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ID
664318
Banca
FCC
Órgão
TRE-PR
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: A questão abaixo baseia-se no texto
seguinte.

O tempo não perdoa o que se faz sem ele, costumava dizer Ulysses Guimarães, citando Joaquim Nabuco. Desse modo ensinava a importância na política do apropriado discernimento do momento oportuno. Não é fácil a identificação desse momento, pois, entre outras coisas, requer conjugar o tempo individual de um ator político com o tempo coletivo de um sistema político e de uma sociedade. Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana. 

A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimento aponta para uma complexidade que carrega no seu bojo o desafio de múltiplos significados, cabendo lembrar que a função da orientação é inerente à busca do saber a respeito do tempo. Assim, uma coisa é conhecer o tempo do relógio, que molda o mensurável de uma jornada de trabalho. Outra coisa é lidar com a não mensurável duração do tempo vivido, que perdura na consciência, e não se confunde, por sua vez, com o tempo do Direito, que é o tempo normatizado dos prazos, dos recursos, da prescrição, da coisa julgada, da vigência das leis e do drama cotidiano da lentidão da Justiça.

A busca do saber sobre o tempo tem, como mencionei, uma função de orientação. Neste século XXI, é preciso parar para pensar a vertiginosa instantaneidade dos tempos e os problemas da sua sincronização, que a revolução digital vem intensificando.

A tradicional sabedoria dos provérbios portugueses diferencia o tempo do falcão e o tempo da coruja. O tempo do falcão é o da rapidez e da violência. É este o tempo que nos cerca. O tempo da coruja é o da sabedoria − a sabedoria que nos falta para lidar com a estrutura de possibilidades do tempo no mundo em que estamos inseridos.  

(Celso Lafer. Trecho, com adaptações, de artigo publicado em O Estado de S. Paulo, 20 de novembro de 2011. A2, Espaço Aberto) 




A afirmativa, no 1o parágrafo, de que o tempo flui e é instável no seu movimento

Alternativas
Comentários
  • a) vem a ser comprovada, em seguida, pelo exemplo tomado ao tempo na meteorologia.

    Note que o autor vai exemplificar a instabilidade do tepo logo a seguir:

    "Além disso, o tempo flui e é instável no seu movimento, e não só na política. É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana."

    []s
  • TEXTO TOTALMENTE CIRCUNLOQUIAL E OBSCURO. ALGUNS AUTORES ACHAM QUE REDUNDANCIA, PROLIXIDADE E TAUTOLOGIA CONCEDEM UM CARÁTER DISTINTO E ELEGANTE AO TEXTO. E AINDA POR CIMA ADAPTADO PELA FCC.
  • GABARITO: LETRA "A", de aprovação! :)

    Esta questão trabalha, de certa forma, estratégias de argumentação. Ao afirmar que “o tempo flui e é instável no seu movimento”, o autor faz uma asserção e busca comprová-la por meio de exemplos. Para esse caso, utiliza o tempo da meteorologia: “É o caso do tempo na meteorologia, cada vez menos previsível por obra das mudanças climáticas provocadas pela ação humana.”. A expressão “É o caso do”, iniciando o período, reforça o caráter de representar um exemplo trazido ao texto para comprovar um argumento.

    FONTE: Curso de questões comentadas para FCC, professor Fernando Pestana, Estratégia Concursos