência do comunismo. A América Latina passou a segundo plano, visto que a hegemonia nessa região estava naquele momento assegurada e livre de preocupações maiores. Daí a elaboração do Plano Marshall e tudo o que se seguiu e que se encontra nos primóridos da Guerra Fria.

    No contexto do TIAR (1947, ou seja, Governo Dutra), o tema ideológico do combate ao comunismo ainda encontra-se relativamente velado. Após a constatação do novo contexto da ordem mundial, que, repito, ainda não era totalmente visível ao final da Segunda Guerra, é que a PEB passará a adotar postura mais independente (vide a PEI) em virtude de uma maior percepção das divergências em sua relação com os EUA.
  • Complementando a resposta do colega acima, creio que há outro erro. Não penso que se possa falar em "desentendimentos que prevaleceram" no governo de Lula. Alguns autores chegam a comparar a boa relação que houve entre Lula e Bush àquela que havia entre Clinton e FHC. Então, se por um lado não se pode afirmar que houve completa sincronia, tampouco está correto falar em prevalência de desentendimentos. É importante lembrar, inclusive, que, em 2005, é estabelecida a parceria estratégica entre Brasil e Estados Unidos. Em 2007, verefica-se a cooperação energética (biocombustíveis) voltada à América Central e ao Caribe, posteriormente estendida para a África.
  • Não sei se alguém já mencionou, mas o governo Castello Branco foi de "correção de rumos" da PEI, ou seja, um alinhamento total aos EUA, então não se pode falar em distanciamento em todo o período militar

  • A questão generaliza períodos longos da PEB, que foram bem heterogêneos com relação aos EUA, temos aproximações e distanciamentos desde 1945. Aproximações maiores, por exemplo, com Dutra, Café Filho e Castelo Branco. Lembrem-se que foi durante o governo de Castelo Branco que Juracy Magalhões declarou que "o que é bom para os EUA, é bom para o BR". 

  • ERRADO.


    Para analisar o item, facilita o estudo dividir os períodos determinados sobre a relação bilateral Brasil-EUA.


    O primeiro período citado foi o final da Segunda Guerra, no qual o item está incorreto ao afirmar que houve afastamentos nas relações bilaterais. Segundo Monica Hirst, o período do pós-Segunda Guerra marca um importante alinhamento brasileiro à política levada a cabo em Washington. Os Estados Unidos continuaram, durante este período, sendo os maiores parceiros comerciais e fornecedores de investimentos no país.


    O segundo período, durante o governo militar, está igualmente incorreto, afinal, mesmo se houve uma prevalência da autonomia brasileira nas relações bilaterais entre EUA e Brasil e, consequentemente, um afastamento, este período não foi uniforme. Durante os anos de Castello Branco no poder (1964-67) ocorrerá o que Amado Cervo chamará de “passo fora da cadência”, ou o alinhamento brasileiro em relação aos Estados Unidos. A partir de 1967, há uma prevalência da autonomia brasileira e de uma política mais universalista.


    Sobre o terceiro período e as negociações na ALCA, houve discordâncias entre o Brasil e os Estados Unidos sobre temas de fundamental importância para o Brasil e outros países participantes, como a inclusão da legislação antidumping e subsídios agrícolas no acordo, o que acabou levando ao congelamento das negociações para uma Área de Livre Comércio nas Américas.


    Enfim, o último período, que ressalta a prevalência de desentendimentos durante o governo Lula entre Brasil e os Estados Unidos, pode ser qualificado (de acordo com outras provas do CESPE que tratam sobre o tema) como um período de esfriamento das relações, já que o Brasil divergiu dos EUA na grande maioria das votações na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). Segundo Cristina Pecequillo, em seu artigo intitulado “A New Strategic Dialogue: Brazil-US Relations in Lula’s Presidency (2003-2010)”, as relações entre Brasil e Estados Unidos no período são consequência da volta do multilateralismo como meta da política externa brasileira, além da nova inserção brasileira no contexto internacional.


    Fonte: 7.000 questões comentadas do CESPE.

  • primeiro período citado foi o final da Segunda Guerra, no qual o item está incorreto ao afirmar que houve afastamentos nas relações bilaterais. Segundo Monica Hirst, o período do pós-Segunda Guerra marca um importante alinhamento brasileiro à política levada a cabo em Washington. Os Estados Unidos continuaram, durante este período, sendo os maiores parceiros comerciais e fornecedores de investimentos no país.

    segundo período, durante o governo militar, está igualmente incorreto, afinal, mesmo se houve uma prevalência da autonomia brasileira nas relações bilaterais entre EUA e Brasil e, consequentemente, um afastamento, este período não foi uniforme. Durante os anos de Castello Branco no poder (1964-67) ocorrerá o que Amado Cervo chamará de “passo fora da cadência”, ou o alinhamento brasileiro em relação aos Estados Unidos. A partir de 1967, há uma prevalência da autonomia brasileira e de uma política mais universalista.

    Sobre o terceiro período e as negociações na ALCA, houve discordâncias entre o Brasil e os Estados Unidos sobre temas de fundamental importância para o Brasil e outros países participantes, como a inclusão da legislação antidumping e subsídios agrícolas no acordo, o que acabou levando ao congelamento das negociações para uma Área de Livre Comércio nas Américas.

    Enfim, o último período, que ressalta a prevalência de desentendimentos durante o governo Lula entre Brasil e os Estados Unidos, pode ser qualificado (de acordo com outras provas do CESPE que tratam sobre o tema) como um período de esfriamento das relações, já que o Brasil divergiu dos EUA na grande maioria das votações na Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU). Segundo Cristina Pecequillo, em seu artigo intitulado “A New Strategic Dialogue: Brazil-US Relations in Lula’s Presidency (2003-2010)”, as relações entre Brasil e Estados Unidos no período são consequência da volta do multilateralismo como meta da política externa brasileira, além da nova inserção brasileira no contexto internacional.