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Estabelecer as relações entre questão social e direitos implica no reconhecimento do
indivíduo social com sua capacidade de resistência e conformismo frente às situações de
opressão e de exploração vivenciadas; com suas buscas e iniciativas (individuais e/ou
coletivas) para enfrentar adversidades; com seus sonhos e frustrações diante das
expectativas de empreender dias melhores. Trata-se, portanto, de pensarmos a vida e os
indivíduos em suas relações concretas e densas de historicidade. E, nesse sentido, trata-se
de apreender a assertiva de que a essência humana encontra-se no conjunto das relações
sociais historicamente determinadas. Assim, podemos admitir o indivíduo como ente
singular e genérico, não somente partícipe de uma espécie, mas produtor de seu gênero,
determinado pelas suas múltiplas interações e pelo seu tempo histórico.
Questão social e direitos - Elaine Rossetti Behring
Professora da Faculdade de Serviço social/UERJ
Silvana Mara de Morais dos Santos
Professora do Departamento de Serviço Social/UFRN
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A questão social é expressão da contradição capital/trabalho, em que a apropriação privada dos meios de produção por uma classe, a burguesa, gera uma massa de despossuídos, em todos os sentidos, que possuem somente sua força de trabalho para vender, os trabalhadores. Essa contradição gera a questão social e suas refrações que em sua concretude podemos elencar a fome, a miséria, a desigualdade social, o desemprego, a falta de acesso a serviços, a violência, dentre outras. É a partir da emersão dos trabalhadores no cenário político, suas contestações e lutas que a questão social passa a ser alvo de ações por parte do Estado através de políticas sociais, efetivação de direitos, etc. Portanto, são as lutas sociais desencadeadas pelos trabalhadores e do reconhecimento por parte do Estado e da classe dominante dos perigos que a questão social e sua acentuação podem trazer a essa sociabilidade, colocando em xeque esse sistema e sua dominação, que parte dos direitos dos trabalhadores passam a ser reconhecidos e respondidos. No entanto, deve-se atentar para o fato de que a conquista de tais direitos é também uma concessão por parte do Estado, visto que esses direitos e políticas sociais também são necessários para manter a coesão e apaziguar situações de conflitos. Assim, a mesma sociabilidade que viola direitos, explora e oprime, é a que institui, em certa medida, proteções sociais. A questão social é inerente e os direitos são compatíveis com a sociedade classista. Deste modo, a luta pela afirmação de direitos e suas conquistas são formas de resistência, mas não expressam a ultrapassagem do capitalismo muito menos o seu fim. Os trabalhadores, então, não devem se conformar apenas com essas conquistas, mas devem possuir como horizonte a emancipação plena e transformação da sociedade.
RESPOSTA: CERTO
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Gab.: Certo
Tá certinho. ... a luta de classes é elemento primordial para se romper com o domínio privado, consolidar a democracia, conquistar direitos...
Esse conformismo e "rebeldia" estão presentes desde início até os dias atuais.
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A CESPE gosta dessa pergunta...
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Mas não deveria ser inconformismo?
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cespe 2012
A relação entre questão social e direitos exige o reconhecimento do indivíduo social, com sua capacidade de resistência e conformismo frente às situações de opressão e de exploração vivenciadas. correto
cespe 2013
Compreender o indivíduo como um ente singular e genérico, partícipe e produtor de sua espécie, determinado pelas interações a que é submetido e pelo seu tempo histórico, é fundamental para entender a capacidade de resistência e de conformação desse indivíduo frente às opressões e violências vivenciadas, estabelecendo-se, assim, a relação entre questão social e direitos.
Ufla 2019
O estabelecimento de relações entre questão social e direitos implica no reconhecimento do indivíduo social com sua capacidade de resistência e conformismo frente às situações de opressão e de exploração vivenciadas. Trata-se, portanto, de pensar a vida e os indivíduos em suas relações concretas e densas de historicidade.