SóProvas


ID
627634
Banca
FCC
Órgão
TCE-SE
Ano
2011
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão refere-se ao texto seguinte.


                                  Os privilegiados da Terra

           O fragmento de satélite artificial – só podia ser de satélite – caído sobre o povoado transformou de repente a vida dos moradores, que não chegavam a trezentos.
          Repórteres e cinegrafistas cobriram o fato com o maior relevo. Não houve ninguém que deixasse de dar entrevista.
          O fiscal do Governo apareceu para recolher o pedaço de coisa inédita, mas foi obstado pelo juiz de paz, que declarou aquilo um bem da comunidade. A população rendeu guarda ao objeto e jurou defender sua posse até o último sopro de vida.
          A força policial enviada para manter a ordem aderiu aos moradores, pois seu comandante era filho do lugar. Acorreram turistas, pessoas dormiam na rua por falta de acomodação, surgiram batedores de carteira, que foram castigados, e começou a correr o boato de que aquele corpo metálico tinha propriedades mágicas. 
          Quem chegava perto dele seria fulminado se fosse mau caráter; conquistava a eterna juventude se fosse limpo de coração; e certa ardência que se evolava da superfície convidava ao amor. 
Não se desprendeu do satélite, diziam uns; veio diretamente do céu, emanado de uma estrela, alvitravam outros. De qualquer modo, era dádiva especial para o lugarejo, pois ao tombar não ferira ninguém, não partira uma telha, nem se assustaram os animais domésticos com sua vinda insólita. 
         Tudo acabou com o misterioso desaparecimento da coisa. Seus guardas foram tomados de letargia, e ao recobrarem a consciência viram-se despojados do grande bem. Mas tinham assimilado esse bem, e passaram a viver de uma alegria inefável, que ninguém poderia roubar-lhes. Eram os privilegiados da Terra. 

                                                                             (Carlos Drummond de Andrade, Contos plausíveis



As normas de concordância verbal estão observadas em:

Alternativas
Comentários
  • a) Nenhum dos moradores poderiam imaginar (PODERIA IMAGINAR) que caísse do céu aquele estranho objeto, que tantas influências acabariam por acarretar à vida do lugarejo.
    b) De repente, viu-se o lugar invadido por repórteres, turistas, curiosos, gente a quem movia (MOVIAM) irrefreáveis desejos de ver de perto a coisa que viera do céu.
    c) Aos moradores jamais poderiam ocorrer (PODERIA OCORRER) que os policiais se solidarizassem com eles, mesmo considerando que o comandante ali havia nascido.
    d) Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum, pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava. (CORRETO)
    e) Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveriam (HAVERIA) de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam.
  • Gente, juro que até agora não entendi essa questão. 

    Não seria: "as luzes irradiavam?"
  • Se quer descobrir o sujeito, pergunte ao verbo:

    quem irradiava luzes benéficas? o objeto de propriedades mágicas.
  •  Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum, pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava.

    não entendi o porquê do sujeito ser do objeto, pois o sujeito não pode vir acompanhado de preposição
  • Perdi vários minutos de estudo nessa questão pra quê? pra ficar com cara de cego em tiroteio!
  • Reescrevendo da seguinte maneira a alternativa D:



    Não advinha mal algum das propriedades mágicas do objeto, pelo contrário, (o objeto) irradiava apenas luzes benéficas e trazia benefícios aos que dele se acercassem.

  • Alguém me explica a Assertiva E?

    e) Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveriam (HAVERIA) de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam.

    O Verbo em destaque vai para o plural por ter sentido de "Ter"?? E O Sujeito é Oracional? Confesso que fiquei bem confuso nessa.

    Obrigado.
  • Penso que a alternativa D esteja errada.
    Vou tentar esclarecer o porquê:
    "Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum..."
    Não advinha mal algum das propriedades mágicas do objeto. Certo!
    Agora..
     "pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava."
    Estamos nos referindo às propriedades mágicas e não ao objeto..
    então tinha que ser: "só traziam"   as propriedades mágicas do objeto só traziam benefícios..
  • Nem sempre!

    Quando todos os núcleos vierem no singular, o verbo só fará concordância com o termo resumitivo.
    Agora, se pelo menos, um dos núcleos vier no plural, obrigatoriamente, o verbo concordará no plural.


    Fonte: BEZERRA, Rodrigo. Nova Gramática da Língua Portuguesa para Concursos,4 Edicao, 2011.


    No meu comentário anterior, realmente, cometi um equívoco. Deixei de analisar os outros núcleos do sujeito.

  • Olá, pessoal!!

    Vim a pedido da minha amiga, Ysla Lopes! 


    Essa questão deu um pouco de dor de cabeça, né? Vamos desvendá-la?! 

    A resposta é a letra "D" de Dragão! rs

    a) 
    Nenhum dos moradores poderiam imaginar que caísse do céu aquele estranho objeto, que tantas influências acabariam por acarretar à vida do lugarejo. Errada! O sujeito "nenhum dos" exige verbo no singular. Portanto, o correto seria: "Nenhum dos moradores poderia imaginar...".

    b) De repente, viu-se o lugar invadido por repórteres, turistas, curiosos, gente a quem 
    movia irrefreáveis desejos de ver de perto a coisa que viera do céu. Errada! O termo "irrefreáveis desejos" é sujeito do verbo mover. Portanto, o correto seria: "...a quem moviam irrefreáveis desejos...".

    c) Aos moradores jamais 
    poderiam ocorrer que os policiais se solidarizassem com eles, mesmo considerando que o comandante ali havia nascido. Errada! Aqui temos a regra do sujeito oracional! A oração "que os policiais ... com eles" é sujeito da locução "poderiam ocorrer". Em caso de sujeito oracional, o verbo deve permanecer no singular! Portanto, o correto seria: "...poderia ocorrer...".

    d) Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum, pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava. 
    Alternativa perfeita! Primeiro a questão fala: "das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum". Depois, joga um sinal de dois-pontos abrindo uma explicação. O que ele explica? Ele explica por que motivo das propriedades mágicas do objeto não advém mal! Vamos ver por quê? É por isso: (o objeto) só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas (o objeto) irradiava. O termo entre parênteses é o sujeito subentendido! 


    e) Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveriam de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam. 
    Errada! O sujeito da locução verbal "haveriam de desaparecer" é apenas a pronome "o", que está no singular. Assim, o correto seria: "...haveria de desaparecer o que suas...".

    Esclareceu, gente? 
  •  a) Nenhum dos moradores poderiam imaginar que caísse do céu aquele estranho objeto, que tantas influências acabariam por acarretar à vida do lugarejo.

    > Nenhum dos moradores poderia imaginar que caísse do céu aquele estranho objeto, que tantas influências acabariam por acarretar à vida do lugarejo.

     

     b)De repente, viu-se o lugar invadido por repórteres, turistas, curiosos, gente a quem movia irrefreáveis desejos de ver de perto a coisa que viera do céu.

    >De repente, viu-se o lugar invadido por repórteres, turistas, curiosos, gente a quem moviam irrefreáveis desejos de ver de perto a coisa que viera do céu.

     

     c) Aos moradores jamais poderiam ocorrer que os policiais se solidarizassem com eles, mesmo considerando que o comandante ali havia nascido.

    > Aos moradores jamais poderia ocorrer que os policiais se solidarizassem com eles, mesmo considerando que o comandante ali havia nascido.

    >Sujeito oracional ou oração subordinada substantiva reduzida de infinitivo. Entretanto, o verbo da oração principal não flexiona em número

     

     d)Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum, pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava. Os dois pontos indicam um explicação a respeito do objeto .

     

     e) Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveriam de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam.

    >Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveria de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam. O que haveria de desaparecer? R: O bem que suas propriedades propiciavam

  • F - a) Nenhum dos moradores poderiam imaginar que caísse do céu aquele estranho objeto, que tantas influências acabariam por acarretar à vida do lugarejo. [poderia / acabaria]

    F - b) De repente, viu-se o lugar invadido por repórteres, turistas, curiosos, gente a quem movia irrefreáveis desejos de ver de perto a coisa que viera do céu. [moviam]

    F - c) Aos moradores jamais poderiam ocorrer que os policiais se solidarizassem com eles, mesmo considerando que o comandante ali havia nascido. [poderia]

    CERTO - d) Das propriedades mágicas do objeto não advinha mal algum, pelo contrário: só trazia benefícios aos que dele se acercassem, apenas luzes benéficas irradiava.

    F - e) Muitos moradores chegaram a pensar que, com o desaparecimento do objeto, também haveriam de desaparecer o que suas propriedades mágicas lhes propiciavam. [haveria]

  • Eu tbm digo que a alternativa D esteja errada por que o objeto está preposicionado pois o núcleo não pode ser preposicionado então o núcleo é mágica e não objeto