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ID
861931
Banca
VUNESP
Órgão
PM-SP
Ano
2012
Provas
Disciplina
História
Assuntos

No século II a.C., os irmãos Tibério e Caio Graco defenderam a reforma agrária em Roma. Tal proposta era consequência de um processo histórico anterior de concentração de terras na sociedade romana, pois

Alternativas
Comentários
  • A concentração de terras nas mãos dos mais ricos era prática comum na sociedade romana. No que diz respeito ao século II a.C., Tibério e Caio Graco foram eleitos como tribunos da plebe e, dessa forma, passaram a elaborar leis que tinham, em seu escopo, a distribuição de terras inutilizadas àqueles que mais necessitavam (o que chamamos, atualmente, de reforma agrária) e a limitação da posse de terras pelos mais nobres (os patrícios).

    Anteriormente a estas reconfigurações, no entanto, as parcelas mais pobres da sociedade romana sofreram com a perda de terras e posses para os mais ricos, o que resultou na migração dos camponeses para as cidades e, dessa forma, mudou a dinâmica social.

    Gabarito: A

  • Os irmãos Graco são conhecidos reformadores romanos que tentaram realizar a reforma agrária e outros tipos de reformas em benefício dos pobres. Ambos, chamados Tibério e Caio, foram eleitos tribunos da plebe e acabaram sendo vítimas dos senadores insatisfeitos com as medidas defendidas por eles.

    A tensão em torno da terra e dos direitos dos despossuídos era um assunto importante na  e que exaltava ânimos. Existe um debate entre os historiadores a respeito das intenções dos irmãos Graco em defenderem essas reformas. A tensão suscitada pelos dois foi uma de muitas turbulências que atingiram Roma nos últimos anos da república.

    A vitória nas Guerras Púnicas tinha garantido muitas terras para a república romana.

    Os irmãos Graco estavam inseridos no século II a.C., nesse momento Roma vivia uma república e era a grande potência do Mediterrâneo, chamado pelos romanos de mare nostrum (mar nosso). O poder romano naquele momento estava no seu ápice, uma vez que os romanos tinham acabado de derrotar os cartaginenses durante as Guerras Púnicas.

    A vitória militar, além de prestígio, trazia também riquezas e novas terras para serem ocupadas pelos vencedores. Isso, no entanto, não significava que os pobres teriam acesso a essas novas terras, pois a desigualdade social existente em Roma fazia com que, mesmo com a expansão territorial, o acesso dos pobres a elas fosse cada vez menor.

    Naquele contexto, a destruição causada pelas referidas guerras (tropas cartaginesas chegaram a invadir o território romano) e o envio sistemático de camponeses para o combate tinham contribuído para o empobrecimento dos camponeses. No segundo caso, isso acontecia porque as famílias camponesas arcavam com os custos da luta.

    A guerra e as conquistas militares eram importantes para o império, mas não necessariamente converteram-se em benefícios aos pobres. Isso porque os camponeses eram obrigados a arcar com todas as suas despesas durante o conflito (equipamentos militares e sobrevivência diária), o que era particularmente difícil porque os custos dos equipamentos eram altos. Além disso, essas famílias tinham que lidar com a perca de uma mão de obra.

    Durante o século II a.C. os camponeses romanos perdiam suas terras para grandes proprietários.

    Esse empobrecimento contribuiu para aumentar a concentração de terras em Roma, uma vez que os camponeses pobres acabavam indo à falência e eram forçados a vender suas terras para os camponeses ricos. Os empobrecidos mudavam-se para as cidades e engrossavam as fileiras dos ditos proletários, os despossuídos, em Roma.

    Algumas coisas haviam melhorado na república, mas ainda existia muito a avançar. A dicotomia existente entre ricos e pobres criava uma grande inquietação em Roma, e a questão do acesso à terra permaneceu como foco dela durante muito tempo. Essa tensão era mais perceptível em certos momentos, e alguns desses ocorreram por meio da ação dos irmãos Graco.

    Fonte: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-questao-agraria-roma.htm