"A TIP foi criada, em 1970, como um tratamento breve da
depressão maior. Foi definida em um manual por Gerald
Klerman e cols.2 e testada em uma série de ensaios clínicos
controlados para depressão. A TIP é também utilizada no trata-
mento de outras transtornos psiquiátricos:5 distímico,6 de
ansiedade,7 bipolar,8 de dependência da substâncias psicoati-
vas,9 do estresse pós-traumático,10 alimentares11 e em grupos
especiais de pacientes – adolescente e idosos".
A TIP tem tempo previsto de 12 sessões e está dividida em 3 fases. É feita "Uma revisão do funcionamento social atual e rela-
cionamentos próximos, seus padrões e expectativas mútuas
são parte da avaliação. Esta revisão permite a compreensão do
contexto social e interpessoal no início da sintomatologia depressiva e define um foco de tratamento."
Desta forma, podemos notar que a TIP é uma psicoterapia que
usa o conceito de doença ou transtorno. As doenças são con-
ceitos para poder estudar certas condições patológicas do ser
humano. A depressão é um transtorno multicausal e entre
estas causas os fatores ambientais, como as relações interpes-
soais, têm grande relevância. A TIP pressupõe que o tratamen-
to das relações interpessoais problemáticas (associado ao
tratamento medicamentoso quando indicado) levará a uma
melhora da sintomatologia depressiva. As conexões causais
são colocadas ao paciente na forma de evidências científicas
com um uso terapêutico destas informações.
Esta questão se torna relevante, pois a TIP não pretende ser
uma forma de psicoterapia mais abrangente e sim, ser focal e
ligada à melhora dos sintomas da doença tratada. Não pre-
tende tratar a personalidade do paciente.
No momento em que se faz o diagnóstico da situação pro-
blemática e o paciente e o terapeuta chegam a um acordo com
relação ao foco, se inicia a fase intermediária, que pode durar
de quatro a oito sessões. Estratégias específicas (que
descreveremos abaixo) para cada área interpessoal pro-
blemática são trabalhadas durante a fase intermediária.
A fase final da TIP ocorre nas últimas sessões, dando suporte
ao paciente em seu novo senso de independência e competên-
cia, através do reconhecimento e consolidação dos ganhos te-
rapêuticos. O terapeuta também ajuda o paciente a antecipar e
desenvolver maneiras de identificar e lidar com sintomas
depressivos, caso eles surjam no futuro.