Em genética, DNA complementar (cDNA) é o DNAsintetizado a partir de uma molécula de RNA mensageiro, cujos íntrons já foram removidos, ou seja, o mRNA já passou pelo processo de splicing, sendo uma reação catalisada pela enzimatranscriptase reversa.
Após isolar um mRNA é inserido um primer para que a enzima transcriptase reversa se ligue e sintetize a fita única de DNA a partir do molde de RNA, gerando um hibrido complementar de DNA-mRNA e antiparalelo. O RNA é depois degradado pela RNase H, que degrada parcialmente a cadeia de RNA. A DNA polimerase I sintetiza novos fragmentos de DNA usando, como iniciadores, os fragmentos de RNA (deixados pela RNase) associados à cadeia simples de DNA. Por fim, a DNA ligase liga os fragmentos de DNA da nova cadeia, originado uma cadeia dupla de DNA complementar (cDNA).
A tecnologia de microarray é baseada na hibridização entre alvos livres marcados derivados de amostras biológicas e um array de muitas sondas de DNA imobilizadas em uma matriz sólida. Os alvos são produzidos a partir de mRNA de amostras biológicas por transcrição reversa, marcados com fluoróforos específicos (Cy3 e Cy5) e co-hibridizados com as sondas de DNA por 16 horas. Os sinais resultantes da hibridização são detectados por um feixe de laser, para a aquisição de imagem. Posteriormente, os sinais são quantificados, integrados e normalizados com softwares específicos e refletem o perfil de expressão para cada amostra biológica.
A técnica de PCR em tempo real foi desenvolvida recentemente para estudos envolvendo expressão gênica e trata-se de um método de análise que mede o acúmulo dos produtos de PCR a medida que vão sendo produzidos, e dessa maneira, quantifica as cópias de mRNA dos genes estudados. Essa técnica tem recentemente alcançado um nível de sensibilidade, confiabilidade e praticidade que suporta seu uso como um bioinstrumento de rotina para quantificação de expressão gênica, sendo atualmente considerado o método mais apropriado para confirmar os dados gerados por microarray (Provenzano & Mocelllin 2007).
R. bras. Bioci., Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 64-72, jan./mar. 2010