SóProvas


ID
708556
Banca
FCC
Órgão
MPE-PE
Ano
2012
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

     Um dos poemas mais notáveis da língua inglesa é dedicado por Edgar Allan Poe a uma mulher a quem deu o nome de Helena. Seria ela efetivamente, para o poeta, uma encarnação da princesa homérica? Seja qual for a resposta, em seu poema ele lhe dizia que sua beleza era maior do que a de uma mortal. Ao contemplá-la, ele tinha consciência de reviver acontecimentos passados, que ainda lhe eram presentes e familiares, pois assim se via transportado de volta “à glória que foi a Grécia e à grandeza que foi Roma”.
     Esses versos tornaram-se um clichê usado para exprimir o que se considera um irreversível compromisso entre o passado e o presente. Eis aí duas culturas, a grega e a romana, que na Antiguidade se reuniram para criar uma civilização comum, a qual continua existindo como um fato histórico no interior de nossa própria cultura contemporânea. O clássico ainda vive e se move, e mantém seu ser como um legado que provê o fundamento de nossas sensibilidades. Poe certamente acreditava nisso; e é possível que isso em que ele acreditava ainda seja por nós obscuramente sentido como verdadeiro, embora não de modo consciente. 
     Se Grécia e Roma foram, para Poe, uma espécie de casa, em cujos familiares cômodos ele gostava de morar, se Roma e Grécia têm ainda alguma realidade atual para nós, esse estado de coisas funda-se num pequeno fato tecnológico. A civilização dos gregos e romanos foi a primeira na face da terra fundada na atividade do leitor comum; a primeira capaz de dar à palavra escrita uma circulação geral; a primeira, em suma, a tornar-se letrada no pleno sentido deste termo, e a transmitir-nos o seu conhecimento letrado. 


                                                                 (Fragmento adaptado de Eric A. Havelock. A revolução da
                                                               escrita na Grécia e suas consequências culturais
. Trad. de
                                                                                    Ordep José Serra. São Paulo: Editora da UNESP;
                                                                                               Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1996. p.45-6) 



... assim [ele] se via transportado de volta “à glória que foi a Grécia e à grandeza que foi Roma".

Ambos os sinais indicativos de crase devem ser mantidos caso o segmento sublinhado seja substituído por:

Alternativas
Comentários
  • Aludia - > VTI
    [...] aludia a quê?

    a (preposição) a (artigo)  glória [...] e  a (preposição) a (artigo)  grandeza [...], ou seja:
    à gloria [...] e à grandeza [...]

    Bons estudos.
  • Só complementando.. Se souberes o significado do verbo, fica bem mais fácil identificar a regência. Abraço.

    Significado de Aludir

    v.t. Fazer alusão a

  • Por favor, não entendi...
    [...] aludia a quê?
    tudo bem, mas também pode-se perguntar:
    [...] louvava a quê?
    [...] mencionava o quê?


  • Ambos os sinais indicativos de crase devem ser mantidos caso o segmento sublinhado seja substituído por:
    c) aludia.A única opção que é verb. trans ind.. exigindo prep 'a'. Logo, prep 'a' + 'a' artigo=crase.
  • Comentando a dúvida do Diego:

    O verbo louvar é um verbo transitivo direto. Constói-se com objeto direto preposicionado ou não.
     
    Ex: Louvei ao senhor.

     " ao senhor" é  objeto direto preposicionado.Trata-se de um verbo cujo objeto direto pode vir regido de preposição.

    Um exemplo idêntico é o do verbo amar. Na oração, Amar a Deus, a expressão "a Deus" seria um objeto direto preposicionado.

    Bons Estudos 




  •  Só complementando... aludir significa referir-se, fazer alusão
  • Acertei essa questão na cagada.

  • Muito fraco o comentário desta professora.

  • Não está fraca a explicação, está simples e direta.

    Desta forma, deve-se substituir por  um VTI.

    Simples assim. 

    Se lá estivesse um VTD, deveriamos substituir por um VTD.

    :-D

  • Se o verbo transportar (que é VTI nesse caso) fosse substituído por um VTD, como ocorre nas alternativas erradas, o resto da frase seria objeto direto, e, portanto, não admitiria crase, pois, no padrão culto da língua, não há objeto direto preposicionado.

  • Gabarito: Letra C 
    Uma rápida definição: Crase é a junção da preposição “a” com o artigo definido “a(s)”, ou ainda da preposição “a” com as iniciais dos pronomes demonstrativos aquela(s), aquele(s), aquilo ou com o pronome relativo a qual (as quais). Graficamente, a fusão das vogais “a” é representada por um acento grave, assinalado no sentido contrário ao acento agudo: à. 
    Vamos as alternativas:

    a) Enaltecia - quem enaltece (o que?), pede como complemento um Objeto Direto, portanto, não pede preposição "a" (ERRADO); 
    b) Louvava - quem louva (o que?), pede como complemento um Objeto Direto, portanto, não pede preposição "a" (ERRADO); 
    c) Aludia - aludir significa referir-se, fazer alusão (alusão a que?), pede como complemento um Objeto Indireto (pede preposição "a") - CORRETA 
    d) Mencionava - quem menciona (o que?), pede como complemento um Objeto Direto, portanto, não pede preposição "a" (ERRADO); 
    e) Evocava - quem evoca (o que?), pede como complemento um Objeto Direto, portanto, não pede preposição "a" (ERRADO);

  • ALUDIR===>transitivo indireto

    fazer rápida menção a; referir-se.