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ID
748
Banca
FCC
Órgão
TRT - 23ª REGIÃO (MT)
Ano
2007
Provas
Disciplina
Português
Assuntos

Atenção: As questões de números 1 a 20 referem-se ao texto
que segue.

Da ação dos justos

Em recente entrevista na TV, uma conhecida e combativa
juíza brasileira citou esta frase de Disraeli*: “É preciso que
os homens de bem tenham a audácia dos canalhas”. Para a
juíza, o sentido da frase é atualíssimo: diz respeito à freqüente
omissão das pessoas justas e honestas diante das manifestações
de violência e de corrupção que se multiplicam em
nossos dias e que, felizmente, têm chegado ao conhecimento
público e vêm sendo investigadas e punidas. A frase propõe
uma ética atuante, cujos valores se materializem em reação
efetiva, em gestos de repúdio e medidas de combate à barbárie
moral. Em outras palavras: que a desesperança e o silêncio não
tomem conta daqueles que pautam sua vida por princípios de
dignidade.

Como não concordar com a oportunidade da frase?
Normalmente, a indignação se reduz a conversas privadas, a
comentários pessoais, não indo além de um mero discurso
ético. Se não transpõe o limite da queixa, a indignação é
impotente, e seu efeito é nenhum; mas se ela se converte em
gesto público, objetivamente dirigido contra a arrogância
acanalhada, alcança a dimensão da prática social e política, e
gera conseqüências.

A frase lembra-nos que não costuma haver qualquer
hesitação entre aqueles que se decidem pela desonestidade e
pelo egoísmo. Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas
pela total ausência de compromisso com o interesse público.
Realmente, a falta de escrúpulo aplaina o caminho de quem não
confronta o justo e o injusto; por outro lado, muitas vezes faltam
coragem e iniciativa aos homens que conhecem e mantêm viva
a diferença entre um e outro. Pois que estes a deixem clara, e
não abram mão de reagir contra quem a ignore.

A inação dos justos é tudo o que os contraventores e
criminosos precisam para continuar operando. A cada vez que
se propagam frases como “Os políticos são todos iguais”,
“Brasileiro é assim mesmo” ou “Este país não tem jeito”,
promove-se a resignação diante dos descalabros. Quem vê a
barbárie como uma fatalidade torna-se, ainda que não o queira,
seu cúmplice silencioso.


* Benjamin Disraeli, escritor e político britânico do século XIX.
(Aristides Villamar)

Seus atos revelam iniciativa e astúcia, facilitadas pela total ausência de compromisso com o interesse público.

Caso se queira reconstruir a frase acima, iniciando-a por A total ausência de compromisso com o interesse público, uma complementação correta e coerente poderia ser: 

Alternativas
Comentários
  • Para mim a resposta correta é a letra A:

    revela-se na iniciativa e na astúcia facilitadas por seus atos. oBS. O QUE SE REVELA É : A total ausência de compromisso com o interesse público - ENTÃO A AUSÊNCIA DE COMPROMISSO é o que se revela

    Na letra C, considerada com correta:

    facilita a iniciativa e a astúcia, que se revelam em seus atos.

    Obs. se revelam em seus atos a facilitação da iniciativa e da astúcia, que não complementa "A total ausência de compromisso com o interesse público" - pois isto não se revela nos atos que facilitam a iniciativa e as astúcia - o que se revela É A AUSÊNCIA DE COMPROMISSO, não os ATOS. Deveria ser alterada a resposta. Os critérios da FCC são sempre muito subjetivos...
  • a) referindose ERRO DE DIGITAÇÃO!!!! - referindo-see) ... por isso a combativa juíza citou-a,... O correto é citou-O, retomando Disraeli que é um homem, o autor do texto por ela mencionado.
  • Julius,

    Eu também marquei errado, mas ...

    A total ausência de compromisso com o interesse público é agente da passiva na primeira frase. Na reconstrução passa a ser o sujeito.
    Se na de cima os atos estão sendo facilitados pela ausência, na de baixo a ausência é quem irá facilitar.

     Na letra A, como eu também havia marcado, a iniciativa está sendo facilitada pelos atos, quando na verdade ela é facilitada pela total ausência.

    Que Deus seja com todos nós!
  • A resposta é a letra c: facilita a iniciativa e a astúcia, que se revelam em seus atos.

    Entretanto, a observação inicial é observar a agente da passiva e a transformação para sujeito e acompanhá-lo, digo a respeito a respeito da palavra facilitadas, que na letra c veio sem o plural, mas não esta errado, pois acompanha o sujeito que esta no singular; não cabendo mais o plural, pois antes acompanhava as palavras iniciativa e astucia que estavam regidas também por verbo no plural.