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ID
730
Banca
FCC
Órgão
TRT - 23ª REGIÃO (MT)
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 20 referem-se ao texto
que segue.

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa
juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que
os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a
juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente
omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações
de violência e de corrupção que se multiplicam em
nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento
público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe
uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação
efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie
moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não
tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de
dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase?
Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a
comentários pessoais, não indo além de um mero discurso
ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é
impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em
gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância
acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e
gera conseqüências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer
hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e
pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas
pela total ausência de compromisso com o interesse público.
Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não
confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam
coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva
a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e
não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e
criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que
se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”,
“Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”,
promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a
barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira,
seu cúmplice silencioso.


* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.
(Aristides Villamar)

Quanto à forma dos verbos e à correlação entre os tempos e os modos empregados, está inteiramente correta a frase:

Alternativas
Comentários
  • a) Se não transpor o limite da queixa, a indignação será impotente e se reduziria a conversas privadas.--> Se não transpuser/transpusesse o limite da queixa, a indignação será/seria impotente e se reduzirá/reduziria a conversas privadas.

    b) A inação dos justos será tudo o que os contraventores e criminosos sempre requiseram para ter seu caminho bem aplainado --> A inação dos justos é tudo o que os contraventores e criminosos sempre requereram para ter seu caminho bem aplainado. * Atenção a conjugação do verbo requerer é diversa do verbo querer.
    http://www.conjuga-me.net/verbo-requerer x http://www.conjuga-me.net/verbo-querer

    c) CORRETA

    d) Quem doravante ver a barbárie como uma fatalidade, saiba que, ainda que não o quisesse, estaria sendo seu cúmplice silencioso. --> Quem doravante vê a barbárie como uma fatalidade, saiba que, ainda que não o queira, estará sendo seu cúmplice silencioso.

    e) Caso seja visto como uma fatalidade, a barbárie teria como cúmplices silenciosos os que assim a considerariam. --> Caso seja/fosse visto como uma fatalidade, a barbárie terá/teria como cúmplices silenciosos os que assim a consideram/considerariam.
  • Só complementando....

    A letra correta (C) obedece as regras de correlação verbal:

    Caso não transpusesse (Pretérito Imperfeito do subjuntivo) o limite da queixa, a indignação seria ( Futuro do pretérito) impotente, reduzindo-se a conversas privadas. 
  • (A) Se não transpusermos o limite da queixa, a indignação será impotente e se reduzirá a conversas privadas.
    (B) A inação dos justos será tudo o que os contraventores e criminosos sempre requereram para ter seu caminho bem aplainado.
    (C) Correta, “transpusesse” é derivado de “pôr”:
    (D) Quem doravante vir a barbárie como uma fatalidade, saiba que, ainda que não o queira, estará sendo seu cúmplice silencioso. 
    (E) Caso seja vista como uma fatalidade, a barbárie terá como cúmplices silenciosos os que assim a considerarão.
    Bons estudos

  • Resposta c.

    Conjugação de transpor no presente subjuntivo:

    se eu transpusesse

    se tu transpusesses

    se ele/ela transpusesse

    se nós transpuséssemos

    se vós transpusésseis

    se eles/elas transpusessem

     Conjugação de requerer no futuro subjuntivo

    quando tu requereres

    quando ele/ela requerer

    quando nós requerermos

    quando vós requererdes

    quando eles/elas requererem

  • GABARITO LETRA C 

     

    CORRELAÇÃO VERBAL 

     

    FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO + PRETÉRITO IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO