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ID
739
Banca
FCC
Órgão
TRT - 23ª REGIÃO (MT)
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 20 referem-se ao texto
que segue.

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa
juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que
os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a
juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente
omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações
de violência e de corrupção que se multiplicam em
nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento
público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe
uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação
efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie
moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não
tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de
dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase?
Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a
comentários pessoais, não indo além de um mero discurso
ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é
impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em
gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância
acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e
gera conseqüências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer
hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e
pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas
pela total ausência de compromisso com o interesse público.
Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não
confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam
coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva
a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e
não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e
criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que
se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”,
“Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”,
promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a
barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira,
seu cúmplice silencioso.


* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.
(Aristides Villamar)

Está adequado o emprego do elemento sublinhado na frase:

Alternativas
Comentários
  • correção:

    * a) A resignação diante dos descalabros é uma reação que cujo efeito só traz benefícios aos maus cidadãos.

    * b) A firme reação dos justos será uma surpresa a qual os desonestos jamais estarão preparados.

    * c) A desonestidade e o egoísmo são defeitos dos quais nenhum contraventor se envergonha.

    * d) Os princípios de dignidades dos quais o homem honesto vê uma prioridade devem transformar-se em ação.
  • Desculpe, mas acho que o colega está equivocado. Para que a frase estivesse correta não se pode usar OS QUAIS porque o preposição que antecede o pronome tem apenas uma sílaba. Logo, se usa simplesmente QUE
  • corrigindo a correção:

    * a) A resignação diante dos descalabros é uma reação que cujo efeito só traz benefícios aos maus cidadãos. 

    não se pode usar dois pronomes "que" e "cujo"... para que a frase fique correta basta retirar o "de" da frase.

    "Efeitos" está exercendo a função de sujeito na 2ª fase e nesse situação não se pode usar a preposição (o sujeito da frase nunca está preposicionado). Diferente da frase "O artista de cuja obra eu falara morreu ontem." Aqui a palavra "obra" está exercendo a função de complemento do verbo "falara", verbo que exige a preposição "de" - "Eu falara da obra..."

  • a) A resignação diante dos descalabros é uma reação cujos efeitos só trazem benefícios aos maus cidadãos.

    b) A firme reação dos justos será uma surpresa para que os desonestos jamais estarão preparados. (estar preparado para alguma coisa)

    c) A desonestidade e o egoísmo são defeitos de que  nenhum contraventor se envergonha. (envergonhar-se de alguma coisa)

    d) Os princípios de dignidades nos quais o homem honesto vê uma prioridade devem transformar-se em ação. (ver algo em alguma coisa)

    e) CORRETA
  • Colega Karol ou outrem saberiam explicar-me o porquê da alternativa B ser assim? 


    AO INVÉS DISSO:
    b) A firme reação dos justos será uma surpresa para que 
    os desonestos jamais estarão preparados.

    NÃO SERIA ISSO?!
    b) A firme reação dos justos será uma surpresa para qual os desonestos jamais estarão preparados.
  • Sim. Eu sei que fica estranho... mas quem conta, conta com. Por isso, antes do pronome relativo "que" deverá ser posta a preposição "com".