SóProvas


ID
826147
Banca
CESPE / CEBRASPE
Órgão
TJ-RO
Ano
2012
Provas
Disciplina
Direito Processual Civil - CPC 1973
Assuntos

A respeito da competência para os feitos cíveis, assinale a opção correta.

Alternativas
Comentários
  • ALT. B

    O legislador leva em conta como se apresentam os elementos constitutivos de uma demanda (partes, causa de pedir epedido) para fins de determinação da competência.

    As pessoas em litígio, ou seja, as partes, considera a lei ao traçar as regras de competência: a) a sua qualidade ( ex.: o processo e o julgamento do Pres. de Rep. pela prática de crimes comuns, inserem-se na competência originária do STF;competência da Justiça Federal para os processos em que for parte a União); b) o seu domicílio ou sede (regra geral de competência civil).

    Os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, ou seja, a causa de pedir, o legislador leva em conta para a fixação da competência do órgão julgador, considerando, primeiramente, (a) a natureza da relação jurídica controvertida, vale dizer, o setor do direito material em que a pretensão do autor da demanda tem fundamento (varia a competência conforme se trate de causa penal ou não, juízo cível ou penal; em se tratando de pretensão referente a relação empregatícia ?Justiça do Trabalho; pretensão fundada ou não em direito de família ? Vara da Família e sucessões; importa também, às vezes, (b) o lugar em que se deu o fato do qual se origina a pretensão (lugar da consumação do crime (CPP, art. art. 707), ou da prestação de serviços ao empregador (CLT, art. 6518) e, importa, ainda, o lugar em que deveria ter sido cumprida voluntariamente a obrigação reclamada pelo autor (CPC, art. 100, inc. IV, d9).

    pedido(objeto da lide): o legislador leva em conta para fixação da competência os seguintes dados: a) a natureza do bem(móvel ou imóvel - CPC, art. 9510); b) seuvalor(a competência dos Juizados Especiais para conflitos civis de valor patrimonial não excedente a 20 salários mínimos para ajuizamento da ação sem auxilio de advogado ou defensor público); c) sua situação (0 foro da situação do imóvel: CPC, art. 89, I11, e 95).

    FONTE:http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAuV4AH/teoria-geral-processo

    BONS ESTUDOS
    A LUTA CONTINUA

  • a) Errada
     
    Fundamento: art. 87 do CPC (regra da perpetuatio jurisdictiones)
     
    Art. 87. Determina-se a competência no momento em que a ação é proposta. São irrelevantes as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente, salvo quando suprimirem o órgão judiciário ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.
     

    b) Correta:

    Fundamento:
     
    A causa de pedir é o elemento causal. São os motivos aduzidos pelo autor para lograr a procedência de seu pedido. Costuma-se classificar em:
     
    (a) remota (alegação DOS FATOS)
    (b) próxima (são os fundamentos jurídicos do pedido; trata-se da conseqüência jurídica dos fatos expostos).

    Assim, por exemplo, através da causa de pedir remota (alegação dos fatos), podemos atribuir o foro competente para a ação. Ex: 
    Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato. (CPC, Art. 100, parag. único)
     
     
    c) Errada:

    Fundamento: art. 90 do CPC.

    Art. 90. A ação intentada perante tribunal estrangeiro não induz litispendência, nem obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que Ihe são conexas.
     

    d) Errada.

    Fundamento: art.94 do CPC.

    Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.
     

    e) Errada
     
    Fundamento: art. 95 do CPC.
     
    Art. 95. Nas ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro da situação da coisa. Pode o autor, entretanto, optar pelo foro do domicílio ou de eleição, não recaindo o litígio sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, posse, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova.
     

    Obs: Questão passível de recurso, uma vez que o examinador se esqueceu de especificar o tipo de direito real (se é sobre bens móveis ou imóveis), pois se for sobre bens móveis, a competência será relativa, de acordo com o art. 94 do CPC)


    Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu.
     
  • De fato, item E é passível de recurso.

    Para ficar mais claro, não custa dar um exemplo. No caso abaixo, a ação versava sobre imóvel localizado em São Gonçalo/RJ, mas foi ajuizada na capital, pois, à época, esta era a vara competente para aquela localidade. Entretanto, posteriormente, criou-se a Vara Federal de Niterói, que passou a ser competente para julgar as causas de São Gonçalo, razão pela qual os autos foram remetidos para essa nova vara.

    Inconformado, o juiz de Niterói suscitou conflito de competência, alegando que, como o processo já estava em andamento, deveria ser respeitado o perpetuatio jurisdictionis. O Tribunal, acertademente, reconheceu a competência da Vara de Niterói, pois a competência para julgar causas que versem sobre bens imóveis é, em regra, absoluta, não se sujeitando ao perpetuatio.

    Dados Gerais

    Processo:

    CC 6163 2003.02.01.015608-0

    Relator(a):

    Desembargador Federal GUILHERME CALMON/no afast. Relator

    Julgamento:

    31/08/2004

    Órgão Julgador:

    QUINTA TURMA

    Publicação:

    DJU - Data::22/09/2004

    Ementa

    DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO REAL IMOBILIÁRIA DE DESAPROPRIAÇÃO. IMÓVEL LOCALIZADO EM MUNICÍPIO COM NOVA VARA FEDERAL. NÃO-APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA "PERPETUATIO JURISDICTIONIS".
    1. O juiz da vara instalada onde se localiza o imóvel objeto da desapropriação é o competente para conhecer e julgar causa relacionada ao direito real de propriedade, sendo tal competência absoluta.
    2. Não se aplica o disposto no art. 87, primeira parte, do Código de Processo Civil, diante da matéria envolver competência absoluta, e não meramente relativa.
    3. Conflito de Competência conhecido, declarando-se competente o MM. Juízo Federal da 2ª Vara de Niterói/RJ, que é o Suscitante
  • Não me convenci do erro da letra D. A regra geral para a determinação da competência não é o foro do domicílio do réu?
    Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e ação fundada em direito real sobre bens móveis serão propostas, em regra,  no foro do domicílio do réu. 
    Se alguém puder ajudar...
    Bons estudos a todos!
  • Que sutileza, hein: "A causa de pedir é um dos critérios que podem determinar a fixação da competência para o julgamento. " 

    E como o colega comentou, poderão ter competência territorial, em certos casos, o foro do autor ou do local em que tenha ocorrido o fato.

    Resposta: 
    letra B

    Obs: Alguém poderia explicar a "d", por que o critério geral não é o territorial ?
  • Pessoal;

    Acredito ter encontrado a resposta no Manual de Processo Civil do professor Daniel Amorim Assumpção Neves:

    "As regras de competência relativa prestigiam a vontade das partes, por meio de criação de normas que buscam proteger as pertes (autor e réu), fraanqueando a elas a opção pela sua aplicação ou não no caso concreto".

    A regra do art. 94 CPC somente se aplica aos processos fundados em direito pessoal e em direito real sobre bens móveis.

    Espero ter ajudado!
  • A competência deve ser distribuída levando-se em conta os elementos da demanda, ou seja, de acordo com a questão que foi levada ao judiciário. Com base nos elementos da demanda (partes, pedido e causa de pedir), distribui-se a competência. Esse é o chamado critério objetivo.

    Causa de pedir:Competência em razão da matéria: É determinada pela natureza da relação jurídica controvertida, definida pelo fato jurídico que lhe dá causa. Assim, é a causa de pedir, que contém a afirmação do direito discutido, o dado a ser levado em consideração para a identificação do juízo competente. Ex: Vara de família, vara do consumidor. Competência absoluta.
  • 2º)Critério territorial:
    A competência resta determinada conforme a circunscrição territorial do
    órgão, sendo, portanto, o território, elemento importante na sua fixação, ensejando-se na
    .competência territorial ou competência de foro (em razão do lugar) - qual a comarca
    ou seção judiciária competente?.
    a)Competência territorial geral – artigo 94 do CPC – a competência se fixa
    pelo domicílio do réu.
    b)Competência territorial especial:
    b.1)Em razão da situação da coisa ou em razão da situação do imóvel
    (forum rei sitae) – artigo 95 do CPC.
    b.2)Em razão da pessoa:
    b.2.1)Contra os incapazes – artigo 98 do CPC - será processada no foro do
    domicílio de seu representante.
    b.2.2)Contra o ausente – artigo 97 do CPC – no foro do seu último domicílio.
    b.2.3)Contra a pessoa jurídica – artigo 100, inciso IV, alínea “a”, do CPC –
    no local de sua sede.
    b.2.4)Nas ações de separação, conversão em divórcio e anulação de
    casamento – artigo 100, inciso I, do CPC – no local da residência da mulher.
    16 Instituições de Direito Processual Civil, obra citada, p. 184/191.8
    b.2.5)Na ação de alimento – artigo 100, inciso II, do CPC – no local da
    residência ou do domicílio do alimentando.
    b.2.6)Nos inventário, partilha, arrecadação, cumprimento de disposição
    de última vontade e ações em que o espólio for réu – artigo 96 do CPC – regra geral –
    no foro do domicílio do autor da herança.
    b.3)Em razão dos atos ou fatos:
    b.3.1)Nas ações de reparação de dano por ato ilícito – artigo 100, inciso
    V, alínea “a” do CPC – no local da prática do ato.
    b.3.2)Nas ações de reparação de dano em razão do delito ou acidente de
    veículos – artigo 100, inciso V, § único, do CPC – no domicílio do autor ou no local do
    fato.
    b.3.3)Nas ações contra o administrador ou gestor de negócios –
    artigo100, inciso V, alínea “b”, do CPC – no local do ato ou do fato.
    OBS: Territorial ou de foro: significa em que vara ou juizado a ação deverá ser proposta.
    O critério geral para a competência de foro será (o territorial). 
    Acredito que o erro da questão seja: o territorial. Deveria ser: ...será o do domicílio do réu.
  • Ótimos os comentários.
    Um exemplo com relação à letra "b" para ficar mais fácil de entender:
    Ex: Alimentos. Se a causa de pedir for a relação de parentesco, a competência é da Vara de Família. Se for decorrente de ato ilícito (morte causada por acidente de veículo) a competência será da Vara Cível. Logo, a causa de pedir é sim um dos critérios que podem determinar a fixação da competência.
  • Realmente Victor esse exemplo clareou meu entendimento obrigada!

  • DÚVIDA LETRA E

    Alguém acha que o fundamento do erro é o de que: direito real imobiliário enseja COMPETÊNCIA ABSOLUTA do local do imóvel, de modo que PODE modificar a competência (43 NCPC)?