SóProvas


ID
637564
Banca
CONSULPLAN
Órgão
Prefeitura de Congonhas - MG
Ano
2010
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

TEXTO II:

Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center, delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:

Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer “Tu vai” em espaços públicos do território nacional; Nenhum cidadão paulista poderá dizer “Eu lhe amo” e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como “Me vê um chopps e dois pastel”; Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra “borraxaria” e nenhum dono de banca de jornal anunciará “Vende-se cigarros”;

Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a útilizar colocações pronominais como “casar-me-ei” ou “ver-se-ão”.

(Piza, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 08/04/2001)

A partir da sugestão, dada pelo autor, de algumas medidas, infere-se que o mesmo:

Alternativas
Comentários
  • O autor utiliza do recurso da ironia para criticar o projeto de lei. Há textos em que o autor introduz a sua ideia por meio de uma posição de ironia e ao longo do mesmo ele sai dessa posição para argumentar de maneira mais analitica. Não é esse o caso nessa questão; a única preocupação do autor é criticar por meio da ironia, o que, por sua vez, não torna a crítica menos clara. Para o autor, trata-se de uma proposta infeliz justamente por querer orientar de meneira artificial o uso da nossa língua.