As questões de números 15 a 20 baseiam-se no texto seguinte.
A biosfera, o nome que a ciência dá à vida, parece algo enorme, que se espalha por toda parte, que nos cerca por cima, por
baixo, pelos lados, andando, voando e nadando. Pois toda essa única maravilha se espreme por sobre uma camada ínfima do
planeta. Quão ínfima? Toda a vida da Terra está contida em 0,5% de sua massa superficial. Metade de 1%. O restante é rocha estéril
recobrindo o núcleo de ferro incandescente. Imagine uma metrópole do tamanho de São Paulo ou de Nova York totalmente deserta,
quente demais ou fria demais para manter formas de vida, exceto por um único quarteirão.
A vida, ou a biosfera, torna-se uma reserva ainda mais enclausurada e única, quando se sabe que nenhuma forma de vida,
mesmo a mais primitiva, jamais foi detectada fora dos limites da Terra. Se toda a biosfera terrestre se mantém em uma parte ínfima do
planeta, este por sua vez é um grão de areia. Sem contar o Sol, a Terra responde por apenas 1/500 da massa total do sistema solar.
Essa bolhinha azul e frágil que vaga pelo infinito recebe agora seu habitante número 7 bilhões, reavivando a imorredoura questão
sobre até quando a população mundial poderá crescer sem produzir um colapso nos recursos naturais do planeta.
A questão se impõe porque o crescimento no uso desses recursos forma uma curva estatística impressionante. A estimativa é
de que, em 2030, será necessário o equivalente a duas Terras para garantir o padrão de vida da humanidade. As perspectivas mais
sombrias sobre a sustentabilidade do planeta não levam em conta a extraordinária capacidade de recuperação da natureza - e a do
próprio ser humano - para superar as adversidades. A Terra já passou por cinco grandes extinções em massa e a vida sempre voltou
ainda com mais força. Enquanto se procuram soluções para o equilíbrio entre crescimento populacional e preservação de recursos, a
natureza manda suas mensagens de socorro. A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
(Filipe Vilicic, com reportagem de Alexandre Salvador. Veja, 2 de novembro de 2011. p.130-132, com adaptações)
A espaçonave Terra é uma generosa Arca de Noé, mas ela tem limites.
A conclusão do texto permite depreender corretamente que