SóProvas


ID
599629
Banca
CESGRANRIO
Órgão
Petrobras
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

                                                         PALAVRA PEJORATIVA
          O uso do termo “diferenciada” com sentido negativo ressuscita o preconceito de classe


“Você já viu o tipo de gente que fica ao redor das estações do metrô? Drogados, mendigos, uma gente diferenciada.” As palavras atribuídas à psicóloga Guiomar Ferreira, moradora há 26 anos do bairro Higienópolis, em São Paulo, colocaram lenha na polê- mica sobre a construção de uma estação de metrô na região, onde se concentra parte da elite paulistana. Guiomar nega ser a autora da frase. Mas a autoria, convenhamos, é o de menos. A menção a camelôs e usuários do transporte público ressuscitou velhos preconceitos de classe, e pode deixar como lembran- ça a volta de um clichê: o termo “diferenciada”. A palavra nunca fora usada até então com viés pejorativo no Brasil. Habitava o jargão corporativo e publicitário, sendo usada como sinônimo vago de algo “especial”, “destacado” ou “diferente” (sempre para melhor). – Não me consta que já houvesse um “diferenciado” negativamente marcado. Não tenho nenhum conhecimento de existência desse “clichê”. Parece-me que a origem, aí, foi absolutamente episódica, nascida da infeliz declaração – explica Maria Helena Moura Neves, professora da Unesp de Araraquara (SP) e do Mackenzie. Para a professora, o termo pode até ganhar as ruas com o sentido negativo, mas não devido a um deslizamento semântico natural. Por natural, entenda-se uma direção semântica provocada pela configuração de sentido do termo originário. No verbo “diferenciar”, algo que “se diferencia” será bom, ao contrário do que ocorreu com o verbo “discriminar”, por exemplo. Ao virar “discriminado”, implicou algo negativo. Maria Helena, porém, não crê que a nova acepção de “diferenciado” tenha vida longa. – Não deve vingar, a não ser como chiste, aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira – emenda ela. [...] MURANO, Edgard. Disponível em: . Acesso em: 05 jul. 2011. Adaptado

Na última fala do Texto II, a forma verbal vingar está com o sentido de “ter bom êxito", “dar certo". (L. 35)
Em qual das frases abaixo o verbo em negrito apresenta a mesma regência de vingar?

Alternativas
Comentários
  • Veja que o verbo “vingar”, com sentido de “ter bom êxito”, “dar certo”, no contexto em que foi empregado no texto, não tem complemento, é intransitivo.

    E) “[...] aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira –” 
     
    Verbo “vir”: intransitivo
  • Complementando o que a colega Gisele bem pontuou:

    “[...] aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira –”

    "entre aspas" é o modo como as coisas vêm, logo não complementa o verbo vir, que é intransitivo.
  • Vingar (sentido de “ter bom êxito”, “dar certo”. ) = Verbo Intransitivo. Então temos que achar o verbo intransitivo

    a)ressuscitar = verbo transitivo direto
    b)consta (notícia que se propaga como verdadeira) = verbo transitivo indireto
    c) ter = verbo transitivo direto
    d) parecer ( sentido de opinião) = verbo transitivo direto
    e)vir = verbo intransitivo CORRETO

  • Não entendi por que as outras estão errada...
  • o verbo constar na alternativa B é VTI
     
    REPARE QUE TEMOS UMA ORAÇÃO SUBORDINADA SUBJETIVA INICIADA PELA CONJUNÇÃO INTEGRANTE QUE.(SUBSTITUÍDA POR ISSO )


    ISSO NÃO CONSTA A MIM




    VLEW.
  • Para aqueles que erram, assim como eu, por pensarem que ressuscitar era intransitivo:

    Ressuscitar 

    Transitivo quando usado em sentido figurado.

    Intrnsitivo no sentido de "voltar da morte à vida".


    É isso né?

    Se alguém puder confirmar seria ótimo!

  • (A) “A menção a camelôs e usuários do transporte público ressuscitou velhos preconceitos de classe,”    Verbo “ressuscitar”: transitivo direto               A menção a camelôs e usuários do transporte público ressuscitou o quê?            Resposta: velhos preconceitos de classe.   Pergunta “o que” --- verbo transitivo direto   (B) “– Não me consta que já houvesse um ‘diferenciado’ negativamente marcado.”    Verbo “constar”: transitivo indireto   Vamos substituir a oração iniciada pelo “que” pelo pronome “isso” (quando estivermos diante de uma oração subordinada substantiva, substituí-la por “isso” ajuda bastante)              Não me consta isso.   Reorganizando a oração:              Isso não me consta.   Assim:              Isso não consta a quem?            Resposta: a mim (me).   Pergunta “a quem” --- verbo transitivo indireto (veja a preposição “a” na pergunta)   (C) “Não tenho nenhum conhecimento de existência desse ‘clichê’.”    Verbo “ter”: transitivo direto              Não tenho o quê?            Resposta: nenhum conhecimento de existência desse ‘clichê’.   Pergunta “o que” --- verbo transitivo direto   (D) “Parece-me que a origem, aí, foi absolutamente episódica,”    Verbo “parecer” (sentido de “ser opinião ou parecer de alguém”): transitivo indireto              Parece a quem?            Resposta: a mim (me)   Pergunta “a quem” --- verbo transitivo indireto   (E) “[...] aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira –”    Verbo “vir”: intransitivo              Aquelas coisas que vêm onde? Como?            Resposta:entre aspas, de brincadeira (adjuntos adverbiais de lugar, modo)   Quando o verbo não tem objeto (direto ou indireto) e não é um verbo de ligação, temos um verbo intransitivo. E quando um verbo pede apenas adjunto adverbial, também podemos classificá-lo como intransitivo.
  • Em minha análise, achei assim: Ora.... "vingar", no contexto deveria ser VTD, pois traria o Obj. Direto “aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira”.
    Agora, se “vingar” fosse Verbo Intransitivo, quem seria o sujeito do verbo?? Seria, justamente, “aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira”. Então, a expressão “deve vingar” (assim como tá no texto) não estaria concordando com o sujeito, pois deveria ficar “devem vingar”.
    Reescrevendo, na ordem direta, deveria estar assim (caso “vingar" fosse Verbo Intransitivo):
    ...aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira, não devem vingar.
    Então, não entendi porque "vingar" é considerado VI, não pode ser, por não concordar com o sujeito  “aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira”. Ou então, simplesmente o texto está incorreto na expressão "deve vingar", e apresenta erro de concordância.
    Alguem, por favor, esclareça minha dúvida? Obrigado.

  • Renato,
    segundo o michaelis online:
    chiste
    chis.te
    sm (cast chiste) 1 Dito conceituoso e engraçado; facécia, pilhéria. 2 Graça natural. 3 Cantiga burlesca e obscena, caída em desuso.
    Então, a expressão "aquelas coisas que vem entre aspas" se refere à palavra "chiste". Entendi que a autora estava apenas explicitando o que é um chiste, vez que uma graça/piada normalmente é posta entre aspas.
    Por isso que a palavra "vingar", com o sentido de prosperar/dar certo, é verbo intransitivo, ou seja, não pede complemento. Ou a coisa "vinga" ou não! Não tem como "vingar" algo ou alguma coisa. Portanto, se excluíssimos o resto do texto, ainda ficaria compreenssível, veja:
    (...) Maria Helena, porém, não crê que a nova acepção de "diferenciado" tenha vida longa.  - Não deve vingar. (...)
    Traduzindo: não deve vingar = não terá vida longa.
    Espero ter ajudado. Bom estudo! =)
  • O próprio comando da questão especificou o sentido no qual veio o verbo vingar. Sempre que dizemos que algo não vingou, o verbo é INTRANSITIVO, ou seja, não precisa de complemento.

     

    A única das alternativas onde encontramos um verbo intransitivo é na ALTERNATIVA E.

  • Quando falamos em regência verbal, devemos observar o contexto onde o verbo está inserido. A regência pode mudar conforme o contexto.

     

    Vejamos:

     

    “– Não deve vingar, a não ser como chiste, aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira – emenda ela. [...]”

     

    Veja que o verbo “vingar”, com sentido de “ter bom êxito”, “dar certo”, no contexto em que foi empregado no texto, não tem complemento, é intransitivo.

     

    No dicionário de regência verbal de Celso Pedro Luft, encontramos o seguinte sobre o verbo “vingar”:

     

    (sentido de “tirar vingança ou desforra de”)

    Transitivo Direto: “vingar algo ou alguém”

    vingar uma ofensa

     

    Transitivo Direto e Indireto: “vingar algo ou alguém de/em”

    vingar a morte de alguém

    vingar alguém de uma afronta

    vingar em alguém os erros

     

    (sentido de “[re]compensar”, “consolar”, “indenizar”)

    Transitivo Direto e Indireto: “vingar algo ou alguém de/em”

    vingar alguém de uma trabalheira

    vingar as frustrações nas lágrimas

     

    (sentido de “desenvolver-se”, “crescer”)

    Intransitivo: algo/alguém vingou

    as plantas vingaram

     

    (sentido de “ter bom êxito”, “dar certo”)

    Intransitivo: algo/alguém vinga (o empreendimento vingou)

     

    Vejamos, agora, a regência de cada verbo das alternativas:

     

    (A) “A menção a camelôs e usuários do transporte público ressuscitou velhos preconceitos de classe,” 

     

    Verbo “ressuscitar”: transitivo direto 

     

               A menção a camelôs e usuários do transporte público ressuscitou o quê?

               Resposta: velhos preconceitos de classe.

     

    Pergunta “o que” --- verbo transitivo direto

     

     

    (B) “– Não me consta que já houvesse um ‘diferenciado’ negativamente marcado.” 

     

    Verbo “constar”: transitivo indireto

     

    Vamos substituir a oração iniciada pelo “que” pelo pronome “isso” (quando estivermos diante de uma oração subordinada substantiva, substituí-la por “isso” ajuda bastante)

     

               Não me consta isso.

     

    Reorganizando a oração:

     

               Isso não me consta.

     

    Assim:

     

               Isso não consta a quem?

               Resposta: a mim (me).

     

    Pergunta “a quem” --- verbo transitivo indireto (veja a preposição “a” na pergunta)

     

     

    (C) “Não tenho nenhum conhecimento de existência desse ‘clichê’.” 

     

    Verbo “ter”: transitivo direto

     

               Não tenho o quê?

               Resposta: nenhum conhecimento de existência desse ‘clichê’.

     

    Pergunta “o que” --- verbo transitivo direto

     

     

    (D) “Parece-me que a origem, aí, foi absolutamente episódica,” 

     

    Verbo “parecer” (sentido de “ser opinião ou parecer de alguém”): transitivo indireto

     

               Parece a quem?

               Resposta: a mim (me)

     

    Pergunta “a quem” --- verbo transitivo indireto

     

     

    (E) “[...] aquelas coisas que vêm entre aspas, de brincadeira –” 

     

    Verbo “vir”: intransitivo

     

               Aquelas coisas que vêm onde? Como?

               Resposta: entre aspas, de brincadeira (adjuntos adverbiais de lugar, modo)

     

    Quando o verbo não tem objeto (direto ou indireto) e não é um verbo de ligação, temos um verbo intransitivo. E quando um verbo pede apenas adjunto adverbial, também podemos classificá-lo como intransitivo.