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ID
727
Banca
FCC
Órgão
TRT - 23ª REGIÃO (MT)
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 20 referem-se ao texto
que segue.

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa
juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que
os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a
juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente
omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações
de violência e de corrupção que se multiplicam em
nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento
público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe
uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação
efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie
moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não
tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de
dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase?
Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a
comentários pessoais, não indo além de um mero discurso
ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é
impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em
gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância
acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e
gera conseqüências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer
hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e
pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas
pela total ausência de compromisso com o interesse público.
Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não
confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam
coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva
a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e
não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e
criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que
se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”,
“Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”,
promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a
barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira,
seu cúmplice silencioso.


* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.
(Aristides Villamar)

Está clara, correta e coerente a redação da frase:

Alternativas
Comentários
  • Na alternativa considerada como sendo a correta faltou o hífen no termo "referindose" (sic).
  • Acho que a ausência do hífen foi erro de quem digitou a prova aqui no site. Já isso ocorrer em outras questões.
    De qualquer forma, acoh que o correto seria: "... a juíza A citou...". Não vejo motivo para ocorrer ênclise nesse caso.
  • a) CORRETA

    b) É tamanha a desenvoltura DE que se investem os malfeitores, que a ousada juíza não hesitou de citar uma frase de Disraeli na TV a propósito desse tema tão atual.

    c) Em vista de ser tão atual a propagação das ações de má fé, a destemida juíza entendeu por bem de citar na TV uma frase de Disraeli, em cuja NA  QUAL percebe um vivo sentido.

    d) Há frases, como a de Disraeli, que falam da atualidade desenvolta com cuja  COM A  QUAL costumam agir os canalhas, por isso a valorosa juíza citou-a, com tal propósito, num programa de TV.

    e) Os canalhas têm grande ousadia, segundo Disraeli, por isso a combativa juíza citou-a, num programa de TV, ao considerar na oportunidade o quanto a mesma é atual. --> Esta frase está totalmente ambígua e incoerente.
  • Gabarito: Letra B

     

    Resumo do Cujo:

     

    Indica posse

    Estrutura:

     Substantivo1 + CUJO (e seus variantes*) + Substantivo2

     Cujo se refere à Substantivo1 e concorda com Substantivo2

     *cujos, cuja, cujas

     

    INADIMISSÍVEL:

     Cujo(s)/o(s)

     Cuja(s)/a(s)

     Substituição por outro pronome relativo


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  • GABARITO: LETRA A

    ACRESCENTANDO:

    "Cujo" e sua flexões equivalem a "de que", "do qual(ou suas flexões "da qual", "dos quais", "das quais"), "de quem".

    Estabelecem normalmente relação de posse entre o antecedente e o termo que especificam, atuando na maior parte das vezes como adjunto adnominal e em algumas construções como complemento nominal. Veja:

    a) Adjunto Adnominal:

    Não consigo conviver com pessoas cujas aspirações sejam essencialmente materiais. (Não consigo conviver com pessoas / As aspirações dessas pessoas são essencialmente materiais).

    b) Complemento Nominal:

    O livro, cuja leitura agradou muito aos alunos, trata dos tristes anos da ditadura. (cuja leitura = a leitura do livro)

    Atenção:

    Não utilize artigo definido depois do pronome cujo. São erradas construções como:

    "A mulher cuja a casa foi invadida..." ou "O garoto, cujo o tio é professor..."

    Forma correta: "cuja casa" ou "cujo tio".

    FONTE: WWW.SÓPORTUGUÊS.COM.BR