O filósofo Cipriano Luckesi (1994) identificou três tendências filosóficas de interpretação da educação: a tendência redentora, que compreende a educação como uma forma de salvar a sociedade de suas mazelas; a reprodutora, que considera o espaço escolar como um lugar de preparação para a vida em sociedade, um espaço cuja finalidade é reproduzir a sociedade tal como ela está, de modo a perpetuá-la; e a transformadora, que se dá quando o educador/a escola age como uma instância mediadora de modo a entender e viver a sociedade. No caso da terceira tendência, convém explicitar que a ação pedagógica será no intuito de problematizar os fatos sociais, e não apenas transmiti-los, como se os alunos fossem um depósito. Nessa ação, o educador/o professor leva em conta os sujeitos, o contexto de interação, as ideologias e os fatores político-econômico-sociais e pedagógicos
Na leitura de Luckesi, a compreensão da educação como redentora não significa apenas o intuito de livrar o ser humano dos desvios sociais, mas também de garantir o bemestar social, a integração da sociedade e dos indivíduos. No dicionário (1977, p. 784), um dos significados do termo redenção é: “O resgate do gênero humano por Jesus, sob o aspecto da libertação da escravidão do pecado.” Isso remete à religião, à Igreja e à mudança de conduta, de comportamento.